26 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RISCOS A INICIAÇÃO SEXUAL PRECOCE E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UMA AÇÃO EDUCATIVA

 

ESPECIALIZANDO: MARCOS JOSÉ DE OLIVEIRA LIMA

ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS

 

A adolescência é uma fase intermediária entre a infância e a idade adulta, em que ocorrem mudanças biológicas, psíquicas e sociais. É importante salientar que somente no adulto jovem que se atingirá uma maturidade psicológica de fato, o que expõe os adolescentes a uma série de vulnerabilidades (BRAGA et al., 2014; SILVA et al., 2013).

Dentre as vulnerabilidades se dá a maior exposição dos adolescentes a riscos associados à iniciação sexual precoce como gravidez na adolescência e Infecções Sexualmente Transmissíveis. A gestação precoce traz grandes riscos à saúde da mãe e da criança. A ocorrência de complicações perinatais também é substancialmente maior em gestações precoces, elevando de maneira significativa os custos em saúde com tais pacientes (TABORDA et al., 2014).

Atualmente, não existe na Unidade Básica de Saúde (UBS) São Sebastião, município de Nova Cruz, Rio Grande do Norte (RN) atividades educativas voltadas ao público adolescente, sobretudo relacionado à iniciação sexual precoce, e/ou prevenção da gravidez na adolescência. Diante disso, foi pensado na elaboração de um calendário de intervenções educativas, levando-se em consideração a execução de pelo menos três intervenções educativas no ambiente escolar e três intervenções educativas na própria UBS.

Após a análise das fragilidades e potencialidades da equipe de saúde e sua área de abrangência, considerou-se que o objetivo geral da ação deveria ser sensibilizar adolescentes e pais sobre as consequências da gravidez na adolescência na comunidade assistida pela UBS São Sebastião. Foram propostos então, como objetivos específicos desta primeira intervenção para melhor estruturar as ações: instruir pais e responsáveis para ações de educação sexual no ambiente domiciliar; promover maior conhecimento sobre métodos contraceptivos entre jovens da comunidade; esclarecer adolescentes acerca dos riscos associados à gravidez na adolescência.

O calendário de ações (Quadro 1) de educação em saúde estruturado estabeleceu que sejam realizadas no mínimo seis ações educativas na escola e UBS, sendo desejável a execução de 10 ações ao longo de 12 meses. O calendário elaborado teve como mês inicial junho/2018 (mês 1), seguindo as atividades até o mês de maio/2019 (mês 12). Nos dois últimos meses serão feitas reuniões com a equipe de saúde visando analisar as ações desenvolvidas e próximas ações a serem desempenhadas.

 

AÇÕES/MÊS

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Reunião com equipe e definição das ações.

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Comunicação com escola e comunidade sobre ações.

 

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Primeira ação educativa com pais e educadores na UBS.

 

 

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Primeira ação educativa com jovens na escola.

 

 

 

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Palestra aberta à comunidade na UBS.

 

 

 

 

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Segunda ação educativa com pais e educadores na UBS.

 

 

 

 

 

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Segunda ação educativa com jovens na escola.

 

 

 

 

 

 

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Palestra aberta à comunidade na UBS.

 

 

 

 

 

 

 

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Terceira ação educativa com pais e educadores na UBS.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Terceira ação educativa com jovens na escola.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avaliação das ações realizadas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Quadro 1. Cronograma de ações educativas junho/2018 até maio/2019 na UBS São Sebastião.

 

Durante esta microintervenção, além do calendário de ações educativas, foi elaborada a Análise de viabilidade das ações propostas (Quadro 2) e a Programação operativa das ações (Quadro 3). As primeiras ações, que consistiam em instruir pais e responsáveis, e realizar uma atividade educativa na escola foram desenvolvidas nos meses de junho e julho/2018.

