4 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

TÍTULO: PLANEJAMENTO REPRODUTIVO PARA MANTER UM ATENDIMENTO PRÉ-NATAL SEM COMPLICAÇOES.

ESPECIALIZANDO: JORGE LUIS CAMPOS LEGON

ORIENTADOR: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

 

          O Planejamento Familiar deve ser tratado dentro do contexto dos direitos reprodutivos. Os principais métodos de anticoncepção desde há muito tempo são a pílula e a laqueadura de trompas. O planejamento familiar, com conhecimento dos métodos e livre escolha, é uma das ações da Política de Assistência Integral à Saúde da Mulher preconizada pelo Ministério da Saúde, desde 1984. Portanto, dentro dos princípios que regem esta política, os serviços devem garantir o acesso aos meios para evitar ou propiciar a gravidez, o acompanhamento clínico ginecológico e ações educativas para que as escolhas sejam conscientes (BRASIL, 2002).

No que concerne à anticoncepção, os serviços de saúde devem fornecer todos os métodos anticoncepcionais recomendados pelo Ministério da Saúde. Ao mesmo tempo, os profissionais de saúde devem informar aos usuários para que conheçam todas as alternativas de anticoncepção para que possam fazer suas escolhas. Considerando que a Síndrome da Imunodeficiêncoa Adiquirida (AIDS) vem se tornando uma das principais causas de morte entre mulheres jovens, é fundamental que se estimule a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das doenças sexualmente transmissíveis (DST), inclusive a infecção pelo Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV) e a gravidez indesejada. Isso pode se traduzir no uso dos preservativos masculino e feminino ou na opção de utilizá-los em associação a outro método anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal (BRASIL 2002).

A transição demográfica, no Brasil, foi efetivada sem uma política oficial explícita que pudesse ser apontada como responsável pela significativa queda da fecundidade nas últimas décadas. Assim, não houve uma drástica transformação das mentalidades e dos comportamentos sexuais e reprodutivos entre homens e mulheres e persistem ainda muitos desafios no campo da assistência à contracepção (HEILBORN et al,2009).

          Na Unidade Básica de Saúde (UBS) onde trabalho, a maioria das mulheres em idade fértil não tem o conhecimento necessário sobre como evitar uma gravidez não desejada, os principais motivos são falta de acesso à educação e baixa cultura sanitária.  Na UBS existem métodos anticoncepcionais que podem ser adquiridos facilmente, tais como comprimidos e preservativos. As mulheres conhecem isso, mas ainda têm dificuldade com o planejamento reprodutivo, principalmente, as adolescentes.

Para ter um bom acompanhamento pré-natal, é preciso ter feito o planejamento familiar, para assim, evitar possíveis complicações. Podemos dizer que na UBS ainda não fizemos o necessário para essas mulheres entenderem os riscos que podem apresentar ao engravidar sem um planejamento reprodutivo prévio. Devido a esse problema a maioria das gestantes não planeja a gravidez.

O trabalho realizado faz parte de varias ações dirigidas ao planejamento reprodutivo, tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida da mulher no pré-natal. O planejamento reprodutivo é também responsabilidade dos homens, os quais fazem parte dele tanto quanto as mulheres. Nessa direção foram realizadas as seguintes atividades educativas:

-Duas palestras sobre planejamento reprodutivo e benefícios para a futura gravidez dirigida à população em idade fértil.

-Duas palestras sobre gestação de alto risco devido a mal planejamento reprodutivo dirigidas à população em idade fértil.

-Duas palestras na UBS e uma dinâmica de grupo na escola com adolescentes sobre gravidez na adolescência.

Para elaborar as atividades e a realização delas, tivemos a participação dos membros da equipe de saúde e a população em idade fértil da comunidade. As duas primeiras atividades foram realizadas na UBS e a terceira na escola com as adolescentes.

Os resultados atenderam as expectativas, pois tanto os homens quanto as mulheres receberam as informações necessárias e entenderam o explicado. Para a equipe de trabalho foi uma linda experiência, pois conseguiu explicar, através de exemplos, os riscos que podem acometer uma gestante se não fizerem um planejamento familiar adequado.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher – 4a edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

 

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004

 

HEILBORN, Maria Luiza et al . Assistência em contracepção e planejamento reprodutivo na perspectiva de usuárias de três unidades do Sistema Único de Saúde no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 25, supl. 2, p. s269-s278,    2009.

 

 

 

 

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