CAPÍTULO III: Atendimento ao planejamento Reprodutivo, Pré-Natal e Puerpério na UBS Igarapé da Fortaleza.
Nome de Aluno: Mirian Morales Rogriguez
Nome do Orientador: Cleyton Cesar Souto Souza
Planejamento Familiar é um conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres a planejar a chegada dos filhos, e a prevenir gravidez indesejada. Todas as pessoas possuem o direito de decidir se terão ou não filhos, e o Estado tem o dever de oferecer acesso a recursos informativos, educacionais, técnicos e científicos que assegurem a prática do planejamento familiar. (BRASIL,1996) De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 120 milhões de mulheres em todo o mundo desejam evitar a gravidez. Por isso, a Lei do Planejamento Familiar foi desenvolvida pelo Governo Brasileiro, com o intuito de orientar e conscientizar a respeito da gravidez e da instituição familiar. (BRASIL,1996)
Desde o lançamento do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), em 1983, o governo brasileiro tem atuado nas questões relativas ao planejamento familiar, adotando políticas e medidas para permitir o acesso da população aos meios de contracepção. Os primeiros esforços para implementar o PAISM incluíram a provisão de insumos contraceptivos para os serviços públicos de saúde e a capacitação dos profissionais para proverem atenção em planejamento familiar com qualidade 1. Entretanto, esses esforços foram marcados pela descontinuidade e baixa efetividade, e os avanços foram muito lentos na segunda metade dos anos de 1980 e quase que durante toda a década seguinte. (COSTA, 1999).
Em 2007, o Ministério da Saúde elaborou o Programa Mais Saúde: Direito de Todos, no qual uma das medidas propostas é a expansão das ações de planejamento familiar. A atenção em planejamento familiar implica não só a oferta de métodos e técnicas para a concepção e a anticoncepção, mas também a oferta de informações e acompanhamento, num contexto de escolha livre e informada. Observa-se, no entanto, que as ações voltadas para a saúde sexual e a saúde reprodutiva, em sua maioria, têm sido focadas mais na saúde reprodutiva, tendo CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA 10 MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Atenção Básica como alvo a mulher adulta, com poucas iniciativas para o envolvimento dos homens. E, mesmo nas ações direcionadas para as mulheres, predominam aquelas voltadas ao ciclo gravídico-puerperal e à prevenção do câncer de colo de útero e de mama. (BRASIL ,2013).
Os primeiros motivos de consulta na APS é a gestação Caracteriza-se por um período de grandes transformações e que requer adaptação à chegada do novo membro da família, constituindo-se assim em um momento de maior vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, propício para o desenvolvimento de ações preventivas, de promoção à saúde e de inclusão do parceiro/a, desde que esse seja o desejo da mulher, nas atividades de assistência à saúde da mulher.(BAIÃO & DESLANDES, 2008).
Assim, a atenção ao pré-natal, ao puerpério e ao Recém-Nascido constitui-se em um conjunto de consultas e visitas programadas da mulher e sua família à equipe de saúde da APS, objetivando o acompanhamento e a obtenção de uma adequada preparação para o parto e nascimento (FEBRASGO ,2012).
Em minha UBS Igarapé da Fortaleza, a equipe 008, foi feita uma reunião para debater uma series de questões relacionado com o Planejamento Reprodutivo, Pré-natal e puerpério que tive como objetivos ter uma melhora no atendimento neste grupo. Em nossa área de atenção minha equipe faz palestras educativas todas as semana com a maioria das mulheres em idade fértil, respondendo assim muitas dúvidas que elas tem e homens que também participam em nossos encontros, sendo este importante já que na gravidez é uma decisão de duos, é uma conquista a participação de elos e mais importante é o acompanhamento deles durante todo o período da gestação.
Prescrevemos o ácido fólico na consulta de planejamento reprodutivo a aquelas mulheres em idade fértil que têm a vontade de engravidar no momento da suspenção de o método anticoncepcional. Realizamos rodas de conversa sobre gravidez de alto risco e embaraço na adolescências com grupos de mulheres em idades fértil e homens que forem criado distribuídos em toda nossa área de abrangência com uma frequência de duas vezes por semana, já que com a troca de experiência entre elos o aprendizagem é mais efetivo, assim o conhecimento adquirido é capaz de transformar a realidade da comunidade.
A Falta de informação sobre os métodos contraceptivos tem como resultado a maioria das gravidezes na adolescência, por isso deve haver uma boa divulgação de informações sobre o uso correto dos métodos contraceptivos, assim como a garantia de acesso aos mesmos. Os adolescentes ao procurar os serviços de saúde em busca de métodos anticoncepcionais, devem ser bem informados sobre seu uso e sobre todos os aspectos da sua sexualidade, devem cadastrar-se no programa de planejamento familiar, onde será orientado sobre todos os métodos contraceptivo e suas vantagens e desvantagens, além de ficar sem dúvidas acerca dos mesmos, para que possam escolher qual ou quais deseja adotar para usar. A maternidade na adolescência é vista como um fator que altera o ciclo natural de desenvolvimento das jovens. Desde o ponto de vista social a gravidez na adolescência pode estar associada com pobreza, evasão escolar, desemprego, separação conjugal, estas adolescentes muitas vezes são filhas de mães que engravidaram também na adolescência (MICHELAZZO et al., 2004)
Em nossa unidade de saúde contamos com métodos anticonceptivos: camisinha, dispositivos intrauterinos, pílulas, injetável, anticoncepção de emergência que são ofertados na população de abrangência e recebem as orientações precisas para seu uso, assim como qual é o método mais recomendável para elos de acordo a idade.
