TÍTULO : ESTUDO DA DEMANDA ESPONTÂNEA E PROGRAMADA DA UBS PLANALTO.
COLABORADORA: YULIA BARNET RICARDO.
ORIENTADOR: TULIO FELIPE VIEIRA DE MELO.
A AtençãoBásica (AB) ou Atenção primária a Saúde (APS) se caracteriza pela grande proximidade ao cotidiano da vida das pessoas e coletivos em seus territórios, sendo as Unidades Básicas de Saúde (UBS) o tipo de serviço com maior grau de descentralização, além de ser uma das principais portas de entrada do sistema de saúde e atenção básica, tem que se constituir uma porta aberta capaz de dar respostas positivas aos usuários, não podendo se tornar simplesmente um lugar burocrático e obrigatório de passagem para outros tipos de serviços.( Brasil 2012)
Os princípios pelos quais se deve orientar a APS são 6, o primeiro contato, a longitudinalidade, integralidade, coordenação, abordagem familiar, e enfoque comunitário. Prestando grande importância ao primeiro contato como ponto de partida para alcançar uma melhor atenção ao paciente e a família. ( Brasil 2012)
Em minha unidade, Planalto, do município NovaCruz, temos a maioria dos atendimentos por consulta agenda e deixamos determinadas vagas para casos de demanda espontânea avaliando prioridades e urgências que podem ocorrer no dia a dia.
Outro princípio essencial é a integralidade onde a APS deve identificar os problemas de saúde da população e os recursos necessários para resolvê-los, garantindo uma atenção que seja resolutiva.O acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidados reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas. ( Brasil 2012)
Nossa equipe considera que atender a demanda espontânea é importante porque o usuário também define com formas ou graus variados o que é necessidade de saúde para ele, porque pode acontecer que como cada indivíduo é diferente, o que realmente não constitui uma emergência para nós durante a triagem, para esse paciente é uma necessidade a resolver o quanto antes. Aqui então o acolhimento se mostrafundamental, com esforço do diálogo e compreensão, sem o qual são produzidas situações que se materializam, em queixas, retornos repetitivos e busca por outros serviços. Nossa equipeatende e analisa cada paciente e o problema que manifesta.
É importante que as UBS, estejam abertas e preparadas para acolher o que não pode ser programado, as eventualidades ou imprevistos como pacientes com febre, cefaleia, pressão arterial alta, vômitos, diarreias, lesões infectocontagiosas da pele, conjuntivite, ardor e dor ao urinar, entre outras, que não podem esperar para agendar uma consulta programada. É então que em nossa equipe trabalhamos constantemente na preparação do pessoal que está na recepção quando o paciente chega em nossa unidade e a aquele pessoal que se encontra fazendo a atividade de triagem.
O acesso com equidade deve ser uma preocupação constante no acolhimento à demanda espontânea. A equidade, como um princípio de justiça, baseia-se na premissa de que é preciso tratar diferentemente os desiguais (diferenciação positiva) ou cada um de acordo com a sua necessidade, corrigindo diferenciações injustas e negativas e evitando iatrogenias devido à não observação das diferentes necessidades.( Brasil 2012)
Como fazer isso no cotidiano dos serviços, onde muitas vezes chegam, ao mesmo tempo, várias pessoas com necessidades distintas? Uma estratégia importante de garantia de acesso comequidade é a adoção da avaliação/estratificaçãode risco e de vulnerabilidades como ferramenta, possibilitando identificar as diferentes gradações de risco, as situações de maior urgência e, com isso, realizar as devidas priorizações. (Brasil 2012)
Mas não basta olhar o risco em termos biológicos. É essencial lembrar que há algumas condições que aumentam a vulnerabilidade das pessoas, e que o acolhimento representa grande oportunidade de incluí-las, de inseri-las em planos de cuidado – pois é um momento em que o usuário está buscandoajuda e, em geral, está mais aberto e com a intenção de criar algum diálogo com a equipe de saúde. Por exemplo, uma criança desnutrida que não é levada às consultas de puericultura há oito meses, um homem de 50 anos que vai a um serviço de saúde pela primeira vez depois de muitos anos, uma mulher em idade fértil (sem realizar Papanicolau há quatro anos) que trabalha como diarista (sem carteira assinada) e cuida sozinha de três filhos menores de idade; se eles procuram a unidade com um problema clinicamente simples e de baixo risco, esse momento é oportuno também para ofertar ou programar outras possibilidades de cuidado.
É de destacar que nossa equipe conta com pessoas capacitadas em cada área, os agentes de saúde sensibilizados e conhecedores da área que atendem, a técnica de enfermagem e enfermeira que em ausência dela se responsabiliza pela triagem, isso e a unidade no trabalho da equipe, o esclarecimento oportuno de dúvidas constituem potencialidades para nós lograr um melhor acolhimento tanto da demanda programada como da demanda espontânea de nossa população.
Também temos logrado que a população saiba identificar na maioría dos casos quando a situação que apressentam é um problema de saúde que necessita de atendimento de urgéncia e quaando é para agendar uma consulta. Para alcançarisso aproveitamos marcos de palestras, interação pessoal durante as consultas e as visitas domiciliares. Outra potencialidade a destacar é que nos esforçamos por encaminhar o menor número de pacientes possível para o pronto atendimento do hospital, tentando a maior resolutividade na unidade. Para dar continuidade e aperfeiçoamento de nosso trabalho, a equipe em cada reunião de programação, que se faz mensal, trata diversos temas docentes para incrementar a preparação de cada um dos membros.
Podemos sinalar como dificuldades que não dependem da parte humana, como que não sempre contamos com os recursos materiais para realizar procedimentos simples que podem ser praticados na unidade como, por exemplo, alguns materiais para fazer curativos, em ocasiões faltam as fitas para verificar a glicemia, o tensiómetroquebra, e então é motivo para encaminhar esse paciente para outra unidade. Da parte humana podemos sinalar que no princípio foram más difíceis porque o pessoal não estava bem capacitado na recepção ou na triagem para determinar as prioridades, pela falta de experiência na atenção básica de saúde, más considero um logro muito alentador que dia a dia vamos melhorando esse aspecto, e que nosso trabalho em equipe e a vontade de aperfeiçoamento nos acompanham sempre em cada ação.
REFERENCIAS :
Brasil. Ministerio de Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Autoavaliação para a melhoría do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica : AMAQ/ Ministerio de Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica.- Brasilia : Ministerio de Saúde, 2012.
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