TÍTULO: AS INFEÇÕES DO TRATO URINÁRIO NA GESTACÃO NÃO PODEM ESPERAR
ESPECIALIZANDO: LUIS ANDRES CARRASCO GARATE
ORIENTADOR: MARIA BETANIA MORAIS DE PAIVA
COLABORADORES:
IRIS ALVES DA CUNHA, diretora da UBS.
EDNA MARIA MENEZES, administradora da UBS.
ANALU RODRIGUES XAVIER, cirurgião dentista da estratégia de saúde da família.
ENAURA ALMEIDA SILVA, enfermeira da estratégia de saúde da família.
FRANCIELMA BATISTA DE ARAUJO, auxiliar de enfermagem da estratégia de saúde da família
CAROLINE ALVES MAIA EMIDIO DE OLIVEIRA, técnico de enfermagem da estratégia de saúde da família.
CRISTIANE DE FARIAS DAS CHAGAS, agente comunitário de saúde.
FRANCISCO GILBERTO DOS ANJOS DA SILVA, agente comunitário de saúde.
LUCIANA ANDRE DO NASCIMENTO, agente comunitário de saúde.
MARIA DA CONCEIÇAO GOMES, agente comunitário de saúde.
JOSINEIDE FERREIRA DA SILVA, agente comunitário de saúde.
JOAO MARIA BARBOSA DA SILVA, recepcionista – arquivista da UBS
MARLENE XAVIER DO NASCIMENTO, recepcionista – arquivista da UBS
Nesta experiência serão relatadas as estratégias realizadas pela Equipe de Atenção Básica (EAB) 93 da Unidade Básica de Saúde (UBS) África – Distrito Sanitário Norte I, Natal – Rio Grande do Norte para realizar melhoras no acolhimento e acompanhamento no pré-natal, puerpério e planejamento reprodutivo partindo da análise das potencialidades e fragilidades em relação ao processo de trabalho da equipe e aos principais problemas apresentados pelas pacientes gestantes. Serão relatados dois problemas:
Um dos principais problemas encontrados, foi a falta de registro e levantamento periódico das gestantes na comunidade, nessa direção, foi realizada uma reunião com toda a equipe e acordado com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) a elaboração de uma lista mensal atualizada das gestantes, com todos os dados relativos à data da última menstruação, data do último pré-natal e a indagação por parte ACS sobre o motivo de não comparecimento da paciente gestante ao pré-natal, já que no mês de maio houveram 6 gestantes que não compareceram à consulta agendada para o pré-natal. Com a elaboração dessas listas poderemos ter um controle mais dinâmico e continuo da assistência ao pré-natal na UBS África.
A segunda experiência relatada trata sobre o manejo das Infecções no Trato Urinário (ITUs) nas gestantes da nossa comunidade. As ITUs representam a forma mais comum de infecções bacterianas em gestantes. A gravidez é uma situação que predispõe ao aparecimento das ITU, devido às mudanças fisiológicas, mecânicas e hormonais que ocorrem nesse período da vida da mulher, facilitando à transformação de mulheres bacteriúricas assintomáticas (BA) em sintomáticas. A BA acomete entre 2-10% das gestantes, se não tratadas adequadamente podem desenvolver pielonefrite em 40% dos casos. As ITUs manifestam-se clinicamente por disúria, polaciúria, urgência miccional e dor no baixo ventre na cistite, arrepios de frio e lombalgia na pielonefrite, ou completa ausência de sintomas na bacteriúria assintomática. O diagnóstico, na maioria das vezes, com exceção da bacteriúria assintomática, é clínico. Deve-se levar em consideração fatores, como a condição da paciente, a tolerabilidade e a toxicidade materna e fetal para a escolha da melhor abordagem terapêutica. ( BAUMGARTEN et al.2011)
O objetivo da presente intervenção foi implementar uma estratégia com a finalidade de diminuir as complicações (pielonefrite) em gestantes com bacteriúria assintomática não tratadas. Durante o mês de maio e no início do mês de junho percebemos que houve quatro (04) gestantes, que compareceram na UBS no dia agendado para o pré-natal e durante a consulta ao conversar com as pacientes, estas relataram ter recebido alta hospitalar nos dias ou semanas anteriores por um internamento para tratamento de pielonefrite, informação que foi verificada e comprovada já que as pacientes apresentavam documento de alta ou receituário com prescrição médica e diagnóstico para acompanhamento pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Esse fato despertou minha preocupação sobre o motivo de não terem sido diagnosticadas e tratadas precocemente evoluindo a uma pielonefrite e após a indagação, as pacientes relataram experiências similares da seguinte forma: receberam exames que foram solicitados na primeira consulta do pré-natal, mas a próxima consulta só estava agendada para três (3) semanas após o recebimento dos resultados e já que se encontravam completamente assintomáticas não procuravam a UBS. No entanto, o exame de urina na data da coleta já indicava infecção urinária e enquanto a paciente aguardava o resultado dos exames ou a consulta do próximo pré-natal desenvolvia uma pielonefrite e era internada para tratamento hospitalar.
Foi realizada uma reunião com a equipe para tratar o tema e foi estabelecido, que deverá ser informado a cada gestante que tão logo receba os resultados dos exames, deverá procurar a UBS para avaliação, mesmo que tenha já agendado a consulta do pré-natal para uma data mais próxima.
No dia que a gestante comparecer na UBS será acolhida e serão avaliados os exames de laboratório pelo médico ou na sua ausência, pela enfermeira com a finalidade de identificar alguma alteração nos resultados, principalmente, o exame de urina. Da mesma forma, foi orientado na recepção que quando a gestante comparecer para agendar a consulta do pré-natal com os resultados dos exames, a usuária não saia da UBS sem ter sido avaliada pelo médico ou enfermeira. Essa dinâmica já foi colocada em prática nas duas últimas semanas do mês de junho e efetivamente já foram diagnosticadas três (3) pacientes com bacteriúria assintomática e prescrito tratamento com antibióticos imediatamente. As pacientes tinham agendado consulta do pré-natal para as próximas duas ou três semanas, e até essa data poderiam desenvolver uma pielonefrite, não há forma de afirmar que elas iriam desenvolver essa complicação, mas temos certeza de que na mínima alteração no resultado do exame ela já receba tratamento adequado.
A principal dificuldade encontrada foi por parte das gestantes, já que a maioria delas relatou que não comparece a consulta do pré-natal, pois a UBS encontra-se muito longe das suas residências. Os profissionais e trabalhadores da UBS África ainda estão realizando as atividades no espaço físico da UBS Redinha que está localizada a 3 km da UBS África. Essa realidade acontece aproximadamente há 3 meses devido a reforma de nossa UBS.
Desse modo, apesar as dificuldades, continuaremos realizando reuniões para avaliar outras fragilidades no processo do acompanhamento no pré-natal, puerpério e planejamento reprodutivo e elaborar no coletivo estratégias que colaborem a melhoria da qualidade de vida da comunidade assistida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Baumgarten, M.C.S.; Silva, V.G.; Mastalir, F.P.; Klaus, F.; Azevedo, P.A. Infecção urinária na gestação: uma revisão de literatura. UNOPAR Cient. cienc. Biol. Saúde 2011;13 (Esp):333-42.
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