8 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO:  PLANEJAMENTO REPRODUTIVO EM MULHERES EM IDADE FÉRTIL                                                                                                                            

ESPECIALIZANDO: AYLEN ALENIA MASSAGUE FUENTES 

 FACILITADOR: ISAAC ALENCAR PINTO

            O planejamento familiar deve ser um elemento essencial na prevenção primária da saúde, auxiliando as pessoas que procuram os serviços, oferecendo-lhes informações necessárias para a escolha e o uso efetivo dos métodos anticoncepcionais que melhor se adaptam as condições atuais de saúde das mulheres. De acordo com o Brasil (2005, p. 24), “o planejamento familiar é o direito que toda pessoa tem à informação e ao acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não filhos”.

           Há um certo tempo o direito da mulher em procriar era restrito ou até excluído pois não existia métodos contraceptivos nos serviços de saúde para oferecer às mesmas, por conseguinte não havia informações do direito da escolha dos métodos e, como resultado, o índice de fecundidade era altíssimo.

O planejamento familiar é um direito da mulher e ao logo do tempo vem sofrendo transformações com o avanço da tecnologia e da medicina. Assim, a escolha do método anticoncepcional mais adequado, são opções que toda mulher deve ter de forma livre ou por meio de informação pelo profissional de saúde médico ou enfermeiro da atenção básica como forma de não discriminar ou coagi-la.

O planejamento familiar não é uma questão tão simples assim, está associada ao grau de escolaridade da mulher, uma vez que quanto maior o grau de instrução mais acesso ao serviço de saúde está mulher vai buscar. A concepção dos direitos sexuais reprodutivos envolve uma série de questões além da assistência à saúde, como compreende direitos humanos, a liberdade de escolha pelo método que o casal vai utilizar e o direito à informação.

            No que se refere a nossa realidade enquanto equipe de atenção básica, entendemos que toda mulher no período fértil entre 10 a 49 anos tem o direito de procriar e de se programar para a construção ou continuidade da sua prole dando total direito de dialogar e optar pelo método desejado.

          As ações educativas em planejamento familiar são desenvolvidas por nossa equipe durante as visitas domiciliares, de forma individual na consulta do puerpério ou nas salas da Unidade de Saúde da Família, por meio de consultas médicas ou de enfermagem e não são realizadas atividade em grupos no serviço de saúde, nas escolas ou nas ruas.

         Durante as consultas de enfermagem ou médicas ofertamos orientações sobre métodos anticoncepcionais na atenção básica tais como: Minipílula, pílula, a injeção trimestral; mensal, o anticoncepcional de emergência, o DIU, preservativos masculinos e femininos; laqueadura tubária e vasectomia e o coito interrompido, de acordo com a necessidade da saúde sexual e reprodutiva da mulher e da melhor maneira de usar.

        Algumas doenças sexualmente transmissíveis como HIV, gonorreia, sífilis, hepatite B e C, clamídia e outras ainda são negligenciadas pela equipe durante as atividades educativas, por não sentirem ainda totalmente preparadas para trabalhar estas temáticas principalmente com jovens e adolescentes, visto que os profissionais de saúde não receberam até hoje capacitação sobre saúde sexual e reprodutiva da mulher.

       Para melhorar este cenário se faz necessário uma qualificação em atenção à saúde da mulher com toda a equipe da atenção básica abordando os seguintes temas: os direitos sexuais e reprodutivos na mulher, bem como a livre escolha do método anticoncepcional, e as mudanças que acontecem no corpo delas além da gravidez não planejada. A equipe que irá capacitar este público alvo é a da UBS centro I composta pela médica, enfermeira, técnica de enfermagem e os agentes comunitários de saúde.

No tocante aos métodos anticoncepcionais a UBS Centro I não dispõe de o todos os métodos. Os que são mais utilizados são os preservativos masculinos e femininos; injeções mensais, trimestrais; anticoncepcionais orais combinados; as minipílulas e a pílula do dia seguinte.

Observamos em nossa prática, que quanto ao uso da camisinha feminina, esta ainda não é utilizada pelo fato dos adolescentes não saberem utiliza-la ou terem medo de usá-la e por estigma ou cultura e dos próprios profissionais não sentirem seguros para dar as referidas orientações.

Quanto aos teste rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C o município dispõe dos mesmos para a detecção e prevenção destas doenças sexualmente transmissíveis, mas não notifica os casos positivos o que é um fator primordial na interferência da saúde sexual e reprodutiva da mulher.

        Percebemos que nossa equipe necessita realizar ações educativas em planejamento familiar   com a criação de grupos de mulheres em idade fértil para acompanhar uma vez ao mês na sala de reunião da unidade de saúde, bem como pôr em prática atividades extra muro, ou seja, nas escolas ou outros locais do bairro e inserir a presença do companheiro na tomada de decisões uma vez que é escolha do casal. O que é imprescindível é a criação de espaços de escuta e de orientações para este público-alvo.

 

 

 

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