Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde
Dentro dos transtornos mentais temos a depressão como a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. De acordo com as últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, um aumento de mais de 18% entre 2005 e 2015. A falta de apoio às pessoas com transtornos mentais, juntamente com o medo do estigma, impede muitas pessoas de acessarem o tratamento de que necessitam para viver vidas saudáveis e produtivas.
Nossa comunidade tem uma alta prevalência e incidência de pacientes com transtornos mentais sob o uso de medicamentos.
Na unidade básica de saúde, esses pacientes apresentam um acompanhamento mensal estabelecendo uma ordem de prioridade de acordo com o tipo de transtorno que apresentam.
Importante mencionar o trabalho realizado pelos agentes comunitários de saúde na sistemática e adesão do tratamento medicamentoso e no agendamento das consultas, contamos também com o apoio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e do Núcleo Ampliado da Família de Atenção Básica e Saúde (NASF-AB) onde encaminhamos cada paciente para ser avaliado e orientado individualmente.
Além disso, são realizadas terapias em grupo onde cada paciente expressa seus problemas e procuramos possíveis soluções para enfrentá-los, também contamos com o apoio profissional para realizar atividades, como caminhadas, exercícios aeróbicos e de relaxamento como yoga.
Respeito às referências e contrareferências, não possuímos a contrareferência de nenhum serviço especializado e muitas vezes descobrimos que o paciente apresentou um episódio agudo quando ele chega à unidade básica para um atendimento espontâneo.
Durante as várias reuniões realizadas com a equipe de saúde, fizemos o levantamento de todos os pacientes com transtornos mentais, bem como os medicamentos e doses, além da data da última consulta com o especialista em psiquiatria,os dados, coletados em uma planilha de acompanhamento para melhor controle e gerenciamento.
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No. |
Nome e Sobrenome |
Data de Nascimento |
Idade |
Sexo |
CID-10 |
Medicamentos em uso\ Apresentação |
Posologia |
Data de última avaliação por Psiquiatria. |
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Para completar a segunda etapa de nossa microintervenção, a equipe escolheu um caso clínico de um paciente para a realização de uma linha de cuidado.
Tratou-se de uma paciente idosa de 68 anos com história pessoal de hipertensão arterial sistêmica (HAS) recentemente diagnosticada, para a qual leva tratamento regular com losartana (50 mg), um comprimido em 12/12 horas.
Ela mora com o esposo de 69 anos, que também é hipertenso, desempregado, no momento, que consome álcool diariamente e não tem tratamento nenhum, pois não reconhece nem aceita que é alcoolista.
Apresenta um irmão o qual não mora com ela mais faz visitas diárias. A paciente, após ser diagnosticada com HAS, começou a apresentar ataques de pânico com ideia fixa de que alguma coisa ruim com sua saúde ia acontecer, frequentemente media a pressão arterial e ficava muito ansiosa e às vezes, mencionava que precisava recorrer ao serviços de emergência com falta de ar de intensidade moderada e taquicardia.
Durante nossa entrevista o irmão nos contou que a paciente tambem tinha problemas pessoais com o esposo e que ela não sabia como enfrentá-los, apenas chorava e se lamentava. Juntamente com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), foi realizada a avaliação de cada membro da família, onde foram planejadas ações individuais para melhorar a qualidade de vida. Ambos pacientes foram avaliados pelo psicóloga da nossa unidade de saúde e encaminhados ao Centro de Atenção Psicossocial(CAPS).
A principal dificuldade encontrada foi o envio da contrarreferência dos serviços especializados, portanto, na maioria dos casos, há desinformação sobre os episódios que os pacientes apresentam e nós apenas nos auxiliamos com as informações que o mesmo paciente pode nos dar.Para nós isso representa um desafio que devemos melhorar.
REFERÊNCIAS
OPAS/OMS. Saúde mental: é necessário aumentar recursos em todo o mundo para atingir metas globais. Disponível em:<https://www.paho.org/bra/index.php?
option=com_joomlabook&view=topic&id=210>. Acesso em: set 2018.
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