A SAÚDE MENTAL NA UBS BAIXA DO MEIO.GUAMARÉ
ESPECIALIZANDO :AYMEE RAFAELA GONZALEZ DE ARMAS
FACILITADOR:ISAAC ALENCAR PINTO
Em 2011, com a publicação do Decreto Presidencial nº 7.508/2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/1990 e dispõe sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa; a atenção psicossocial passou a ser “uma rede indispensável nas regiões de saúde”. Para sua operacionalização, seguindo as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Política Nacional de Saúde Mental, a Portaria GM/MS nº 3.088/2011(*) instituiu a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para pessoas com psicopatologias e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
Diante da legislação citada a cima, tanto os profissionais de saúde como os gestores dos municípios sabem que existe uma rede em saúde mental que podem se amparar.
No dia a dia do trabalho, o funcionamento dessa linha de cuidado se organiza da seguinte forma. Preferencialmente, o usuário de saúde tem como porta de entrada ao sistema único de saúde a Estratégia de Saúde da Família, para que ele possa realizar os cuidados básicos. É diante desse acompanhamento familiar que médicos, enfermeiros, técnicos e agentes comunitários de saúde podem identificar que alguma pessoa necessita de uma atenção em saúde mental. Nesse sentido, é agendada a consulta ambulatorial com o usuário
No processo da consulta, é analisada qual a necessidade individual daquela pessoa. Se precisa de intervenção medicamentosa; encaminhamento ao Núcleo Ampliado em Saúde da Família, visitas domiciliares. No geral, todos os pacientes com perturbações psicológicas são encaminhados ao profissional especializado do NASF, o psicólogo. Diante disso, percebe um dos passos da linha de cuidado em saúde mental, o apoio matricial. Em virtude disso, os profissionais da ESF e NASF passam a dialogar a respeito dos usuários específicos encaminhados. Tenta-se elaborar as melhores estratégias para o cuidado com o paciente, procurando conhecer a rede disponível e as possibilidades existentes.
Nessa linha de cuidado, diante dos atendimentos psicólogos e do acompanhamento da ESF e das discussões realizadas entre os profissionais, pauta-se a possibilidade de encaminhando ao profissional psiquiatra, mediante necessidade de cada usuário em saúde mental.
O Município de Guamaré/RN dispõe de dois psiquiatras que fazem parte desse suporte em saúde mental. O trabalho de contra referência é inconstante por parte desses profissionais.
Ainda discorrendo sobre a linha de cuidado existente no município, a prefeitura municipal não dispõe de leitos psiquiátricos no hospital da cidade, bem como, do Centro de Atenção Psicossocial. O total de moradores da região são 14.000 mil habitantes, sendo que o preconizado pelo Ministério da Saúde para que seja inserido um CAPS é de no mínimo 15 mil habitantes.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes modalidades são pontos de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao modelo asilar.
Esse dispositivo já seria um grande suporto na construção da linha de cuidado em saúde mental no município, porém, até o presente momento, não podemos contar esse recurso, ao menos que seja acionado a Rede Regional em saúde mental, como mostrado no primeiro parágrafo do presente texto.
Portanto, como foi discutido e mostrado no texto a cima, com relação a linha de cuidado e suporte necessário, a ESF só pode contar com NASF para dialogar e melhor direcionar o cuidado em saúde mental para os usuários de saúde do Município de Guamaré/RN.
MICROINTERVENÇÃO DE SAÚDE MENTAL:
CASO CLINICO:
Paciente M.C.S., sexo feminino,59 anos de idade, natural de baixa do meio, é a terceira de uma prole de 7 filhos, sendo 2 mulheres e 5 homes, viúva tem 5 filhios:4 mulheres e 1 home, atualmente mora com a filha mais velha, o marido dela e dois netos. Fica domiciliada com dificuldade para caminhar, incapacitada para fazer a maioria das atividades da vida diária.
Nunca foi à escola, é analfabeta
Tabagista, fuma dois caixas de cigarros por dia
Histórico familiar:2 irmãos com histórico de Esquizofrenia
Histórico personas: Esquizofrenia faz 6 anos em uso de
-Carbolitium 300 mg 3 v ao dia
-Haldol 5mg 3v ao dia
-Amplictil 25mg 3 v ao dia
Cirurgias: Hérnia umbilical faz 4 anos
Não alergia medicamentosa
Motivo de consulta: falta de sono e muita tristeza (chora com frequência e sem motivo). Falta de apetite
A filha dela procura a UBS para agendar uma visita domiciliar, para
fazer avaliação do estado de saúde da paciente.
A equipe de trabalho da ubs fez uma visita na mesma semana acompanhado pelo psicólogo.
Na casa observamos a paciente em cadeiras de rodas muito nervosa chorando, esse dia não havia ingerido alimento durante toda a manhã, sem vontade de tomar banho faz 3 dias.
A paciente coopera pouco ao interrogatório, refere ter coisas dentro a cabeça, escuta vozes que brigam com ela frequentemente e não pode dormir porque nessa hora ficam mais forte.
Exame Físico:
Paciente hidratada, normocorada, acianótica, anictérica. Apresentando dificuldade na deambulação.
Aparelho Respiratório: Murmúrio vesicular audível bilateralmente com presença de roncos difusos. Frequência respiratória: 20 incursões por minuto.
Aparelho Cardiovascular: Ritmo cardíaco regular Frequência cardíaca: 85 batimentos por minuto. Pressão arterial:120×80 mmHg. Abdome: flácido, indoloro, sem visceromegalias.
Membros Inferiores: sem edemas.
O psicólogo fez uma avaliação da paciente, falou das normas de cuidado, oriento aos familiares sobre o manejo dela e junto com toda equipe concordamos que devia ser encaminhada ao psiquiatra para uma melhor avaliação pois a paciente leva muito tempo com a mesma medicação.
Eu recomendei a realização de exame de sangue e urina, também fiz um encaminhamento urgente e a paciente foi avaliada pelo especialista mudou a medicação:
-Haldol 5mg 2 v dia
-Amplictil100mg 2v dia
-Fluoxetina 20mg 2v dia
-Diazepam 10mg 2 v dia
Em uma segunda visita, avalie os exames complementários indicados e deu anemia ligeira tratada com sulfato ferroso 40mg de ferro Elemental uma vez ao dia e complexo B uma vez ao dia depois da avaliação pelo especialista observamos uma melhoria do estado da paciente, dorme melhor o estado de ânimo melhorou e seus hábitos higiênicos também, concordamos fazer seguimento pela equipe, o agente se saúde do micro área vai jogar um papel fundamental nessa tarefa.
Resumem:
Diagnostico: Esquizofrenia em crises
Anemia ligeira
Linha de cuidado:
Avaliação pela médica (exame físico e complementários)
Visita domiciliar da equipe e psicólogo (avaliação psicológica)
Encaminhamento psiquiatra
Seguimento pela equipe
Resultado: Melhoria da saúde mental de nossa paciente.
Ponto(s)