20 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: Planejamento Reprodutivo, Pré-natal e Puerpério na Unidade Básica de Saúde Josefa Alves dos Santos. Município de São Vicente.

 ESPECIALIZANDO: ARISBEL GONZALEZ MCKENN

 ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO

 COLABORADORES:

A educação abrangente em sexualidade, desempenha um papel central na preparação de jovens para uma vida segura, produtiva e satisfatória em um mundo onde HIV e AIDS, infecções sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, violência baseada em gênero (VBG) e a desigualdade de gênero ainda representa sérios riscos ao seu bem-estar.

No entanto, apesar das evidências claras e convincentes dos benefícios de uma educação sexual de alta qualidade inserida no currículo escolar, poucas crianças e jovens recebem preparação para suas vidas que os capacitem tomar decisões informadas sobre sua sexualidade e relacionamentos de maneira livre e responsável.

A presente microintervenção foi realizada com o objetivo de avaliar a saúde sexual e reprodutiva em nosso município, a qual, nestes últimos anos, vem se desenvolvendo de forma satisfatória, pois, até o momento, a taxa de mortalidade materno-infantil estão em zero.

As ações são realizadas com a incorporação de condutas acolhedoras e sem intervenções desnecessárias, garantindo fácil acesso a serviços de saúde de qualidade, com ações que integram todos os níveis de atenção: promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento ambulatorial básico ao atendimento hospitalar para alto risco.

Em relação à atenção pré-natal, orientamos hábitos de vida, dieta e atividade física. Pesquisamos e tratamos estados mórbidos pré-existentes que compliquem ou agravem a gestação ou o parto e prevenimos e tratamos patologias próprias da gravidez.

As consultas pré-natais, seguem um roteiro com os mesmos itens que uma consulta clínica: anamneses, exame físico e solicitação de exames subsidiários. Nosso padrão para proporcionar uma atenção de qualidade são:

  • Iniciar o pré-natal até a 12a semana de gestação (captação precoce);
  • Avaliar risco obstétrico na primeira consulta – se for detectado algum risco devemos encaminhar para atenção especializada, com avaliação e seguimentos adicionais;
  • Asseguramos a solicitação, realização e avaliação em tempo oportuno dos exames preconizados;
  • Promovemos a escuta ativa da gestante e de seu(s) acompanhante(s), evitando realizar apenas uma intervenção biomédica;
  • O parceiro tem direito a ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação;
  • Garantimos o acesso a unidade de referência especializada caso seja necessário;
  • Contamos com os recursos humanos, técnicos, físicos e materiais necessários para atenção pré-natal.

O principal problema é a falta de transporte gratuito para a consulta pré-natal, pois, não contamos com carro em nossa UBS.

Quanto ao puerpério, utilizamos a visita domiciliar como instrumento de trabalho e de ações, pois permite conhecer melhor seu ambiente familiar, assim como adversidades que a família possa estar enfrentando.

Nosso roteiro na atenção ao puerpério é:

  • Avaliação do estado de saúde da mãe e da criança.
  • Apoiar o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês.
  • Recomendamos uma adequada contracepção no puerpério.
  • Diminuição das morbimortalidades maternas e infantis, influenciadas direita ou indiretamente por condicionantes presente no puerpério.

Em nossa Unidade Básica De Saúde (UBS) aproveitamos os espaços das reuniões da equipe para reforçar aqueles temas de maior interesse na área da saúde sexual e reprodutiva, foi aqui, onde encontramos como principais problemas:

  1. Aumento das Infecções sexualmente transmissíveis (principalmente nos adolescentes).
  2.   Alto índice de gravidez indesejada (devido o desconhecimento ou mau uso dos métodos contraceptivos).

Uma vez que foram identificados os principais problemas, começamos a traçar os objetivos para dar solução.

  • Realizar ações de educação em saúde sexual e reprodutiva, em grupos, tendo como base a problematização do cotidiano das pessoas.
  • Oferecer informações sobre os métodos e meios para a regulação da fecundidade e para a proteção contra as ISTs/HIV/Aids.
  • Orientar e ajudar a desfazer mitos e tabus sobre comportamentos sexuais “normais” ou “anormais”.
  • Promover ações de saúde sexual e reprodutiva que contemplem a os homens.

 Para dar solução a estas problemáticas, aproveitamos as palestras educacionais que são feitas nas escolas, em alguns grupos de apoio e em nossa área de recepção da UBS. As mesmas tem como intenção provocar uma reflexão sobre os temas de sexualidade, reprodução e proporcionar conhecimentos necessários para uma escolha livre e informada. Para sua realização utilizamos os materiais e equipe disponíveis em nossa UBS.

Ao longo das palestras explicamos as ISTs que tem maior incidência em nosso município como são: a gonorreia, Sífilis e Herpes genital. Quais são seus sintomas e formas de prevenção, também aproveitamos em alguns espaços para realizar testes rápidos para sífilis.

Na interação com as pessoas, observamos que elas não possuem consciência de que qualquer método escolhido só funcionará se for utilizado da maneira correta. Nós explicamos que a eleição do método leva em consideração a idade, a frequência em que mantem relações sexuais, necessidades reprodutivas e a saúde da pessoa.

Estimulamos o uso da camisinha de forma isolada ou combinada com outro método, pois, é a única forma de evitar as Doenças Sexualmente transmissíveis (DSTs). No final de cada interação, foram recolhidas e explicadas as dúvidas e preocupações expostas pelos assistentes, as quais nos serve como mecanismo de feedback para os próximos encontros. Foi evidente que ainda persiste dificuldade para falar desses temas, assim como pouca preparação entre alguns de nossos profissionais.

 Com essa microintervenção pretendemos avaliar e otimizar aqueles indicadores que de forma direta permitem monitorar nosso impacto na comunidade, como:

  • Diminuir os preconceitos de comportamento e práticas sexuais ¨normais e anormais¨.
  • Estimular no maior uso dos meios contraceptivos disponíveis, como forma de diminuir as gestações não desejadas.
  • Diminuição, controle e tratamento oportuno das Infeções sexualmente transmissíveis.
  • Número de gestantes que iniciaram antes da 12a semana.
  • Percentual de gestantes que fizeram seis consultas pré-natais ou mais, consulta de puerpério e todos os exames básicos.
  • Número de recém-nascidos vivos e com baixo peso em relação ao ano anterior.

Nossa equipe, principalmente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), ficaram muito entusiasmados, pois tais ações permitem melhorar ainda mais nosso conhecimento e realizar uma abordagem mais resolutiva nesses temas tão polêmicos e rotulados pela sociedade. Também concordamos com a realização periódica de capacitações dada a relevância do tema.

 

 

 

 

 

 

1 Star2 Stars3 Stars4 Stars5 Stars (No Ratings Yet)
Loading...
Ponto(s)