18 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

       

        IMPLANTAÇÃO DA CONSULTA PUERPERAL DE ROTINA, NA EQUIPE DE ESF II, DO MUNICÍPIO DE SERRA DO MEL-RN.

 

        ESPECIALIZANDO: ERILÇO ACACIO FIDELIS PEREIRA DOS SANTOS

 

        ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO

 

       COLABORADORES: DÉBORA LILIANE MOREIRA MARTINS (ACS)

                                           EVANICE DA COSTA VIRGÍLIO (ACS)

                                           FRANCISCA IRENE RODRIGUES DA SILVA (ACS)

                                           FRANCISCO ELEOMAR VIEIRA DE OLIVEIRA (ENF)

                                           FRANCISCO GILLIARDI DA SILVA (ACS)

                                           LUCILÉIA GALDINO DA SILVA OLIVEIRA (ACS)

                                           LUCIMARA LEÔNCIO DA SILVA (ACS)

                                           MARCIA ADINEIDE FREIRE DE MOURA (ACS)

                                           MARCILENE NOGUEIRA DE LUCENA SILVA (ACS)

                                           MARIA CRISTIANA LEITE (TÉCNICA DE ENFERMAGEM)

 

          Anteriormente, no território de atuação da Equipe de Estratégia de Saúde da Família II (ESF II), do Município de Serra do Mel-RN, a visita puerperal só era realizada quando solicitada pela paciente, o que ocorria geralmente devido ao surgimento de alguma intercorrência e/ou doença relacionada à puérpera e/ou ao recém-nascido, ou seja, era uma ação curativa.

          Devido a grande importância que a consulta puerperal tem tanto para a mãe, como também, para a criança, a equipe resolveu implantar a visita puerperal de rotina na nossa área de abrangência, com o objetivo de encerrar o pré-natal, melhorar a assistencia dada a mãe, assim como, a criança e reforçar o vinculo entre a equipe e a população adscrita.

Os objetivos da consulta puerperal são: avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido; avaliar interação da mãe com o recém-nascido; Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las; orientar e apoiar a família para a amamentação; orientar os cuidados básicos com o recém-nascido e orientar o planejamento familiar. (BRASIL, 2005, p.80). 

          A Primeira Semana de Saúde Integral (PSSI) foi proposta pela Rede Cegonha e consiste na realização da visita puerperal, que deve ser efetuada pela equipe de estratégia de saúde da família nos primeiros sete dias após o parto. Ela deve ser feita à puérpera e ao recém-nascido com o objetivo de verificar as condições de saúde da mãe e da criança, bem como, de proporcionar ações preventivas que contribuem para a redução da mortalidade infantil (COBUCCI, 2017).

          As ações que devem ser desenvolvidas durante a visita puerperal são relacionadas à mãe, como também, ao recém-nascido e estão enumeradas no Capítulo 12: Atenção no Puerpério, do Manual Técnico do Pré-Natal e Puerpério, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2005) e na Unidade 4: Assistência Humanizada ao Puerpério, do Módulo 6: Planejamento Reprodutivo, Pré-Natal e Puerpério, do PEPSUS (COBUCCI, 2017).

          Entre elas, podemos citar o exame físico da mãe e da criança, a situação vacinal de ambos, a observação da formação do vínculo entre a mãe e o bebê, o diagnóstico precoce de possíveis intercorrência e/ou doenças, com seus respectivos tratamentos, o estímulo ao aleitamentos materno exclusivo até o sexto mês de vida, a orientação sobre a anticoncepção durante, pelo menos, dois anos (BRASIL, 2005; COBUCCI, 2017).

          Inicialmente começamos a enfatizar, durante as consultas de pré-natal, a importância que a paciente tem de fazer a consulta puerperal, orientação que passou também a ser realizada, durante as visitas domiciliares, pelos agentes comunitários de saúde.

          Ao mesmo tempo, passamos a realizar a visita puerperal, rotineiramente, nos primeiros sete dias após o parto, sendo feita pelo agente comunitário de saúde de sua respectiva microárea, juntamente com o médico ou o enfermeiro, dependendo de qual dos dois estava fazendo o atendimento na agrovila durante a referida semana, uma vez que as UBS só possuem um consultório indiferenciado, não possibilitando, portanto, a realização dos atendimentos médico e de enfermagem mesmo dia.

          Entre as potencialidades, podemos mencionar, o compromisso da equipe em realizar a visita puerperal, tal como, sua boa aceitação por parte das puérperas e seus familiares.

          Com relação às fragilidades encontradas, podemos citar mais uma vez a dificuldade de reunir todos os membros da equipe, uma vez que todos os agentes comunitários de saúde moram em agrovilas localizadas na zona rural e também aos imprevistos que impedem que o médico e/ou o enfermeiro estejam presentes na microárea nessa primeira semana após o parto, como, por exemplo, feriados, quebra do carro que transporta a equipe para as agrovilas e doenças de membros da equipe.

          Atualmente, após a implantação da visita puerperal, realizada de forma rotineira, independentemente da sua solicitação pela puérpera ou do surgimento de uma intercorrência e/ou doença, a mesma deixou de ser uma ação curativa e passou a ser uma ação preventiva, o que está de acordo com a segunda diretriz organizativa do Sistema Único de Saúde (SUS): atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais (SAMPAIO, 2017).

          Com a Implantação da consulta puerperal de rotina, no território de abrangência da equipe da ESF II, no Município de Serra do Mel-RN, esperamos aumentar o vínculo da equipe com a puérpera, o recém-nascido e também com seus familiares, reforçando o compromisso da continuidade do acompanhamento de toda a família após esse período, assim como, contribuir para a redução da morbidade e mortalidade materna e neonatal na nossa área de atuação.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico. Ministério da Saúde, Brasília: 2005.

 

COBUCCI, Ricardo Ney Oliveira. Módulo 6: Planejamento Reprodutivo, Pré-Natal e Puerpério. Unidade 4: Assistência humanizada ao puerpério. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família (PEPSUS): 2017.

 

SAMPAIO, Ana Tânia. Módulo 4: Observação na Unidade de Saúde. Unidade 1: A Unidade de Saúde no âmbito do SUS. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família (PEPSUS): 2017.

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