Planejamento e direito reprodutivo.
Especializando:Alicia Espinosa López
Orientador: Cleyto César Sousa Silva
Quando falamos de planejamento ou planejar é importante abordar o conceito desta palavra, já que é uma ferramenta, que possibilita perceber, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a que o acoplamento se destina. Sendo, portanto, o lado racional da ação. Tratando-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos. (BRASIl, 2018)
A atenção em saúde sexual e em saúde reprodutiva é uma das áreas de atuação prioritárias da Atenção Básica à saúde. Deve ser ofertada observando-se como princípio o respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos. (BRASIL, 2010). A mulher e o casal de maneira livre e consciente tem o direito de escolher quando ter filhos, mas é importante guia-los e oferecer informações. Por isso que todos os profissionais das equipes de saúde devem estar preparados para desenvolver tarefas nas áreas abrangentes encaminhadas a orientar á população em quanto á importância do planejamento familiar, já que o mesmo trata-se do futuro da estrutura da família, no qual pode ser avaliadas varias condições individuais, projetos de vida, economia entre outro muito particular da pessoa.
Desenvolver esse trabalho não é tarefa simples, tendo em vista a alta complexidade que envolve o cuidado dos indivíduos e famílias inseridos em contextos diversos, onde é imprescindível realizar abordagens que considerem os aspectos sociais, econômicos, ambientais, culturais, entre outros, como condicionantes e/ou determinantes da situação de saúde. (BRASIL, 2010).
O panorama que se tem construído nas últimas décadas é o entendimento de que os direitos sexuais e reprodutivos fazem parte dos direitos humanos (LEMOS, 2014, p.245), então fica um pouco difícil para o profissional entrar direto estabelecendo uma fala sobre os mesmos já que cada pessoa conhece o direito de privacidade que tem. É preciso trabalhar mais este tema na sociedade, para que muitos que ainda não tem a mente aberta a novos conceptos e atitudes na atualidade fiquem mais receptivos, especialmente nas famílias de bairros com baixo nível econômico e cultural.
Nem todas as pessoas aceitam orientações e aconselhamento sobre sua vida privada, há algumas mais receptivas do que outras, dependendo do nível escolar ou social, ainda existem muito preconceito sobre esse tema em ocasiões por respeito, em outras por questões religiosas, ou simplesmente por privacidade do casal mesmo, que veem como uma decisão muito íntima, a qual tem que ser respeitada.
Na UBS Igarapé da Fortaleza a equipe 020 tem desenvolvidos diversas tarefas encaminhadas a orientar as famílias em quanto ao planejamento familiar, pré-natal e puerpério, as quais foram orientadas no quarto módulo da primeira unidade (Observação na unidade de saúde) do Eixo I do curso de especialização em saúde da família. Temos promovido diversas atividades sobre a decisão de ter filhos ou não, numa ação de saúde foram realizadas palestras sobre os diversos métodos anticoncepcionais, importância de usa-los para prevenir gravide não desejada, HIV/SIDA e outras doenças de transmissão sexual (DST) muito frequente na área, como sífilis e gonorreia, embora que na UBS sempre há preservativos e contraceptivos orais, foram avaliadas algumas mulheres em idade fértil e receberam na hora comprimidos e camisinhas, mais as adequadas indicações para manter relações sexuais protegidas e a idade mais convenente para ter filhos.
Aliás, desta atividade também foram promovidas as consultas de planejamento familiar, já que a equipe conta no cronograma de trabalho com um ou dois dias da semana com um horário para avaliar as mulheres de risco reprodutivo, segundo a demanda, onde são oferecidas informações de saúde na mulher, como manter tratamento nas doenças crônicas, dieta saudável, exercícios físicos, também é falada a importância do acompanhamento no pré-natal e cuidados do puerpério fisiológico e patológico. No caso que alguma precisar de atendimento especializado é encaminhada para o centro de diagnóstico da mulher, onde tem ginecologistas, e oferecem alguns exames, como ultrassonografia.