A nossa unidade de saúde discute, lida com os temas e desenvolve ações educativas com jovens , adultos e idosos do território adscrito abordando conteúdos como diversidade sexual , aconselhamento contraceptivo , relações sociais de gênero (machismo , orientação sexual), prevenção de HIV/AIDS e demais doenças sexualmente transmissíveis (hepatite virais ,sífilis, HPV, dentre outras ) e considera essas questões na sua rotina de trabalho, tanto para abordagem, quanto para o cuidado cotidiano da população. Na ocorrência de ISTs, a equipe realiza diagnóstico mediante os testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites B e C e tratamento sindrômico adequado, notificação, investigação dos casos identificados, incluindo os parceiros sexuais no cuidado e monitoramento de indicadores para a reorganização dos processos de trabalho da equipe todo com dos consentimento dos usuários, também faz encaminhamento dos pacientes diagnosticados com doenças sexualmente transmissíveis para o Serviço de Assistência Especializada em HIV/aids e hepatites virais.
Com o estudo do módulo Planejamento Reprodutivo, Pré-natal e Puerpério fiz uma reunião com minha equipe e refletimos sobre as principais dificuldades neste tema. Começamos falando que a equipe 008 desenvolve ações para detecção e vinculação precoce das gestantes do território, em especial às adolescentes gestantes, através dos agentes comunitários de saúde ou demandas espontâneas de mulheres com atraso menstrual e com atividade sexual ativa, além de disso ressaltasse que a unidade não conta com teste de gravidez, mas utilizamos outras ferramentas como uma anamnese adequada. O atendimento ao pré-natal inicias-se antes das 12 semanas de gestação.
Preenchemos adequadamente a caderneta das grávidas, solicitamos e avaliamos todos os exames recomendados de acordo com o protocolo de atenção ao pré-natal do caderno de atenção básica. Uma fragilidade na atenção está relacionada com os exames solicitados, já que não todos são realizados pelas grávidas dificultando o seguimento e outras não retornam mais ao pré-natal, para isso e equipe organiza visitas domiciliar a essas gestantes procurando opções para neste assunto. As doenças sexualmente transmissíveis são tratadas e acompanhadas quando é feito o diagnóstico. Todas nossas gestantes são avaliadas pela nutricionista, é uma fortaleza que temos uma no posto, além de isso na consulta de pré-natal se faz avaliação do peso e fazemos orientação nutricionais, estimulando hábitos de vida saudável.
Com relação ao puerpério as maiorias das mulheres não retornam à consulta de puerpério, expliquei que é importante para sua avaliação e do recém-nascido, verificação das condições da alta da maternidade, a realização dos testes de triagem neonatal, avaliar o estado emocional da família o vínculo com o bebe, avaliar e orientar sobre o aleitamento materno exclusivo até os seis primeiros meses de vida, oferecer orientações sobre sexualidade, sobre retorno das atividades sexuais e métodos anticonceptivos.
Refleti também a participação do parceiro vai facilitar e ampliar o acesso da população masculina a nossos serviços de saúde. Sendo uma oportunidade para o autocuidado masculino, realizar ações de prevenção de doenças e promoção de saúde, atualizar cadernetas de vacina, verificação da pressão arterial, avaliação nutricional e odontológica; consulta médica.
Outros dos problemas identificados no debate foi que a maioria das puérperas não são atendidas nos primeiros dias do puerpério; nas ingerências dos demais membros da equipe, ficou evidente que falta preparação dos ACS para explicar, fazer atividades de educação em saúde durante as visitas domiciliares sobre a importância da assistência dos parceiros no pré-natal na primeira semana. Elas contraíram a necessidade de incrementar as atividades de educação em saúde da equipe com a população de nossa área de abrangência.
Então concordamos reorganizar o processo de trabalho da equipe e incluir atividades de educação continuada para os ACS relacionadas com a importância do pré-natal e participação do parceiro, atenção a puérperas e recém-nascido, aleitamento materno, planificação familiar, além de temas de promoção de saúde e prevenção de doenças.
Também decidimos criar o grupo de gestantes para realizar atividades de educação em saúde o qual funcionara com periocidade semanal toda quarta-feira de cada mês as 9:00 horas. Formando um cronograma de palestras na sala de espera da UBS. Abordaremos conteúdos diversos, por exemplo: modificações fisiológicas da gestação, importância da participação do parceiro no pré-natal, sinais e sintomas de parto, cuidados no puerpério e com o recém-nascido, aleitamento materno, planejamento familiar.
Por todo o anterior exposto podemos dizer que a equipe reconhece da importância da participação do parceiro no pré-natal, e do atendimento as puérperas e os recém-nascidos na primeira semana de vida, foram instigantes ver a receptividade de meus companheiros de trabalho com os problemas identificados e escutar aos ACS estar satisfeitos ao acordar incluir em nosso processo.
Nesta microintervenção é muito importante, porquê permitiu trabalhar em conjunto, unidos todos melhorando o atendimento, acolhimento, é preciso continuar trabalhando para somar a toda a família as nossas atividades educativas, para melhorar o estado de saúde de toda a população tendo indivíduos mais saudável.
Agora estão mais motivados, considero tudo isto como uma fortaleza para a cumprimento das ações planejadas e obter melhores ferramentas para completar o trabalho da equipe.
Referências Bibliográficas
1-BRASIL. Presidência da República. Casa civil. Planejamento familiar, constituição federal, 1996.
2-Costa AM et al. Desenvolvimento e implementação do PAISM no Brasil. Questões da saúde reprodutiva. Rio de Janeiro,1999.
3- Brasil, Caderno de Atenção Básica: Saúde sexual e saúde reprodutiva, 2013.
4-BAIÃO, M. R; DESLANDE, S. F. Gravides e comportamento alimentar em gestantes de uma comunidade urbana de baixa renda no município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, V. 24, n.11: p. 2633-2642, nov, 2008.
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