CAPÍTULO III:
Título: As Contribuições das Ações Programáticas no Contexto da Saúde da Família
Nome do especializando: Rodolfo Lins da Silveira Macedo
Orientador: Maria Betânia Morais de Paiva
Ao se deparar com o desafio de prestar o melhor atendimento possível para todos os usuários que procuram a nossa Unidade Básica de Saúde (UBS), temos a necessidade de procurar aprender e saber mais sobre os mais diversos assuntos dentro da área médica.
Um dos temas que tem importância fundamental na nossa prática do dia a dia nas unidades é a respeito da saúde sexual e reprodutiva, planejamento familiar, orientações e prescrições de métodos contraceptivos, pré-natal, puerpério, prevenção e tratamentos contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Temas esses, que nos levam a estar constantemente se questionando e autoavaliando sobre os serviços que estamos prestando na nossa unidade de saúde e as estratégias que temos utilizado para abordar cada assunto com o nosso público alvo e para qualquer um que queira se informar e aprender mais acerca do assunto. Com isso, levamos em consideração uma lista de perguntas, que segue abaixo:
Fonte: AVASUS.UFRN.BR, 2018, Modulo – Planejamento reprodutivo, pré-natal e puerpério.
Utilizamos essas perguntas para nortear a nossa reflexão a respeito dos assuntos e contamos com a ajuda dos seguintes profissionais da área da saúde que prestam serviços na nossa unidade, para responder essas perguntas: médico, enfermeira, técnica de enfermagem, nutricionista, dentista e os agentes comunitários de saúde. Após ter respondido todas as perguntas destacamos algumas que consideramos que necessitam de maiores intervenções para suas melhorias, entre elas temos:
1- A necessidade de disponibilizar tempo para se discutir saúde sexual em grupos (adolescentes, gestantes, idosos).
2- Promover maiores ações educativas, para homens e mulheres, sobre a decisão de ter filhos ou não e estimular, incentivar a presença do pai nas consultas de pré-natal e a diferença que tal atitude pode causar durante a gestação e pós-parto.
3- A necessidade de se realizar a visita domiciliar ainda na primeira semana de vida da crianças, assunto esse já mencionado na primeira microintervenção sendo colocado em prática.
Ao analisar essas 3 questões foi percebido um elemento crucial que existe em comum em todas elas; o tempo. Por motivos já explicados nas microintervenções anteriores, o fato de trabalharmos como equipe volante atendendo em quatro (04) unidades, sendo uma média de um dia em cada uma, faz com que esse dia seja destinado mais aos atendimentos do que as ações de educação e prevenção, sendo estas práticas muitas vezes, trabalhadas durante as consultas.
A falta de tempo durante o dia de atendimento, contribui também na dificuldade para se disponibilizar espaço para criação e realização de trabalhos em grupos. Uma vez que existiu a necessidade de aumentar o número de fichas para os atendimentos devido a adoção de outros métodos de acesso além de consultas agendadas, por meio das consultas espontâneas e as disponibilizadas para o acesso avançado, acabando que criando um certo impasse em relação ao assunto.
Diante desse impasse emerge as seguintes indagações: como diminuir o número de fichas e com isso estabelecer um horário para realização de práticas relacionadas a promover a saúde e de prevenção contra as doenças? Será viável separar um dos quatros atendimentos realizados no mês destinados a cada unidade, para realização de trabalho de promoção a saúde e de prevenção contra as doenças? Como lidar com esse grupo que necessitam desse trabalho de acompanhamento já que é a variedades de temas que se faz de abordagem dentro das unidades?
Com base nos questionamentos acima e sabendo que o principal trabalho que se a ser realizado dentro das unidades de atenção básica é a promoção da saúde e a prevenção das doenças, pois é melhor evitar que o paciente adoeça, do que ter que tratar depois as suas enfermidades, que montamos a nossa estratégia de trabalho.
Avaliando as nossas condições, tomamos a iniciativa de criar grupos de acordo com a sua faixa etária e trabalhar, discutir com eles, desde a prática sexual em diferentes fases da vida e até que tipo de influências essas práticas pode ter em suas vidas.
Nas reuniões, se tem aproveitado também para falar dentro do tema sobre planejamento familiar, métodos contraceptivos, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e formas de se prevenir contra as mesmas. Procuramos disponibilizar exame de citopatológico, testes rápidos para sífilis e para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), para realização na própria unidade também no dia das reuniões, para os que estivessem interessados e consultas por parte do médico e da enfermeira para questões relacionadas aos assuntos.
Foi estabelecido um cronograma de palestras a serem realizadas pelos próprios membros da equipe (médico, enfermeira, técnica de saúde e os agentes comunitários de saúde) mensalmente, sendo realizado uma escala onde cada um será responsável por elaborar e dar a palestra sobre o tema a qual foi designado. Material esse da palestra que passara por supervisão do médico da equipe.
