Iremos abordar como é realizado o trabalho na nossa unidade. Além das consultas do pré-natal realizadas pela enfermeira e a médica, e as consultas de puerpério, realizadas até 42 dias após o parto, temos uma ação com os moradores onde mensalmente é realizada uma reunião para falar sobre assuntos pré-estabelecidos, quando possível com a presença de palestrante da área referente ao tema, o qual se chama de Tapera da Falação. Nessa ação reunimos idosos, gestantes e jovens, e falamos, entre outros assuntos, de planejamento familiar e cuidados com a saúde.
Na nossa unidade, além das consultas, dispomos de uma farmácia abastecida de métodos contraceptivos básicos como preservativos, anticoncepcional oral combinado, minipílula, e anticoncepcional injetável. Abordamos esse assunto na consulta para orientação de como evitar gestação indesejada e contrair doenças sexualmente transmissíveis. As agentes comunitárias de saúde também reforçam esses cuidados nas visitas domiciliares.
Quando o comportamento é de risco ou trata-se de pacientes sexualmente ativos, oferecemos o teste rápido para investigar doenças sexualmente transmissíveis, realizada no nosso posto. Quando alterado, se necessário, realizamos o exame laboratorial sorológico, e confirmando a infecção é realizada a notificação e o paciente é encaminhado para a unidade responsável para efetuar o tratamento.
Em paralelo com o cuidado da saúde reprodutiva, fazemos busca ativa das gestantes adstritas da nossa unidade. Na última reunião da equipe fizemos o levantamento das gestantes do bairro, porém ainda falta incluir as gestantes que fazem pré-natal em serviço privado. Essa informação é necessária para melhorar a nossa estimativa. A cada consulta de pré-natal, alternadas entre enfermeira e médica, preenchemos o cartão da gestante, efetuamos exame físico e solicitamos exames conforme a idade gestacional da paciente. Também realizamos teste rápido nas mesmas para a detecção de doenças sexualmente transmissíveis e tratamento conforme protocolo.
Ainda sobre as gestantes, a cada consulta damos orientações sobre as alterações fisiológicas na mulher nessa fase e a alimentação adequada, evitando certos alimentos e fracionando as refeições durante o dia. Já aproveitamos para orientar também sobre a importância de vê-la na primeira semana após o parto, a fim de verificar a amamentação, fazer o exame físico e dar orientações, evitando assim as complicações pós-parto.
Sabendo do acompanhamento da equipe com relação a este tema, comparando com o material estudado na especialização, pudemos perceber que o nosso trabalho está no caminho certo, porém sempre podemos melhorar cada vez mais. Como exemplo podemos citar a necessidade de fazer também a busca ativa de gestantes que fazem pré-natal em serviço privado, pois apesar das agentes comunitárias de saúde conhecerem esta situação, este quantitativo não está sendo somado no total de gestantes que possuímos no nosso bairro.
Ainda sobre a reflexão das melhorias, também podemos estender as palestras sobre planejamento familiar às escolas, falando sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. Assim, reforçamos aquilo que é discutido na Tapera da Falação, pois nem todos os jovens frequentam a atividade. Indo nas escolas podemos ampliar a divulgação, levando a informação para um maior número de pessoas, contribuindo ainda mais para a promoção da saúde.
A equipe concordou que podemos fazer mais pela melhoria do acompanhamento das gestantes e do planejamento familiar, e ficamos felizes de estarmos no caminho certo. Aproveitamos a oportunidade da reunião para definir visitas às escolas para reforçar a educação sexual, e elaborar uma tabela de registros sobre o quantitativo de gestantes no nosso território, assim como sobre a realização de pré-natal, e se este está sendo realizado na nossa unidade ou de forma particular. Sobre a visita, ficou acordado com a equipe que iremos às escolas pelo menos a cada dois meses. Duas agentes de saúde ficaram de verificar as escolas da nossa área que faremos as visitas e os respectivos agendamentos.
Sobre a tabela de registros das gestantes, percebemos que esta poderá nos dar uma estimativa real sobre a quantidade de gestantes na nossa área e direcionar e/ou reforçar as medidas preventivas conforme o detalhamento das informações, como idade da gestante (se menor de idade ou idade avançada), se a gestação foi planejada, entre outros. Segue modelo do registro na tabela 2, onde os valores preenchidos serão correspondentes ao total referente a cada item, conforme quantidade de gestantes da microárea.
Na Figura 1, podemos ver uma parte da equipe presente na reunião sobre esse tema. Estavam presentes, a médica, a enfermeira, duas técnicas de enfermagem, e três agentes comunitárias.
Tabela 2 – Proposta para o registro total de gestantes no nosso território.
ESF POTENGI – ÁREA 50 |
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Microárea |
Total Gestantes |
Idade <15 |
Idade >35 |
Gravidez Planejada |
Não planejada |
Pré-natal UBS |
Pré-natal outro |
1 |
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2 |
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3 |
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4 |
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5 |
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Figura 1 – Equipe de Estratégia de Saúde da família após reunião.
Ponto(s)