RELATO DE EXPERIENCIA
TITULO: PLANEJAMENTO REPRODUTIVO E CONTROLE AO RISCO PRECONCEPCIONAL NA UBS SEDE I, INDIAROBA (SE).
ESPECIALIZANDO: SONIA EGLIS PINEIRO RODRIGUEZ.
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO.
No campo da saúde, o Brasil assumiu como uma de suas prioridades a atençao integral a saúde da mulher e da criança, particularmente no que se refere a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, tendo como prioridade a redução da morte materna e neonatal (BRASIL, 2004).
Em nosso labor diário, os profissionais da atençao a saúde familiar têm, entre uma das prioridades, a atençao à saúde sexual e reprodutiva enquanto uma tarefa complexa, desde a abordagem inicial do individuo até aos aspetos físico-biológico, cultural, social, econômico, ambiental, incluindo os condicionantes ou determinantes de seu estado de saúde (BRASIL, 2010).
Tomando o PMAQ/AMAQ como ponto de partida e principal estratégia que se tem para melhoria da qualidade da Atençao Básica, nossa equipe se reúne mensalmente com a finalidade de avaliar os resultados do trabalho realizado no período, identificando potencialidades e fragilidades na atençao básica e planejando ações visando a melhoria dos serviços na UBS e na comunidade. Neste encontro analisamos os aspectos da saúde reprodutiva, planejamento familiar e risco reprodutivo. Chamou nossa atençao a alta incidência de gravidez em mulheres multíparas e com doenças crônicas não transmissíveis, pois a equipe não realizava adequadamente ações de planejamento familiar e possuía poucos conhecimentos, portanto, insuficientes para acompanhar adequadamente as mulheres com risco reprodutivo.
Conhecendo essas deficiências foi necessário desenvolver ações com o objetivo de ajudar os casais e indivíduos a satisfazer os seus objetivos reprodutivos, evitar a gravidez não desejada, diminuir os casos de gravidez de alto rico, morbidade e mortalidade. Inicialmente, a equipe foi trenada através de videoconferências sobre o tema de risco reprodutivo e planejamento familiar. Posteriormente, cada Agente Comunitário de Saúde realizou o registro das mulheres identificadas com risco reprodutivo na área abrangente (pacientes em idade reprodutiva com doenças crônicas não transmissíveis, histórico de óbito fetal ou neonatal, adolescentes, desnutridas, obesas, portadoras de HIV/SIDA e outras DST). Em seguida, foram agendadas consultas medicas, em duas tardes (terça-feira e quinta-feira) a cada semana, para avaliação integral a estas pacientes e orientar sobre sua condição de risco. Exigimos a presença dos parceiros nestas consultas.
Os métodos contraceptivos mais conhecidos e usados pelas pacientes são as pílulas orais e contraceptivas injetáveis além dos preservativos masculinos e femininos (menos usados). A falta de métodos contraceptivos básicos na unidade de saúde muitas vezes contribui para ser a causa determinante da falha no controle reprodutivo. Como parte da microintervençao também se desenvolveram palestras e rodas de conversas dirigidas aos adolescentes nas escolas e população adscrita à UBS.
Nas ações educativas desenvolvidas foram abordados os seguintes temas: direitos sexual e reprodutivo, fertilidade, métodos contraceptivos e concepcional, planejamento familiar e risco reprodutivo. Em todos os cenários o público pressente mostrou-se interativo e interessado no tema. Muitas foram as dúvidas esclarecidas. E, ao finalizar cada palestra, ofertamos ao publico presente os métodos contraceptivos de barreira, orientando a importância de seu uso, sobretudo os preservativos masculinos e femininos por sua dupla função.
A execução da microintervençao permitiu que a equipe fornecesse informações para uma grande parte da população sobre os métodos disponíveis para o planejamento familiar. Foram organizadas as agendas visando oferecer o acompanhamento adequado para as pacientes com risco reprodutivo. Além disso, permitiu melhorar a capacitação de toda a equipe de saúde sobre essa temática.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
Ponto(s)