31 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

A DIFÍCIL TAREFA DE INCLUIR OS EXCLUÍDOS

ESPECIALIZANDO: EDIANE GODOI DA SILVA

ORIENTADOR: CLEYTON CEZAR SOUTO SILVA

 

Saúde mental é determinada por uma série de fatores socioeconômicos, biológicos e ambientais. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, apesar de a política de saúde mental priorizar as doenças mais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, as mais prevalentes estão ligadas à depressão, ansiedade e a transtornos de ajustamento. (AGÊNCIA BRASIL, 2010)

A Organização Mundial da Saúde aponta que o número de casos de depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015: são 322 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria mulheres. No Brasil, a depressão atinge 11,5 milhões de pessoas (5,8% da população), enquanto distúrbios relacionados à ansiedade afetam mais de 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população). (OMS, 2015). 

A nova concepção de saúde mental, que visa priorizar o indivíduo e não a doença, oferecendo-lhe tratamento humanizado e de qualidade, resultou na criação de novos mecanismos e espaços de tratamento que provocam para a necessidade de uma ação intersetorial com as demais políticas sociais e de um trabalho pautado no fortalecimento e atuação em rede, que possibilite uma intervenção integrada, visando à integralidade no atendimento ao usuário. (BREDOW e DRAVANZ, 2010, p. 232)

Os CAPS têm o papel de coordenar a rede de atenção em saúde mental e apoiar a gestão, desenvolvendo atividades básicas, tais como: atendimento psicoterápico, trata‑ mento medicamentoso, atendimento à família, atividades comunitárias, suporte social, desenvolvimento de oficinas culturais, visitas domiciliares e desintoxicação ambulatorial. (SILVEIRA, 2009 p. 47).

Utilizando o PMAQ:  Área: Saúde Mental: 7.1 INDICADOR: Proporção de atendimentos em Saúde Mental, exceto de usuários de álcool e drogas. Para desenvolvimento da microintervenção fizemos a matriz de intervenção, a partir dos itens do AMAQ: 4.36. A equipe identifica as pessoas com sofrimento psíquico e transtorno mental no seu território e faz o acompanhamento delas por meio de atividades individuais e/ou grupais. Assume a coordenação do cuidado e desenvolve ações que incluem acolhimento, tratamento e acompanhamento destes casos, com ou sem o cuidado compartilhado com o Nasf, e/ou outros pontos da rede de atenção psicossocial, quando necessário. Realiza atendimentos agendados ou de livre demanda, dentro e fora do espaço físico da UBS e nas visitas domiciliares. Para isso, utiliza estratégias como: tempo maior de consulta, registro de história de vida, ferramentas de abordagem familiar etc. A equipe tem o registro dos usuários em uso crônico de benzodiazepínicos e realiza ações para os casos em que há indicação de retirada gradual da medicação. (Em anexo)

Foi realizado a reunião mensal com a equipe, onde avaliamos os pacientes em uso de medicamentos controlados, e realizado uma planilha para melhor distribuição e controle desses medicamentos. (Em anexo)

Na segunda etapa, foi escolhido pela equipe, para avaliação de estudo o caso uma paciente de 35 anos, diagnosticada com Transtorno afetivo bipolar, CID 10 – F31, a aproximadamente 4 anos.

A paciente é usuária assídua da UBS, presente ao menos uma vez por semana para uma consulta de rotina, além de ir em busca da renovação de sua receita, atualmente em uso de Carbamazepina, Carbonato de lítio e Prometazina.

As visitas domiciliares com a equipe do PSE são frequentes, a paciente possui uma fala coerente, coopera com o interrogatório, apresenta algumas crises, que são solucionadas pela especialista ou na emergência da Unidade mista.

Após contato com os serviços do NASF, a psicóloga responsável relata que os pacientes fazem consultas regularmente com ela, inclusive a paciente relata agendamentos com o psiquiatra, que comparece ao município a cada 2 meses, e as consultas são de acordo com a ordem de solicitação ou de urgência.

A construção do registro PMAQ foi realizado de uma forma mais simples, evitando a exposição excessiva do paciente, sendo que a folha de rosto é apenas o básico, os dados pessoais, os detalhes da consulta ficaram pertinentes apenas ao relatório da consulta.

A equipe, foi muito cooperativa, eles entendem que o acolhimento e a inclusão social desses pacientes são fundamentais, apesar do preconceito que ainda existe, devem ser tratados com igualdade.

Os funcionários do CAPS s∫ão sempre muito solícitos e disponíveis quando o assunto é ajudar aos pacientes que precisam, os psicólogos do NASF possuem um sistema de agendamento de consultas, porém, tem um grande número de demanda espontânea, sendo que os dois atuam unicamente nesse município, facilitando o acesso quando necessário.

Com essa microintervenção, será possível fazer uma lista com todos nossos pacientes da área de saúde mental, e acompanha-los mais seguidamente.

 

 

 

 

 

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