CAPÍTULO IV: SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMARIA DE SAUDE DA UBS DA PARAIBA
ESPECIALIZANDO: ALEJANDRO ROSABAL PEREZ
ORIENTADOR: MARIA HELENA PIRES
A saúde mental é muito importante na vida de uma pessoa, já que é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Por isso podemos definir a saúde mental como o estado de equilíbrio entre uma pessoa e o seu meio sociocultural. Este estado garante ao indivíduo a sua participação laboral, intelectual e social para alcançar um bem-estar e qualidade de vida.
Os transtornos mentais são um problema sério em todo o mundo, afetando pessoas de todas as idades. Há muitas literaturas que dizem que é mais frequente que se aprecentem na adolescência. As pessoas com doenças mentais geralmente não aceitam que têm a doença e são frequentemente rejeitados pela população. Desta forma é muito importante oferecer a essas pessoas um serviço especializado, pois elas têm uma doença que pode causar muitas outras.
O município São José do Campestre possui uma população total de 11.467 habitantes e dispomos dos serviços especializados. Dentre eles há o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e o pronto atendimento municipal (PA), onde as consultas são realizadas as pessoas que tem doenças de qualquer tipo. Em nosso município, os profissionais de saúde que trabalham nas diferentes UBS, juntamente com os profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), realizam o monitoramento contínuo dos usuários com sofrimentos mentais e assim também trabalhamos reduzindo os encaminhamentos para o CAPS.
Em nossa equipe semanalmente contamos com os atendimentos realizados pelo NASF-AB que são programados e agendados pela atendente. Existe boa interação dos profissionais do NASF-AB com a equipe e os usuários, desenvolvendo assim o adequado acolhimento das pessoas com problemas de saúde mental.
Nossa equipe da Paraíba faz atendimento de um total de 154 pessoas com transtornos mentais de forma adequada. Todos os indivíduos são acolhidos por nossa equipe e são escutados seus sofrimentos e queixas.
Para a realização desta microintervenção foi realizada reunião com o tema do debate principal: a saúde mental na nossa unidade. Depois de explanação sobre os conceitos relacionados ao tema, foi apresentada a ficha de espelho (planilha) com as informações solicitadas pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB).
Foi criada em conjunto uma planilha para realizar a coleta de dados de forma mais organizada e detalhada dos usuários que são tratados por transtornos mentais. Nela constam o número do Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), idade, sexo, tipo de agendamento (demanda programada, urgência, visita domiciliar), encaminhamento, seguimento (CAPS, NASF-AB), medicamento e um campo específico para observações. Neste ponto da reunião tivemos a participação importante das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), que acharam interessante a modificação e atualização da ficha de espelho, com a incorporação do campo nome do medicamento utilizado pelos usuários.
|
Número de cartão de SUS |
Idade |
Sexo |
Agendamento |
Encaminhamento |
Seguimento |
Medicamento |
Obs |
||||
|
||||||||||||
|
CAPS |
NASF |
||||||||||
|
Programado |
Urgência |
Visita domiciliar |
|||||||||
1 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
2 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
3 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
4 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
5 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Na segunda etapa da reunião, foi discutido o caso de um indivíduo do sexo masculino, 52 anos, mototáxi, com dois filhos e a esposa, com problemas familiares (filha adolescente que está namorando um usuário de drogas ilícitas). O indivíduo em questão tem história de depressão agravado pela questão familiar.
O usuário foi na Unidade Básica de Saúde (UBS) e foi agendo uma consulta médica por ter relatado que quando briga com a mulher, e/ou com os filhos, fica agoniado e chora demais sozinho no quarto e não consegue dormir. Também refere que não tem vontade de sair da casa nem de falar com ninguém.
Durante a consulta médica foram praticadas as seguintes ações: escuta dos sofrimentos e os problemas do usuário, realização exame físico, solicitação de exames de rotina e encaminhamento para atendimento com a psicóloga do NASF-AB. Atualmente o usuário continua sendo acompanhado pela equipe do NASF-AB. Ressalta-se que caso não haja melhora, ele será encaminhado ao especialista e serão adotadas outras condutas que fazem parte da estratégia de saúde mental e dos cuidados na atenção básica.
Para a realização do debate entre a equipe, nos pautamos na discussão dos três eixos para organização da Saúde Mental na Atenção Básica: apoio matricial, formação como estratégia prioritária para inclusão de saúde mental na atenção básica e inclusão da saúde mental no sistema de informações da atenção básica.
A reunião foi muito proveitosa já que todos os integrantes da equipe apreenderam mais sobre os cuidados a saúde mental na atenção primária, encaminhamento ao especialista e atuação do CAPS e NASF-AB. Percebemos que na cidade precisamos de um melhor trabalho com os usuários que com diagnóstico de transtorno mental e para isso foi determinado como responsável a psicóloga da equipe do NASF-AB.
Ponto(s)