11 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO:Acolhimento à Demanda Espontânea e Programada na UBS Maria da Graça Costa Santana

ESPECIALIZADO: YANELYS DIAZ MONETRREY

ORIENTADOR: MARIA HELENA PIRES ARAUJO BARBOSA

          O acolhimento é uma das diretrizes de maior relevância ética/estética/política da Política Nacional de Humanização do SUS e é uma atitude que implica estar em relação com algo ou alguém. É exatamente nesse sentido, de ação de “estar com” ou “estar perto de” que o acolhimento permeia a atenção à saúde na unidade básica (BRASIL, 2010).

           O acolhimento funciona como uma das bases para a humanização da assistência nas instituições, a fim de possibilitar resolutividade, vínculo e responsabilização entre trabalhadores de saúde e usuários, contribuindo na democratização e na melhoria da qualidade da assistência prestada e se constitui em instrumento potente para a reorganização da atenção à saúde na atenção básica.

            Sabendo isso a equipe de saúde da unidade básica em que atuo realizou uma reunião para discutir como estava sendo feito o atendimento no serviço para identificar questões como: qual era o “caminho” do usuário desde o momento que chega ao serviço de saúde? Por onde entra? Quem o recebe? Como o recebe? Quem o orienta? Quem o atende? Para onde ele vai depois do atendimento? Enfim, todas as etapas que percorre quando adentra a Unidade Básica de Saúde (UBS) e como é atendido em cada uma dessas etapas.

            Na nossa UBS o usuário é acolhido primeiramente pela secretaria na sala de espera; Quem dá as primeiras orientações e direciona a recepção para obter seu prontuário, para logo dirigir-se a sala de enfermeira, técnica de enfermagem ou médica para ter as queixas ouvidas e ser submetida à classificação de risco. A partir desse diagnóstico a equipe pode se programar para quantas consultas de demandas espontânea e programada serão disponibilizadas; Quantas consultas serão destinadas aos retornos de rotina aos usuários programados; Como organizar a agenda do médico, da enfermeira e da dentista; Assim como organizar o atendimento no curativo, na vacina, e em outros setores da Unidade de Saúde.

            A partir da análise feita a equipe definiu como principais problemas o horário de atendimento que contribuía para que os usuários tivessem que acordar muito cedo para chegar a UBS que é longe para muito desses. além disso, tinham que fazer e aguardar em uma grande fila para ser atendidos. O outro problema foi que os usuários estavam sendo direcionados para atendimento com um membro de outra equipe que era desconhecido para o usuário, mesmo que o médico ou enfermeira estivesse presente. Isso acontecia porque a agenda de consultas do médico/enfermeira estava lotada. Nesse caso a continuidade dos cuidados ficava prejudicada.

            Então para dar solução a esses problemas a equipe traçou como estratégias fazer levantamentos e análises, dos modos de organização do serviço e dos principais problemas enfrentados; Realizar rodas de conversas objetivando a coletivização da análise e a produção de estratégias conjuntas para enfrentamento dos problemas; Criação de uma planilha destacando as etapas com dificuldades, as tentativas que fracassaram e os avanços que serão discutidos em cada reunião de equipe.

            Espera-se que com essas soluções a equipe possa reduzir/eliminar filas, melhorar a organização do atendimento com base em riscos priorizados e a adequação da capacidade de resolubilidade. Sendo assim, os usuários que necessitam de atendimento serão agendados para o mesmo dia e algumas demandas podem ser agendadas para o futuro. Ademais, com a continuidade da mesma vamos fortalecer os vínculos equipe de saúde-usuários, além de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos, garantindo a satisfação da população.

            Como potencialidades com o acolhimento percebe-se a descentralização do atendimento, redução da demanda reprimida, diminuição das filas, humanização das ações e aumento da comunicação entre as equipes. Como desafios tempo reduzido para o atendimento.

            Esta microintervenção teve impacto em toda a equipe, pois o acolhimento com postura e na prática nas ações de atenção e gestão das UBS favorece a construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários com as equipes e os serviços. Desta forma ele contribui para a promoção da cultura de solidariedade e para a legitimação do sistema público de saúde. Favorece, também, a possibilidade de avanços na aliança entre usuários, trabalhadores e gestores da saúde em defesa do SUS como uma política pública essencial para a população brasileira.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasilia: Ministerio de Saúde, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_producao_saude.pdf. Acesso em: 24 de junho de 2018.

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