Em relação a promoção de maiores atividades educativas, para homens e mulheres, sobre a decisão de ter filhos ou não e de incentivo a presença do pai nas consultas de pré-natal. Foi solicitado a presença do pai da criança na consulta quando possível e para aqueles que, devido ao trabalho não podem comparecer as consultas, foi combinado a realização de eventos na unidade destinadas as consultas de pré-natal e ao planejamento familiar, criando atividades que possibilitem maior interação dos pais com os futuros bebês e assistências as mães durante a gestação.
Partindo agora para os cuidados contínuos referente ao pós-parto, ao puerpério seguindo com as práticas do projeto da nossa primeira microintervenção, através das fichas de atendimento individual onde nos baseamos para ter o controle de quantos atendimentos de pré-natal foram realizados dentro do mês, junto com os dados de produção do médico e os dados do território da equipe.
Fazendo o acompanhamento da data provável do parto, através da data da última menstruação – DUM e através do acompanhamento da data provável do parto – DPP, estipulada pela ultrassonografia realizada no primeiro trimestre. Através desses dados conseguimos nos organizar em relação aos atendimentos, para marca com antecedência um horário para ser realizada ainda na primeira semana de vida da crianças a visita puerperal. Trabalho esse que além de estar nos ajudando a se programar para a visita puerperal domiciliar, nos tem ajudado através do número de gestante no nosso território baseados nos dados territoriais da equipe fornecidos pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a relação dos atendimentos de pré-natal realizados durantes o mês, a ter controle sobre aquelas gestantes que não tem comparecido para fazer o acompanhamento do pré-natal, para poder fazer a busca ativa.
A única dificuldade enfrentada pela equipe foi em relação em que momento iriamos disponibilizar tempo para realizar esses trabalhos e ficou acordado que iriamos realizar palestras mensais realizadas por membros da equipe de acordo com a escala, de duração máxima de 1 hora.
Ficou acertado reuniões mensais, sendo disponibilizado um dia dos quatros destinados ao atendimento no mês para cada unidade, para os trabalhos com os grupos. Assuntos como esses que foram destacados nessa microintervenção, tiveram o seu conteúdo discutidos e repassados para os pacientes através de palestras, discursões abertas em rodas de conversas, nas reuniões com os grupos e em eventos realizados dentro da unidade acerca dos temas.
O resultado foi percebido ainda nas primeiras duas semanas após o início das atividades e da aplicação das estratégias de saúde. Foi percebido entusiasmo por parte dos participantes em poder falar e discutir sobre assuntos que antes lhes geravam dúvidas. Foi obtido maior esclarecimentos sobre assuntos de seus interesses e orientações sobre questões práticas do dia a dia de cada cidadão referentes aos assuntos tratados.
Ao se tratar de assuntos muitas vezes considerados íntimos, proporcionou maior confiança por parte dos pacientes e aproximação com a equipe de saúde. Notado também alterações comportamentais positivas para os que estavam participando das ações, adquirindo maior confianças em suas decisões, mudança de expectativa de vida e de humor. Aumento da procura por métodos anticoncepcionais e de cuidados com a saúde. Acompanhamento mais de perto dos Recém-nascidos da área e fortalecimento dos vínculos mãe-bebê e participação paterna no novo projeto de vida e de cuidados com a criança.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família, PEPSUS, Rio Grande do Norte – RN 2018. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. AVASUS.UFRN.BR, 2018, Modulo – Planejamento reprodutivo, pré-natal e puerpério. Planejamento Reprodutivo, Pré-natal e Puerpério, microinterveção, lista de questões para reflexão, Pág. 2 e 3.
BRASIL. Presidência da República Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos Planejamento reprodutivo, Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, o § 7º do art. 226 da Constituição Federal. Acesso: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9263.htm
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília – DF, 2010. 300 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 26). Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília – DF, 2012. 320p. (Cadernos de Atenção Básica, 32). Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. – 2. ed. – Brasília – DF, 2015. 184 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica; n. 23). Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. – Brasília – DF, 2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33). Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <http://www.saude.gov.br/bvs>.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília – DF, 2006. 192 p. il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 19). Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
Presidência da República. Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Dispõe sobre direitos Sexuais e reprodutivos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo. Brasília, DF, 15 dez. 1996. p. 561 . Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9263.htm>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de Saúde da Criança da Menina, passaporte da cidadania, 8ª edição. Brasília – DF, 2013. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de Saúde da Criança da Menino, passaporte da cidadania, 8ª edição. Brasília – DF, 2013. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
Figura 1 – Material de Apoio das ações programática
Figura 2 – Caderneta da Gestante.
Figura 3 – Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais.
Figura 4 – Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
Figura 5 – Caderneta de Saúde do Adolescente
Figura 6 – Caderneta de Saúde da Adolescente.
Ponto(s)