6 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: Funcionamento e mudanças no atendimento a saúde mental na ESF 011.

ESTUDANDO: Alina Suárez Concepción.

ORIENTADOR: Cleyton Cezar Souto Silva.

          As intervenções em saúde mental devem promover novas possibilidades de modificar e qualificar as condições e modos de vida, orientando-se pela produção de vida e de saúde e não se restringindo à cura de doenças. Isso significa acreditar que a vida pode ter várias formas de ser percebida, experimentada e vivida. Para tanto, é necessário olhar o sujeito em suas múltiplas dimensões, com seus desejos, anseios, valores e escolhas. Na Atenção Básica, o desenvolvimento de intervenções em saúde mental é construído no cotidiano dos encontros entre profissionais e usuários, em que ambos criam novas ferramentas e estratégias para compartilhar e construir juntos o cuidado em saúde (BRASIL,2013).

          Durante o módulo Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde, conheci a reforma psiquiátrica acontecida no Brasil nos últimos anos e compreendi a importância da Atenção Primária à Saúde, por meio da Estratégia de Saúde da Família, como porta de entrada para a rede de cuidados em Saúde Mental. Motivada pelo o estudo do modulo fiz uma reunião com minha equipe.          

          O atendimento à saúde mental em nossa área de abrangência ainda é um desafio , a equipe não tem bem identificadas todas as pessoas com transtorno o doença mental, não  fazemos um bom acompanhamento delas por meio de atividades individuais e/ou grupais, não temos registro de todos os usuários em uso crônico de benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, estabilizadores de humor, bem como os ansiolíticos de um modo geral, nem tampouco temos  registro dos usuários de álcool e outras drogas. Pelo que confeccione um instrumento e em reunião apresentei para a equipe, com o objetivo de fazer esses registros, e assim realizar um melhor acompanhamento desses pacientes. De imediato iniciamos o processo, os ACS começaram o preenchimento do instrumento elaborado nas visitas domiciliares, para verificação dos dados de cada um deles. Já confeccionados os registros programaremos consultas para cada um desses pacientes e assim fazer uma avaliação integral deles.        

          Nesse intercambio foi explicado o funcionamento do atendimento aos pacientes, consumidor de álcool, o qual acontece da seguinte forma: quando o paciente apresenta o quadro clinico por conta do abuso abusivo de álcool ou alguma outra droga, sim ele chegar na UBS, deve-se receber essa demanda e identificar se ele aceita o tratamento. Sem a aceitação do paciente o tratamento torna-se ineficaz, após do atendimento com a equipe multiprofissional do NASF, com as orientações realizadas, encaminhamos o paciente para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, onde será realizado o acompanhamento continuo e acolhimento no centro com os professionais do mesmo que mostrarão os malefícios e sequelas causados por o álcool ou outra droga.

          Quando o quadro do paciente for de maior grau ele passará a receber o tratamento com medicamentos de acordo com avaliação integral do médico psiquiatra do Centro, exemplo para conter as abstinências, procurando a redução de danos e sequelas do paciente. No Centro o paciente também participa de palestras educativas, assim como de grupos terapêuticos.

          Hoje existem falhas na comunicação, não recebemos a contra referência dos pacientes que são atendidos neste Centro existindo descontinuidade das ações tanto pelo serviço de atenção básica como pelo serviço especializado, a causa da permanência instável do Psiquiatra no Centro.

           A Rede de Atenção Psicossocial de nosso município tem um Centro de Atenção Psicossocial Infantil, um Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas, não temos Centro de Atenção Psicossocial para Adultos. Também contamos com dois equipes especializados do Núcleo de Apoio a ESF (NASF), com resultados muito positivos. Temos uma consulta na especialidade de psiquiatria na Policlínica Maria Tadeu Aguiar, só duas vezes na semana, ou qual é muito insuficiente para todo o município, além que essa consulta de psiquiatria começou há 20 dias. O município conta na rede também com o serviço móvel de urgência (SAMU), que é utilizado para encaminhar as emergências psiquiátricas.

          Nas intervenções dos demais membros da equipe, ficou evidente a falta de conhecimento dessa rede de atenção à saúde mental, um ACS argumento que para ele atenção à saúde mental se limitava só quando algum familiar ou paciente solicitava a renovação da receita de medicamento controlado pensando que esse atendimento era só pelo o psiquiatra e não pelo o médico da família. Acordamos todos começar mudar essa realidade e converti-nos na porta de entrada da saúde mental para a população de nossa comunidade.

          Os ACS cobraram a necessidade de capacitação para ter maior preparação no cuidados dos pacientes psiquiátricos e suas famílias, pelo que refleti sobre a importância do implementar o apoio matricial. Expliquei que contando com a psicóloga do NASF, de fácil aceso em nossa UBS, nos limitávamos a encaminhar os pacientes, e não aproveitávamos para implementar a clínica ampliada e o apoio matricial, sendo imprescindível essa troca de saberes para uma maior integralidade do cuidado.  Também já contatamos e coordenamos com a psicóloga para iniciar em conjunto com a equipe atividades de tratamento grupal para os pacientes em sofrimento psíquico.

          Considero muito importante para nossa equipe iniciar um processo de mudanças, já contamos com registros completos que antes não tínhamos para o registros dos pacientes com doença metal e em uso de medicamentos controlados. Conhecemos já a estrutura da rede de atenção à saúde mental que não sabíamos que existiam em nosso município e já contatamos para o trabalho integrado, sobre todo para implementar o apoio matricial e a clínica ampliada.

          A realização desta Microintervenção nos permitiu identificar nossas debilidades e deficiências com a saúde mental, já que além de que a rede de atenção à saúde mental em nosso município está incompleta e não funciona de forma articulada, nossa equipe tampouco assumia sua responsabilidade com o cuidado desses pacientes.

          Outro resultado desta Microintervenção foi escutar a mudança na mentalidade dos membros da equipe na reponsabilidade que temos no cuidado da saúde mental de nossa população, constituindo uma motivação para a implementação das ações planejadas.

          Considero que minha participação neste curso de especialização permite me adquirir novas e melhores ferramentas para contribuir a organização do processo de trabalho de minha equipe na atenção a nossa comunidade.   

 

REFERÊNCIAS

•          Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Mental. Cadernos de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

ANEXOS

ESTRATEGIA DA SAÚDE DA FAMILÍA. EQUIPE 011

REGISTRO DE PACIENTES COM SOFRIMENTO PSÍQUICO

Nome paciente

Sexo

Data de Nasc.

ACS

Doença Mental

Uso medicamento controlado

Acompanhamento

————————————-Equipe NASF Psiquiatria

Outras observações

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REGISTRO DE PACIENTES USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS.

Nome paciente

Sexo

Data de Nasc.

ACS

Uso de álcool

Uso de outras drogas

Acompanhamento

————————————- Equipe   NASF Psiquiatria

Outras observações

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                      

1 Star2 Stars3 Stars4 Stars5 Stars (1 votes, average: 5,00 out of 5)
Loading...
Ponto(s)