TITULO: ESTRATEGIA DE ORGANIZAÇAO DOS SERVIÇOS DE SAUDE MENTAL NA UBS Dr. JOSE RIBAMAR
ESPECIALIZANDO: Dra. BARBARA DELIS SAVIGNE
ORIENTADOR: CLEYTON CESAE SOUTO SILVA
A Política Nacional de Saúde Mental compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país com o objetivo de organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em Saúde Mental. Abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, incluindo aquelas com quadro de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas (álcool, cocaína, crack e outras drogas). (BRASIL 2011).
Tendo em vista essa realidade, o Ministério da Saúde orienta que as novas práticas deverão ser estruturadas no trabalho em equipe, buscando humanizar as ações realizadas para obter a satisfação do usuário por meio do estreito relacionamento entre profissionais e comunidade. Assim, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerada como um dos dispositivos fundamentais para as práticas de saúde mental e para a realização de ações em saúde mental no território. (BRASIL 2011).
A construção de uma rede de assistência segura, eficaz e humanizada às pessoas com transtornos mentais tem sido um processo contínuo. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) esta formada pelos seguintes componentes: Atenção Básica em Saúde (Unidade Básica de Saúde, Núcleo de Apoio a Saúde da Família), Atenção Psicossocial Estratégica (CAPS em suas diferentes modalidades), Atenção de Urgência e Emergência, Atenção Residencial de Caráter Transitório (Unidade de Acolhimento, Serviço de Atenção em Regime Residencial), Atenção Hospitalar (Enfermarias Especializadas em Hospital Geral, Serviço Hospitalar de Referencia), Estratégias de desinstitucionalização (Serviços Residenciais Terapêuticos, Programa de Volta para Casa), Estratégias de Reabilitação Psicossocial (Iniciativas de Geração de Trabalho e Cooperativas Sociais). (BRASIL 2011).
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é um importante aliado na rede de atenção à saúde mental, contribuindo para a integralidade e efetividade do cuidado. A minha equipe desenvolve várias atividades no âmbito da saúde mental, identifica as pessoas com sofrimento psíquico e transtorno mental no território e fazemos o acompanhamento delas por meio de atividades individuais e grupais. Realiza-se atendimentos agendados na Unidade Básica de Saúde e visitas domiciliares, sempre buscando fortalecer a rede social e comunitária.
Para analisar as ações em saúde mental desenvolvidas na Unidade e a estratégia de trabalho em rede se desenvolveu a Microintervenção 4.
A ausência de registro dos pacientes da área que fazem uso de medicamentos psicotrópicos e falta de informação por parte da equipe sobre os transtornos mentais e o uso dessas medicações foram problemas identificados durante a reunião da equipe. Então foi abordada a ideia de elaborar uma planilha a fim de obter o registro para controle e acompanhamento desses pacientes. Tal estratégia foi considerada como viável, principalmente por não demandar muitos recursos, de maneira que envolve basicamente o trabalho da nossa própria equipe.
Para a aquisição dessa informação foi fundamental o papel dos Agentes Comunitários de Saúde nas visitas domiciliares. As informações colhidas foram: identificação, idade, sexo, microárea a qual pertencem, nome das medicações e as respectivas doses. Posteriormente foi construído um instrumento de registro adequado, onde registrar as informações que o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) solicita durante a entrevista da avaliação externa. Esse registro inclui nome do usuário, idade, sexo, tipo de medicamento psicotrópico e data da consulta agendada (Figura 1).
Em relação à falta de informação por parte da equipe achou-se necessária a realização de uma capacitação enfocada nas questões referentes à saúde mental.
Na nossa região tanto os usuários quanto seus familiares encontram apoio nos diversos pontos de atenção da rede, como as Unidades de Saúde, Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), Unidades de Acolhimento, Hospital General, Serviços Residencial Terapêutico. A dificuldade da rede estadual na região é a grande carência de psiquiatras. O paciente é referenciado aos pontos antes assinalados, só que na maioria das vezes, os profissionais especialistas do atendimento secundário e terciário não fazem essa contrarreferência.
O projeto terapêutico singular (PTS) é um recurso da clinica ampliada e da humanização em saúde. Após a escolha de uma paciente, é realizada uma avaliação psicossocial. A nossa usuária foi receptiva, demonstrou interesse. A inserção da família no projeto ocorreu durante uma visita domiciliar conjunta. Foi realizada com a participação dos profissionais do NASF integrantes da ação: nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga e assistente social. Houve uma articulação entre a nossa Equipe de ESF e a equipe de NASF, na abordagem e no processo de trabalho referente ao caso. A visita nos permitiu conhecer a dinâmica da família e esclarecer dúvidas de seus membros em relação ao transtorno mental e o acompanhamento a ser realizado. O familiar relatou não ter, anteriormente, participado e discutido sobre cuidados da paciente, o que considerou muito importante. A elaboração conjunta do PTS com a paciente e sua família proporcionou a transformação da realidade da usuária, que, anteriormente, não tinha consciência do próprio estado de saúde, foi possível obter informações sobre seu tratamento e o modelo de atenção psicossocial.
Recomendou-se dar continuidade as atividades iniciadas nesta microintervenção, visando a implementação de melhorias na qualidade da assistência aos pacientes com transtornos mentais. Além disso, faz-se necessário promover a integração entre os setores e atores envolvidos na rede de atenção em saúde mental, envolvendo serviços de saúde, gestão e participação social, tanto no cumprimento do cuidado e atenção em saúde mental, como na produção e regularização da rede de serviços de saúde.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. Ministério da Saúde (BR). Portaria n.º 3.088/GM de 23 de dezembro de 2011(BR). Institui a Rede Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília (DF), 26 dez 2011. 19.
ANEXOS
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Nome completo do paciente
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Idade
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Sexo
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Tipo de medicamentos |
Data da consulta
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Benzodiazepínicos |
Antipsicóticos |
Anticonvulsivantes |
Antidepressivos |
Estabilizadores de humor |
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1 |
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Figura 1: REGISTRO DOS USUARIOS EM USO CRONICO DE PSICOTROPICOS UBS Dr. JOSE RIBAMAR C.
Ponto(s)