Na unidade de saúde se realizam test rápidos para Sífilis, HIV, Hepatites B, C, e coletas para PCCU. Nos casos de ser positivo é oferecida ajuda psicológica e tratamento médico segundo a doença, se precisar se encaminha para o centro de DST, onde existem profissionais capacitados nessa área em especifico, lá tem toda uma equipe e trabalho.
Como foram planejados nos módulos anteriores os ACS estão realizando busca ativa de gestante, sendo inclusiva em todas as mulheres em idades fértil, além disso, a equipe tem um dia da semana, de manhã só para pré-natal, aí as grávidas recebem uma consulta de qualidade, realizada pela médica ou enfermeira, são preenchidas corretamente as cadernetas, solicitados todos os exames da gestante por trimestres, e do marido no inicio do acompanhamento, se for necessário indicar tratamento médico como, por exemplo, para anemia, infecção urinaria, ou infecção vaginal, são oferecidos os medicamentos no momento, e em casos de risco como pre-clampsia, Diabetes Mellitus ou outros, são avaliadas pelo obstetra.
O cartão de vacinação é atualizado em cada caso, de acordo ao esquema nacional de vacina e o protocolo de grávidas. São dados a todas as gestantes os antianemicos orais mensalmente. Importante dizer que os parceiros sempre são convidados ás consultas para perguntar dúvidas sobre os cuidados da gravidez, frequências das consultas, para que estejam ao lado da paciente no momento do exame físico, e também podem apresentar queixas se tiver.
Sempre as gestantes são orientadas sobre a alimentação saudável neste período, exercícios aeróbicos, e a importância de retornar as consultas o dia agendado, assim como o retorno para o acompanhamento do puerpério e o recém-nascido, é falada a importância da amamentação até os seis meses de idade da criança, as vantagens e desvantagens da mesma, a ênfases sobre as consultas de puericulturas, para que seja avaliado corretamente o desenvolvimento da criança, mais agora que há uma pediatra na UBS e eles podem ter uma consulta especializada.
Apesar de todo o esforço ainda temos algumas fragilidades, como por exemplo, não contamos com ginecologista em nossa unidade, seria muito bom e de ajuda se contássemos com um profissional dessa área de saúde já que existem bastante demanda diariamente, também não temos ultrassonografia, mas como foi falado anteriormente, quem precisar é encaminhado para o centro de diagnóstico.
A equipe teve a possibilidades de refletir sobre alguns desafios que ainda não foram completamente desenvolvidos em nosso trabalho no dia a dia, os quais estão focados na saúde sexual em grupos diferenciados como os adolescentes e jovens, uma faixa etária muito complicada com a qual deve haver cautela na hora de falar temas como este, ou dar orientações, palestra sobre do mesmo. Ainda a equipe tende a organizar e trabalhar este assunto, em conjunto com professores, pais e psicóloga.
Com autorização dos pais uma pequena atividade sobre doenças de transmissão sexual e uso de camisinha, foi realizada na área, mas ainda não é suficiente porque não participaram o numero de pessoas previsto pela equipe, também não foi possível realizar palestras sobre estas temáticas na escolha que temos perto da unidade, existem pais que ainda não aceitam esses temas de sexualidade, orientação sexual ou DST, sobre todo por crenças religiosas ou preconceitos.
Por outro lado com todo o trabalho feito ainda há casais que não vão às consultas de planejamento familiar ou de infertilidades. É interessante que foram feitas perguntas para casos aleatórios sobre a causa da ausência á consulta e uma grande porcentagem das mulheres respondeu que por causa dos maridos não querem ir. A equipe tem claro que tem muito que trabalhar para reverter essa situação e mudar a forma de agir de alguns usuários, e assim continuar aperfeiçoando o trabalho na atenção primaria, para que cada dia o serviço oferecido pelo SUS seja de qualidade.
Refrencias:
– https://pt.wikipedia.org/wiki/Planejamento. Wikipédia 6 julho 2018. Visitada dois de agosto 2018 4:54pm. Brasil 2018
– Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva Cadernos de Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2010.
– Lemos, Adriana, (Direitos sexuais e reprodutivos: percepção dos profissionais da atenção primaria em saúde) Rio de Janeiro, V. 38, N. 101, P. 244-253, ABR-JUN 2014.
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