SAÚDE SEXUAL COMO PARTE FUNDAMENTAL NO PLANEJAMENTO FAMILIAR
ESPECIALIZANDO: FRANCISCO NOLACIO DE AQUINO FILHO
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
O estudo deste módulo avalia a importância da educação reprodutiva em seus mais diversos pontos, pois além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, podemos fornecê-los diversos meios para contribuir com sua autonomia, levando em consideração as vantagens ou desvantagens de cada método e esclarecendo sobre as consequências em não ter um planejamento familiar.
Objetivamos discutir sobre saúde sexual em grupos, mais especificamente, com mulheres em idade reprodutiva. Assim, visamos promover ações educativas com o tema Educação Sexual e que englobem um público mais amplo com relação à divulgação dos diversos meios que existem para garantir um planejamento reprodutivo responsável.
Torna-se essencial a realização e aplicação desta ação no intuito de diminuir os índices de infecções sexualmente transmissíveis, gravidez de riscos (em faixa etária irregular), gravidez indesejada, dentre outras. Para além de garantir os direitos sexuais e reprodutivos, que são legitimamente reconhecidos pelos direitos humanos; nossa experiência visa refratar uma sociedade que valoriza um estilo de vida responsável e, consequentemente, saudável.
O conceito chave para o resultado de cada gestação são as ações de planejamento familiar, como o espaçamento que se dá entre um filho(a) e outro(a), assim como a limitação da quantidade desejada desses(as) filhos(as), podendo até adiar a gravidez em mulheres jovens, que, em um número expressivo, ainda enfrentam essa nova realidade na fase da adolescência. Consequentemente, tais medidas precavidas impactam diretamente na saúde e bem-estar, bem como reduzindo problemas de mortalidade materna e infantil, e abortos inseguros, que são causas de 12,5% da mortalidade materna global (MARIUTTI et al., 2005).
Diante do entendimento que temos com relação à heterogeneidade que constitui cada indivíduo, nos baseamos no segundo princípio do Sistema Único de Saúde (SUS) para reforçar a necessidade de garantia da equidade. Dessa forma, enfatizaremos a importância de se fazer repercutir em todas as áreas, classes sociais e demais esferas da sociedade as informações relacionadas à educação sexual que impactam a vida da população.
A proposta de microintervenção deu-se por algumas etapas. Primeiramente, os pontos principais foram destacados como pauta para uma primeira reunião de sensibilização com a nossa equipe, orientando e esclarecendo o recorte dessa ação que tinha como direcionamento o grupo das mulheres que estivessem no período fértil para reprodução.
A segunda etapa foi a visita e entrega de convites para o público alvo, e para isso, estabelecemos a quinta-feira (21 de junho), no período vespertino para a realização da microintervenção. Foi utilizada a sala de reuniões com recursos de multimídia, separamos anticoncepcionais hormonais orais, injetáveis mensais, injetáveis trimestrais, anticoncepcional de emergência e camisinha masculina e feminina para exposição, além do uso de recursos de mídia do AVASUS para facilitar a compreensão por parte dos participantes e favorecer a dinâmica em grupo.
Nesse momento, discutimos sobre a importância do planejamento familiar, os métodos existentes e suas peculiaridades, como também o uso correto da camisinha masculina e feminina. Abordou-se também sobre a definição de infertilidade do casal, visto que muitos planejam ter filho e desconhecem o número ideal de relações e o período em que as mulheres ficam férteis. Esclarecemos sobre como realizar este cálculo com base no ciclo menstrual, por exemplo: se tiver 28 dias de ciclo, subtrair 18 para obter o primeiro dia do período fértil e subtrai 11 para o último dia.
Assim, deve-se concentrar o número de relações nesse período, além de evitar os fatores que interfiram na migração espermática por meio do trato genital feminino. Apesar dessas mudanças e após um período de 12 meses, sem sucesso, progredimos para avaliações adicionais, tanto para as mulheres como para os homens, visto que a infertilidade masculina pode representar de 30% até 50% do problema (BRASIL, 2013).
Durante o curso da microintervenção, tivemos como desafio o trabalho em equipe, mas com as experiências anteriores, fortalecemos os vínculos e ela está mais adaptada a uma realidade que antes era quase que distante das práticas da nossa unidade, a promoção da saúde. Nesta intervenção, como proposta de melhoramento para práticas futuras, poderíamos abordar além das mulheres em período fértil, também as adolescentes e pré-adolescentes e o público masculino, uma vez que, na prática médica, há grupos que frequentam menos a Unidade Básica de Saúde (UBS).
Sendo assim, com a intervenção, esperamos uma educação e uma mudança a longo prazo de práticas ditas perigosas, minimizando o número de novos casos de ISTs e, consequentemente, que a população exerça sua cidadania e participem ativamente destas ações educativas, melhorando a qualidade de vida e diminuindo os números de infecções sexualmente transmissíveis e gravidez indesejadas.
Apesar do planejamento familiar ser prática preconizada pelo Ministério da Saúde, ainda assim, ocupa um papel secundário no serviço onde a maior ênfase está no ciclo gravídico-puerperal. Portanto, esperamos uma mudança na consciência dos usuários e dos profissionais da saúde na efetivação dessa prática.
REFERÊNCIAS
Ponto(s)