Aluno: Wendy Gutierrez Cruz
Facilitador: Tulio Felipe Viera de Melo
Título: “ Planejamento reprodutivo, intervenção na equipe de saúde 3, município Afonso Bezerra”
Introdução
A atenção à saúde da mulher vem sendo construída no Brasil a partir de sucessivas políticas públicas de saúde. Até a meados dos anos 70, a saúde da mulher era considerada numa dimensão pro-criativa, priorizando os cuidados no ciclo gestação-puerpério, enfatizando a visão da mulher como mãe. 1,2. A saúde reprodutiva não era priorizada na agenda nacional, isso permitiu que os métodos contraceptivos orais, principalmente, espalharem-se pelo pais sem diretrizes oficias a traves da propaganda do setor farmacêutico e agências internacionais.3
Desta forma não houve ações de saúde encaminhadas as mudanças de comportamentos sexuais e reprodutivos na população, o planejamento reprodutivo estava enfatizado só na contracepção propriamente dita, pelo que ainda persistem muitos desafios na assistência á contracepção e o planejamento reprodutivo.4Com o processo de redemocratização brasileira, ocorreram várias discussões envolvendo profissionais de saúde, sanitaristas, sindicalistas, pesquisadores e feministas que lutavam por uma reforma da saúde brasileira, sustentada nos princípios da universalidade, equidade e integralidade. 1,2
Os profissionais de saúde devem informar aos usuários para que conheçam todas as alternativas de contracepção e possam participar ativamente da escolha do método. Estes profissionais devem desenvolver necessariamente 3 tipos de atividades: educativa, aconselhamento e atividades clínicas.
As atividades educativas tem como objetivo oferecer conhecimentos para a população alvo, neste caso a que se encontra em idade fértil, para que possam participar de forma ativa na escolha da contracepção adequada. O aconselhamento pressupõe a identificação das necessidades, dúvidas e medos da pessoa ou casal, avaliação do risco individual ou do casal segundo as experiências vividas. As atividades clínicas são encaminhadas para a promoção, proteção e/ou recuperação da saúde. O que inclui anamnese, exame físico enfatizando no sistema ginecológico, assim como a análise da escolha e prescrição do método anticoncepcional.
Com o objetivo de organizar, melhorar e garantir um atendimento de qualidade aos usuários que procuram a unidade de saúde para a consulta de planejamento reprodutivo apresentamos o seguinte projeto:
Informe
Para a realização deste projeto reunimos a equipe de saúde para explicar a atividade que íamos ter no mês, utilizamos uma lista de questões para refletir sobre o tema em análise:
Identificação dos problemas
– Atividades educativas sobre a decisão de ter filhos insuficientes e com pouca participação dos homens;
– Instabilidade dos métodos contraceptivos básicos no estoque do SUS;
– Discussões sobre diversidade sexual, relações de gêneros insuficientes;
– Pouca participação de homens e idosos nas atividades educativas cobre saúde sexual;
– Falta de preocupação da população jovem pelas DST;
– Muitas grávidas nos primeiros anos da adolescência.
Depois da identificação dos problemas realizamos a matriz de intervenção para a resolução dos mesmos (Anexo 1).
Quando começamos a realização da matriz de intervenção observamos que nossa equipe não tinha a organização necessária para oferecer este serviço com a qualidade requerida nem a preparação suficiente para o acolhimento e o resto das atividades a realizar, pelo que antes de por em prática o projeto foi necessário uma preparação no tema em questão. Ao finalizar o processo pude ver um crescimento profissional importante na equipe, a utilização de matérias de aulas que remetem muito a vivencia na unidade básica de saúde, facilitou muito nosso trabalho. De forma clara, objetiva e com conteúdos novos, conseguimos atualizar a informação com protocolos, artigos e vídeos.
Referencias
1. Costa AM, Aquino EL. Saúde da mulher na reforma sanitária brasileira. In: Costa AM, Merchán-Hamann E, Tajer D, organizadores. Saúde, eqüidade e gênero: um desafio para as políticas públicas. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; 2000. p. 181-202.
2. Costa AM. Desenvolvimento e implementação do PAISM no Brasil. In: Giffin K, Costa SH, organizadoras. Questões da saúde repr/odutiva. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 1999. p. 319-35
3. Pedro JM. A experiência com contraceptivos no Brasil: uma questão de geração. Revista Brasileira de História 2003; 23:239-60.
Anexo 1. Matriz de intervenção
Descrição do padrão: A equipe 3 do município de Afonso Bezerra não tem organização respeito ao atendimento do planejamento reprodutivo |
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Descrição da situação problema para o alcance do padrão: Existe falta de organização na equipe de saúde respeito ao planejamento reprodutivo pelo que as consultas e as atividades educativas são insuficientes, temos um alto índice de gestação indesejada, gravidez nos primeiros anos da adolescência. |
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Objetivo/meta Intervir no planejamento familiar da área da ebregancia da equipe de saúde 3 do município Afonso Bezerra |
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Estratégias para alcançar os objetivos/ metas Responsáveis Prazo |
1 – Reunião com a equipe para a discussão sobre planejamento familiar (responsável (R) a equipe toda) (prazo: primeira semana do junho) 2 – Revisão da bibliografia sobre o tema (R: médica) (prazo: primeira semana de junho) 3- Capacitação da equipe sobre o planejamento familiar (R: Médica) (prazo: segunda semana de junho) 4- Atualização da agenda do uso dos métodos contraceptivos pelas usuárias (R: enfermeira, ACS e técnicos de enfermagem) (prazo: primeira e segunda semana de junho) 5- Criação de grupos por faixas etárias para a realização das atividades educativas (R: médica, enfermeira, ACS, técnico de enfermagem) (prazo: terceira semana de junho) 6- Realização de atividades educativas sobre planejamento reprodutivo. (R: médica e enfermeira) (prazo: terceiro e quarto trimestre do ano) |
Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) |
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Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades |
– Material didático, salão para reuniões e atividades educativas, prontuários de pacientes para revisão, equipamento multimídia, pasta para arquivar matérias do grupo, livro ata para reuniões e participantes do grupo, boletim de atendimento coletivo, folhas e canetas para a criação de cartazes, |
Resultados esperados |
– Estimular o aumento da percepção do risco dos jovens pelas DST. – Atualização do registo das usuárias com métodos contraceptivos – Fomentar uniformidade das informações fornecidas aos usuários – Maior adesão das atividades sobre planejamento reprodutivo promovidas pela equipe. – Organizar a agenda da equipe para a programação do atendimento ao planejamento reprodutivo |
Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados |
Mecanismos – Prontuários dos usuários. – Registro e usuários com uso de métodos contraceptivos. – Livro ata de reuniões de grupo e equipe Indicadores – Diminuição das DST na população risco – Aumento da demanda das consultas por DST – Aumento da procura de camisinha – Diminuição de gravidez não planejada – Diminuição do índice de gestação na adolescência
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Ponto(s)