30 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Nome: Dra. Aylema Salgado Dominguez

Orientador: Romanniny Hevillyn Silva Costa Almino

Título: Saúde mental, desafio para a comunidade.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade.

De acordo com a Portaria/GM/MS nº. 336 de 22 de fevereiro de 2004, o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo comunitário personalizado e promotor de vida. O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento a população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direito civis e fortalecimentos dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo as internações em hospitais psiquiátricos (BRASIL, 2004).

A equipe realiza ações para pessoas que fazem uso crônico dos medicamentos. Minha equipe tem o registro dos usuários em uso crônico de benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, estabilizadores de humor, assim ter um melhor controle dos pacientes e dos medicamentos que faz uso, evitar o abuso dos medicamentos.

 

Nome
Endereço
Diagnóstico
Medicação em uso
Retorno para consulta
Assinatura do responsável

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As pessoas em sofrimento psíquico ou adoecimento mental que chegam na Unidade Básica de Saúde -UBSsão acolhidas e avaliadas pelo médico avaliação, o qual faz acompanhamento.

A rede de saúde mental em meu município está organizada assim: cada UBS pertence a um macro área existe o Núcleo de Saúde da Família – NASF. Na unidade quando temos um paciente para ser referenciado se faz o documento acionando a rede, eles fazem visita sempre que se solicite por parte da equipe, principalmente o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)que conta com o psicólogo, o qual dá assistência aos casos em que referenciamos, ele também participa da visita domiciliar conosco.

Temos no município o CAPS que possuI equipe multiprofissional – composta por psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, entre outros – e eles oferecem diversas atividades terapêuticas: psicoterapia individual ou grupal, oficinas terapêuticas, acompanhamento psiquiátrico, visitas domiciliares, atividades de orientação e inclusão das famílias e atividades comunitárias.

De acordo com o projeto terapêutico de cada usuário, estes podem passar o dia todo na Unidade, parte do dia ou vim apenas para alguma consulta. Comparecendo todos os dias estarão em regime intensivo, alguns dias da semana em regime semi-intensivo e alguns dias no mês em não-intensivo.

 As necessidades de cada usuário e os projetos terapêuticos, compreendendo as modalidades de atendimento citadas e os tempos de permanência no serviço, são decididas pela equipe, em contato com as famílias também, e igualmente as mudanças neste projeto segundo as evoluções de cada usuário.

Depois da avaliação pelo CAPS continua o tratamento, paralelamente,na comunidade por parte nossa, com minha equipe da Unidade Básica de Saúde.

Relatamos abaixo um caso clínico e como realizamos a articulação junto à rede psicossocial.

Caso Clínico:

Nome: TOL, 54 anos

Data de nascimento: 28/05/1961

Expressão que dá visibilidade à questão social: pessoa com esquizofrenia em acompanhamento social.

Composição familiar: A informação primaria é que o Sr. T. não é casado e nem possui filhos e que após falecimento de sua genitora o referido está a cuidado de sua sobrinha.

Condições de moradia: Trata-se de um único cômodo por trás da residência principal, com estrutura de alvenaria, sem reboco, piso grosso, contendo apenas uma rede, sem porta e janela em precárias condições higiênicas, sendo que o ambiente é desumano para moradia.

Situação familiar e social: Ressalta-se que in lócus percebeu-se o ambiente tumultuado, com presença de vários jovens e adultos, onde faziam uso de bebida alcoólica, no decorrer da intervenção a sobrinha demonstrou fala confusa e depressiva, murmurando pelas suas condições de saúde e que seu envolvimento passado com álcool e drogas ocasionaram conflitos com ex-companheiros e filhos.

Realiza-se novamente uma visita domiciliar com o apoio da Coordenação de Apoio ao Dependente Químico (CADQ), foram realizadas orientações básicas sob os cuidados da pessoa com transtornos mental. Só obtivemos contato visual com o Sr. pois, o mesmo apresentou comportamento acuado, levantando-se rapidamente da rede e saindo.

Foi avaliado por a equipe técnica do CREAS com o parecer técnico de trata-se de uma pessoa com transtorno mental, vai se dá continuidade ao atendimento sócio-familiar. A equipe da Unidade Básica de saúde continua assistindo o caso.

O CAPS acompanha o paciente e interna apenas nos casos de crise (surtos, risco de suicídio, colocar em risco a vida de terceiros). Tem como objetivo prestar atendimento clínico em regime de atenção diária.

A micro intervenção me fez olhar de perto os problemas que tem a saúde mental na minha comunidade, observar de perto os pacientes que consumem medicamentos dependentes. Eu acho bom continuar trabalhando desse jeito, melhorar a saúde do povo e nossa missão.

 

 

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde Mental no SUS. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

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