CAPÍTULO III: DE PACIENTES PARA DIFUSORAS SOBRE A EDUCAÇÃO SEXUAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ESPECIALIZANDO: LARISSA BEZERRA DA SILVA
ORIENTADORA: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA
COLABORADORES: FLÁVIA DE GÓES CHAVES (MÉDICA DA EQUIPE 96), ENFERMEIRA DA EQUIPE 95 E 96, AGENTES DE SAÚDE, DIRETOR DA UNIDADE E TÉCNICOS DE ENFERMAGEM.
A taxa de gravidez não desejada no país continua elevada, apesar dos serviços do sistema único de saúde (SUS) disponibilizar alguns métodos contraceptivos, entre eles a pílula combinada e os injetáveis. Vários fatores podem ser responsáveis para esse quadro, dentre eles a falta de ações educativas, insatisfação do método devido aos efeitos colaterais ou até informação inadequada (BORGES et al, 2017).
Observando-se a dificuldade em difundir conhecimento correto para a população, uma vez que atividades como reunião tem uma taxa de absenteísmo alta, pensamos em fazer algo que envolvessem todos os usuários, independente da equipe pertencente sexo ou da faixa etária, no intuito de abranger um número máximo de pessoas e que essas possam difundir os conhecimentos discutidos na reunião.
Para escolha de como seria feita a atividade sobre “Planejamento Reprodutivo, Pré-Natal e Puerpério”, houve reunião com a enfermeira da equipe 95 já que a enfermeira da minha equipe está em período de férias e com a médica da equipe 96, para realizar algo de acordo com a realidade da unidade e comunidade.
Portanto, optamos em realizar a ação na terça-feira à tarde para todos os usuários, tendo como maior presença, gestantes, mulheres em idade fértil e mães que estão amamentando.
Os temas abordados foram: anticoncepção de emergência, alertamos a indicação do seu uso, em situações únicas de exceção, como nos casos de: violência sexual ou sexo coercitivo e falha do método contraceptivo regular, uma vez que sua efetividade diminui a cada vez que é utilizada, logo deve ser procurado o uso de anticoncepcional oral ou injetável para uso contínuo, para prevenção da gravidez indesejada, disponíveis no serviço (SPINELLI et al, 2014).
Além disso, foi discutido sobre o método anticoncepcional durante a amamentação, já que não é permitido o uso de estrógeno, presente nos anticoncepcionais combinados, os quais inibem a lactação. E relembramos da importância do aleitamento exclusivo até os 6 meses de idade: redução de doenças metabólicas para o bebê, melhor desenvolvimento neuropsicomotor, diminuição do risco de câncer de mama para mãe e evita nova gestação se estiver com o aleitamento exclusivo nos 6 meses quando acompanhado de amenorréia (MORAES et al, 2015).
Por último, foi discutido sobre osanticoncepcionais combinados orais (ACO) disponíveis na UBS, suas indicações e contraindicações, estimulando a procurar o serviço para ser uma escolha individualizada de acordo com as peculiaridades de cada paciente, por exemplo, se tabagista, idade, presença de enxaqueca ou período de amamentação.
A atividade desenvolveu-se, inicialmente, em sala de consultório médico, mas após chegada de mais usuárias fomos para área externa, de espera.
Com o desenvolvimento da ação, pode-se perceber como fragilidade um número de participantes abaixo do esperado, tendo como base a população adscrita de cada equipe de saúde.
Apesar disso, a presença das usuárias foi exitosa, uma vez que se passaram as informações adequadas, troca de experiências e dúvidas sanadas e essas serão um meio de propagar informação adequada.
Espera-se que a comunidade se envolva e opine nas ações realizadas pelas equipes de saúde da unidade e que as orientações se propaguem adequadamente para promoção de saúde da maioria da população.
REFERÊNCIAS
1- BORGES, Ana Luiza Vilela et al . Satisfação com o uso de métodos contraceptivos entre usuárias de unidades básicas de saúde da cidade de São Paulo. Rev. Bras. Saude Mater. Infant., Recife , v. 17, n. 4, p. 749-756, Dec. 2017
2- MORAES, Jamile Lopes de Moraes et al . Conhecimento de puérperas acerca do método anticoncepcional da lactação com amenorreia. Aquichán, Bogotá , v. 15, n. 4, p. 475-485, Oct. 2015 .
3- SPINELLI, Maria Benita Alves da Silva et al . Características da oferta de contracepção de emergência na rede básica de saúde do Recife, Nordeste do Brasil. Saude soc., São Paulo , v. 23, n. 1, p. 227-237, Mar. 2014
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