TITULO: Experiência com o acolhimento, UBS Remédios.
ESPECIALIZANDO: SILENAYS VILLALON BATISTA
ORIENTADOR: TULIO FELIPE VIEIRA DE MELO
COLABORADORES: Enfermeira: Michelle Dell Ínsua, Técnica de Enfermagem: Gezia Seabra.
A Atenção Primária, de acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação da manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. A Atenção Primária à Saúde (APS) deve ser orientada pelos seguintes princípios: primeiro contato; longitudinalidade; integralidade; coordenação; abordagem familiar; e enfoque comunitário. (1)
Pela sua organização, a Atenção Primária/Saúde da Família deve-se constituir como primeiro contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde, contribuindo para a sua organização e atuando de forma integrada com os demais níveis de atenção. Esse contato não significa simples meio de encaminhamento aos demais níveis de atenção, pois, pelo fato de a Atenção Primária/Saúde da Família fazer parte de uma rede de atenção de cunho integral e longitudinal, mesmo quando referenciada a outro nível de atenção, continua sendo corresponsável e principal referência para a população adstrita. (1)
O princípio do primeiro contatorefere-se ao fato de ser o ponto de entrada mais fácil e próximo do usuário para os serviços de um sistema de saúde, portanto, a acessibilidade advoga por um local de atendimento próximo e que não prejudique ou atrase o diagnóstico e as intervenções necessárias para se resolver um determinado problema de saúde. (1)
O acolhimento é uma das diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH) propõe uma mudança no processo de trabalho a fim de atender todos àqueles que procurem os serviços de saúde na UBS, entendido como uma postura para buscar respostas ás necessidades dos usuários, ainda que não fossem clínicas, esse tipo de vinculo é capaz de gerar satisfação e segurança sendo fruto de um atendimento baseado na escuta e no bom desempenho dos profissionais. É uma escuta qualificada que não tem horário nem lugar programado é feito desde a porta da unidade de saúde, traduz-se como recepção do usuário nos serviços de saúde desde sua chegada, responzabilizando-se, integralmente com ele ouvindo sua queixa, permitindo que ele expresse suas preocupações, implica trabalho em equipe assegurando resolutividade, orientando ao paciente e sua família e continuidade aos outros serviços de saúde se fosse necessário. (2)
Nossa UBS Remédios, localizada na zona rural do município Brejinho, atendendo quatro microáreas com uma frequência de atendimentos semanal em duas comunidades e quinzenal nas outras duas. Há um ano não era feito acolhimento com estratificação de risco, os usuários chegavam à unidade desde muito cedo para pegar uma ficha para atendimento médico ou de enfermagem e só ficavam cinco vagas para atendimentos de urgências. Com esse método de trabalho a população ficava descontente, pois muitas ocasiões tinham que viajar até a cidade para procurar atendimento no hospital municipal, fato que recarregava os atendimentos da atenção secundária com doenças que podiam ser solucionada na atenção básica e nossa equipe recebia reclamações dos pacientes e da gestão municipal.
Por sugestão do supervisor pedagógico do programa mais médico comecei a fazer cursos da AVASUS online porque não tinha começado a especialização em saúde da família e me matriculei no curso de Introdução ao acolhimento ofertado pela UFSC, e assim depois de incorporar esses conhecimentos reunimos a equipe e começamos a debater como implementar o acolhimento com estratificação de risco no dia a dia, foi um desafio que toda a equipe enfrentou em conjunto com os pacientes, e introduzimos na nossa unidade o acesso avançado.
Desde o início da mudança a população adorou a estratégia tomada pois os atendimentos passaram a ser mais dinâmicos e integrais envolvendo a todos os profissionais da unidade, foram feitas palestras na sala de espera durante duas semanas para explicar á população a adequação do trabalho, instauro-se um livro ata onde o profissional que faz o acolhimento registra o nome, idade, queixa e resolutividade do caso, que é avaliado semanalmente nas reuniões de equipe, com o objetivo de conhecer o perfil das demandas. Colocamos os fluxogramas das demandas espontâneas espalhados por toda a unidade e foram realizadas ações cada mês com as doenças mais frequentes atendidas na demanda espontânea e programada.
Em consonância com a Coordenação de Atenção Básica foi colocado um banner com os procedimentos realizados na unidade, os nomes de todos os profissionais com suas respectivas funções e a identificação das salas em todas as portas da unidade. Além de nossa unidade não contar com sala específica de acolhimento, pois a estrutura física não é adequada, não está nos padrões que preconiza o Ministério da Saúde, o acolhimento é feito em um local mais reservado na sala de espera. Um aspecto importante válido de destacar é que desde que nossa equipe começou na implantação do acolhimento conseguiu-se eliminar as longas filas para pegar uma ficha para ser atendido, porque os pacientes estão cientes que são escutados e acolhidos no mesmo dia e encaminhado ao profissional correspondente de acordo a estratificação de risco, também percebemos o estreitamento da relação multidisciplinar que produziu mais solidariedade, enriquecendo os laços profissional–usuário, elevando o nível de satisfação da população atendida por nossa equipe.
Figura 1. Fluxograma de acolhimento.
Referências
Saúde, 2012d. (Série E. Legislação em Saúde). Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf>. Acesso em: 11 maio. 2018
da Saúde, 2013a. (Cadernos de Atenção Básica, n. 28, v. 1). Disponível em: <http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_demanda_espontanea_cab28v1.pdf>.
Acesso em: 18 maio. 2018.
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