16 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

 

TÍTULO: PLANEJAMENTO FAMILIAR, PRÉ – NATAL E PUERPÉRIO NA UNIDADE JOSEFA BARBOSA DOS REIS ROMÃO, EM LAGARTO(SE)

 

ESPECIALIZANDO: REINIER HERNANDEZ RODRIGUEZ

 

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

 

 

Este texto relata uma micro intervenção realizada na ESFS Josefa Barbosa dos Reis Romão, no Município de Lagarto (SE), para reforçar temas como Planejamento Reprodutivo para evitar a gravidez não desejada e DST, identificar risco que possam interferir com a futura gravidez, além de estratégias que melhorem a Atenção ao Pré-Natal para garantir o desenvolvimento da mesma e assegurar o parto de um recém-nascido saudável assim como o atendimento ao puerpério para prevenir a depressão pós-parto.

O Planejamento Familiar é um programa de inicio da política de a assistência integral á mulher. Desta forma as unidades devem garantir o aceso aos meios para evitar ou propiciar a gravidez, o acompanhamento clínico-ginecológico e ações educativas. A escolha do método contraceptivo, que deve ser mediada por um profissional capacitado com a finalidade de promover orientações acerca da eficácia, reversibilidade,proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e a disponibilidade do contraceptivo na Unidade.

Outro tema de suma importância é a Atenção Pré-Natal que assegura o desenvolvimento da gestação permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna. O acesso precoce ao pré-natal é essencial para a adequada assistência, o número ideal de consultas permanece controverso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado seria igual ou superior a 6 (Seis). As consultas deverão ser mensais até a 28 semanas e semanais no termo. Também devemos ter muito cuidado atenção no puerpério que e um período onde a mulher sofre muitos câmbios a nível físico e mental e se encontra propensa a sofre depressão pós- parto(BRASIL, 2012).

Podemos compreender o Planejamento Familiar enquanto um conjunto de ações que permitem ás mulheres e aos homens escolher quando querem ter um filho, o número de filhos que querem ter, o espaçamento entre o nascimento dos filhos e o tipo de educação, conforto, qualidade de vida e condições sociais e culturais que seus filhos terão , tem como finalidade , contribuir para a saúde do mulher e da criança.

A assistência em planejamento familiar deve incluir acesso á informação e a todos os métodos e técnicas para concepção e anticoncepção.Há métodos contraceptivos que permitem se evitar uma gravidez indesejada. Exemplos são a pílula, o preservativo (Masculino e feminino), o dispositivo intrauterino (DIU), o diafragma e os espermicidas (BRASIL, 2012).

Mesmo antes que a gestante acesse a UBS, a equipe deve iniciar a oferta de ações em saúde referentes á linha de cuidado materno – infantil. A equipe precisa conhecer ao máximo a população adstrita de mulheres em idade fértil e, sobretudo, aquelas que demonstram interesse em engravidar e\ou já tem filhos e participam das atividades de planejamento reprodutivo. É importante que a equipe atente para a inclusão da parceria sexual na programação dos cuidados em saúde. Quanto maior vínculo houver entre a mulher e a equipe, quanto mais acolhedora for a equipe da UB, maiores serão as chances de aconselhamentos pré-concepcionais , detecção precoce da gravidez e início precoce do pré-natal.

O objetivo do acompanhamento Pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém – nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. Para ampliar a captação precoce das gestantes, o Ministério de Saúde, por intermédio da rede Cegonha, incluiu o teste rápido de gravidez, nos exames de rotina do pré-natal, que pode ser realizado na própria UBS, o que acelera o processo necessário para a confirmação da gravidez e o início do pré-natal e instituiu os dez passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica (BRASIL, 2012):

 

  1. Iniciar o Pré-Natal na Atenção Primaria de Saúde até a 12 semanas de gestação (Captação precoce);
  2. Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários á Atenção Pré-Natal;
  3. Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal;
  4. Promover a escuta ativa da gestante e de seus (suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: “ rodas de gestantes”;
  5. Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário;
  6. É direito do (a) parceiro (a) ser cuidado através da realização de consultas, exames e ter acesso a informações antes, durante e depois da gestação, ao Pré-Natal do (a) parceiro (a).
  7. Garantir o acesso á unidade de referência especializada, caso que seja necessário;
  8. Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do “Plano de Parto”;
  9. Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá a dar á luz (Vinculação);
  10. As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal.

A unidade de saúde atualmente é responsável por 36 gestantes. As equipes de saúde elaboram estratégias educativas que reforçam o Planejamento Familiar. Também são feitas atividades de educação em saúde orientando sobre a importância dos métodos anticonceptivos para evitar a gravidez não desejada e DST. E ainda se faz a consulta pré-concepcional para avaliar os diferentes riscos que possa ter a mulher e que dificulte a futura gravidez. Enquanto á atenção Pré-Natal fazemos atendimento mensal a todas as gestantes até 28 semanas, quinzenal de 28 até 36 semanas, logo semanal até o final da gestação, indicando todos os exame laboratoriais e u\s obstétrico, orientamos sobre a importância de uma dieta balanceada com abundantes frutas e vegetais para evitar diabetes gestacional e hipertensão arterial, as Vacinas, o uso dos suplementos vitamínicos para evitar anemia e malformações fetais, e assistir as consultas programadas segundo a periodicidade indicada.

Temos roda de conversa com as gestantes para esclarecer dúvidas, incentivar o aleitamento materno e mostrar a caderneta que contém informações que ajudam a se preparar para o parto, conhecer seus direitos, sua alimentação, os desconfortos na gravidez, os sinais de alerta, o planejamento reprodutivo, os cuidados do pós-parto e os câmbios que acontecem tanto a nível físico como mental, e as sinais que ela tem que prestar atenção e que podem indicar infecção no período puerperal, assim como a importância de acudir as consultas nosso equipe realiza a visita na primeira semana, após o parto realizando exame físico completo e orientando a importância do sulfato ferroso e os métodos anticonceptivos que podem ser usados em esse período.

Dentro das principais dificuldades que enfrentamos para desenvolver todas as atividades se encontram que muitas gestantes sobre tudo as que se encontram a termino não frequentam a consulta com a periodicidade requerida, os exames laboratoriais e ultrassom obstétrico demoram muito em ser marcados por o que muitos acabam fazendo se fora dos trimestres protocolados o que dificulta o atendimento, com detecção tardia de infecção e interfere na realização de um pré-natal com qualidade. Entretanto, nossa equipe se encontra trabalhando cada dia mais para levar uma melhor atenção,fazemos busca ativa dos casos que não acodem a consulta, e trabalhamos na detecção precoce da gravidez e, juntamente com as gestantes, na construção do plano de parto inclusive com visita prévia à maternidade para criação de vínculo na rede de atenção. Com este relato de experiência refletimos sobre a necessidade de uma atenção pré-natal mais humanizada e não apenas intervencionista.

 

Referencias

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32).

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