5 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

AÇÕES EDUCATIVAS SOBRE PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FRUTILÂNDIA II

 

ESPECIALIZANDO: MAYLIN AROCHE RAMIREZ

ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS

 

Na minha experiência de 11 meses no programa mais médicos, percebo que este é de grande importância na saúde de todos os brasileiros, principalmente para a classe mais humilde do país. A atenção primaria à saúde é vista hoje em todo o mundo como a estratégia mais efetiva para porta de entrada dos usuários na rede de saúde. Tem como objetivos a integralidade, a coordenação e a continuidade do cuidado, a orientação comunitária e a resolutividade dos principais problemas apresentados pelos usuários.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Frutilândia II, a gestação encontra-se entre os primeiros motivos de consulta. Caracteriza-se por ser uma etapa de grandes transformações, momento de grande vulnerabilidade no qual a mulher precisa de cuidados por parte da equipe de saúde assim como do apoio de todas as pessoas a sua volta no núcleo familiar.

Em nosso trabalho na UBS encontramos grávidas em diferentes situações que demandam cuidados e orientações especificas. Atualmente estamos acompanhando a gestação de 22 usuárias, fazendo as consultas de pré-natal, atualização do calendário vacinal e o atendimento odontológico. Além disso, todas têm seus dados contidos no prontuário individual, no cartão da gestante e estão cadastradas no SIS pré-natal. Estão classificadas segundo o grau de risco, classificação que é sujeita a mudanças a depender do surgimento ou não de complicações. Contamos com o apoio da atenção secundária para avaliação das grávidas segundo a necessidade, assim como estar garantido pela gestão a realização dos exames preconizados de forma gratuita. Atualmente contamos com uma boa adesão das gestantes ao acompanhamento feito na unidade e estamos satisfeitos em relação a esse aspecto. 

Entretanto no acompanhamento pré-natal na UBS, foram identificadas algumas situações que são desfavoráveis, dentre elas o fato da ultrassonografia morfológica do primeiro e segundo trimestre não fazer parte dos exames gratuitos fornecidos pela rede pública. Outro problema é a falta temporária de suplementos de ferro na farmácia popular, pois mesmo fazendo parte da medicação fornecida a unidade, por vezes a quantidade não tem sido suficiente.  

As mulheres atendidas pela unidade, do ponto de vista social e econômico, em sua maioria são de baixa renda e escolaridade, solteiras, multíparas ou adolescentes, motivos pelos quais devemos focar no controle do risco pré-concepcional, evitando gravidez não planejada ou de alto risco, respeitando a autonomia e a opinião das usuárias.

Após o parto, a mulher entra em uma nova fase na qual também precisa de acompanhamento, é a fase do puerpério. A equipe realiza a visita puerperal, na primeira semana pós-parto, na qual avaliamos aspetos fundamentais a saúde da mãe, orientamos em relação ao cuidado com recém-nascido, oferecemos apoio psicológico, trabalhamos na identificação de complicações tanto físicas como psicológicas, ressaltando que a depressão pós-parto é frequente e muitas vezes sub-diagnosticada e reforçamos a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, trabalho este que é feito desde o pré-natal.

A equipe de saúde da UBS aprende diariamente com a assistência ao pré-natal, fundamentalmente porque um dos principais eixos do nosso trabalho é o educativo, no qual todos membros da equipe podem colaborar, dando orientações quanto a higiene, alimentação, assistência, consultas, prevenção de acidentes, riscos de automedicação, entre outros. Além disso, estamos em constante atualização das principais complicações e doenças mais frequentes na gravidez e no puerpério, para isso a gestão tem fornecido cursos de atualização com especialistas.

Com o objetivo de manter um vinculo mais estreito com as gestantes e agrupá-las em atividades educativas e de lazer temos planejado formar em breve o grupo de gestantes. Uma vez constituído, faremos atividades periódicas planejadas que seguramente serão de grande proveito para todos. Pensamos que mesmo com os esforços feitos até hoje devemos continuar desenvolvendo ações em benefício do bem-estar de nossas gestantes e puérperas, e junto com a gestão resolver as dificuldades identificadas.

Para essa microintervenção planejamos atividades educativas com as gestantes da área, escolhendo em cada uma delas uma questão muito importante para o desenvolvimento das gestantes. Nessas atividades fornecemos orientações sobre promoção e proteção da saúde e apoio as futuras mães. Buscamos discutir sobre condições agudas e crônicas que ocorrem na gestação e puerpério e incentivamos a participação do cônjuge. Durante essas atividades, as gestantes são ouvidas, expõem suas queixas e experiências, além de incentivarmos o autocuidado.

Como resultado dessas ações percebemos melhoria da relação da equipe com as mulheres e consequentemente da qualidade da assistência prestada pela equipe. Entendemos que o trabalho ainda não é suficiente, que é um grande desafio, mas as melhorias estão acontecendo.

 

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