  

Objetivo Específico

Ações Necessárias

Facilidade

Dificuldade

Estratégias para superar as dificuldades e aumentar as facilidades

Instruir pais e responsáveis para ações de educação sexual no ambiente domiciliar

Oficina com palestra e roda de conversa

Espaço para desenvolver a ação (UBS)

Pudor/Valor Culturais

Adequação de linguagem

Atividades sem constrangimento dos participantes

Coffe Break

Promover maior conhecimento sobre métodos contraceptivos entre jovens da comunidade

Atividade Educativa na Escola com jovens de 12-17 anos

Espaço para desenvolver a ação (Escola)

Comunicação Efetiva

Linguagem

Cultura

Vivências

Adequar linguagem

Divisão em subgrupos

Uso de Vídeos

Esclarecer adolescentes acerca dos riscos associados à gravidez na adolescência

Oficina Participativa

Espaço para desenvolver a ação (Escola)

Comunicação Efetiva

Linguagem

Cultura

Vivências

Dinâmicas

Adequar linguagem

Divisão em subgrupos

Uso de Vídeos

Quadro 2. Análise de viabilidade das ações propostas na UBS São Sebastião.

 

Objetivo Específico

Ação

Atividade

Responsável

Prazo

Instruir pais e responsáveis para ações de educação sexual no ambiente domiciliar

Oficina com palestra e roda de conversa

Elaborar:

Perguntas norteadoras da roda de conversa;

Roteiro de Palestra

Convites

Agendar com UBS

Distribuir Convites

Equipe de Enfermagem

Agentes Comunitários de Saúde (ACS)

Junho/2018

Promover maior conhecimento sobre métodos contraceptivos entre jovens da comunidade

Atividade Educativa na Escola com jovens 12-14 anos

Agendar com Escola

Elaborar:

Cartazes e Folders

Roteiro de Atividades

ACS e Médico da Estratégia Saúde da Família (ESF)

Julho/2018

Sensibilizar adolescentes acerca dos riscos associados à gravidez na adolescência

Oficina participativa

Agendar com Escola

Viabilizar Brindes

Elaborar:

Dinâmicas

Roteiro de Atividades

Toda Equipe da ESF

2º sem./2018

Quadro 3. Programação operativa das ações propostas na UBS São Sebastião.

  

Na reunião com a equipe, para instruir pais e responsáveis, por exemplo, os ACS chamaram a atenção para a necessidade de adequação de linguagem, visando não causar constrangimento entre os mesmos. Além disso, como intervenção educativa foi proposta a realização de oficina, em que seria iniciada com uma roda de conversa, abordando a iniciação sexual precoce e seria fechada com palestra sobre métodos contraceptivos, papel da UBS e suporte da equipe de saúde para a comunidade. A oficina foi realizada no dia 28/06/2018 e contou com a participação de 16 pais e quatro educadores.

A segunda ação realizada ocorreu na escola da comunidade, no dia 03/07/2018, envolvendo alunos de 12-14 anos. Optou-se por separar os adolescentes por faixa etária para facilitar a comunicação. Foi apresentado vídeo sobre gravidez na adolescência e, posteriormente, feito jogo de perguntas e respostas em que os adolescentes ganhavam bombons a cada participação. Para fechamento da atividade, realizou-se palestra com o médico da ESF abordando as IST e os métodos contraceptivos. Estão previstas outras atividades que englobarão alunos até 17 anos, conforme já apresentado no cronograma.

 

REFERÊNCIAS

BRAGA, I. F. et al. Percepções de adolescentes sobre o apoio social na maternidade no contexto da atenção primária. Esc. Anna Nery, v. 18, n. 3, p. 448-455, 2014. 

SILVA, A. C. A. et al. Fatores de risco que contribuem para a ocorrência da gravidez na adolescência: revisão integrativa da literatura. Rev Cuid, v. 4, n. 1, p. 531-539, 2013.

TABORDA, J. A. et al. Consequências da gravidez na adolescência para as meninas considerando-se as diferenças socioeconômicas entre elas. Cad. saúde colet., Rio de Janeiro,  v. 22, n. 1, p. 16-24,  mar.  2014

 

 

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