RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA E PROGRAMADA NA UBS POV. SAQUINHO, EM TOBIAS BARRETO (SE).
ESPECIALIZANDO: RENAN XAVIER PINHEIRO
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
É de fundamental importância que para um bom atendimento nas unidades básicas de saúde exista uma organização do serviço quanto à demanda. Para que isto aconteça o acolhimento seria a ferramenta ideal. O acolhimento é capaz de organizar a demanda e não se limita ao ato de receber e sim de uma sequência de modos do processo de trabalho na relação com o usuário dentro e fora da unidade, substituindo a mera triagem, de forma que torne o atendimento mais humanizado (SOUZA et al., 2008; DANTAS et al., 2012) .
Na UBS Pov. Saquinho, na maior parte do tempo, está ocorrendo atendimento da demanda programada. A grande parte destes atendimentos ocorre devido a doenças crônicas. Existem também atendimentos referentes a programas de prevenção ao câncer de colo de útero e mama; puericultura e saúde bucal. Está última ocorre 1x/sem através de uma unidade móvel.
Após uma reunião com a equipe para discutir os principais problemas com relação à demanda de atendimento na unidade, percebemos que entre eram: a sobrecarga nos atendimentos; as renovações excessivas de receitas controladas, sem horário definido para renovação dessas receitas as quais eram realizadas de forma aleatória; a ausência de um agendamento programado das visitas domiciliares, na qual em determinadas semanas essas visitas não eram realizadas; e a falta de reuniões para planejamento da demanda.
A ausência cotidiana de planejamento leva a uma baixa resolutividade além de uma possível desmotivação da equipe quanto as próximas ações. Portanto foi necessário programar mais reuniões para prosseguir e tomar atitudes quanto aos próximos passos decididos no encontro.
A causa principal dessa conturbação da demanda, apontada por todos, foi a desorganização da agenda de trabalho e as demais foram: a falta de um programa para acompanhamento de doenças crônicas; ausência de educação continuada; a indefinição de um cronograma de reuniões sistemáticas com a equipe, para planejamento das ações futuras; e a ausência de ações educativas frequentes.
Decidimos então organizar alguns pontos incialmente, que seria, fazer atendimentos das doenças crônicas, puericultura, gestante e coleta citopatológica em dias específicos, além de separar um número determinado de fichas para as receitas controladas de acordo com a demanda local.
A região possuí 7 locais de atendimento, geralmente demora 15 dias para ocorrer o atendimento novamente naquele mesmo local, por se tratar de uma unidade rural. Como a demanda de puericultura e gestante é baixa em cada unidade, seria possível fazer os dois tipos de atendimento no mesmo dia para um melhor aproveitamento da demanda, além de aproveitar esse dia para fazer palestras educativas. Também ficou acertado de separar os pacientes os quais mais necessitam de atendimento domiciliar e fazer visitas programadas.
Através dessa organização de agenda o que se espera é melhorar o atendimento individual, além de executar atividades de promoção e prevenção da saúde. Com um cuidado continuado com visitas domiciliares e atendimentos programados, espera-se melhorar inclusive o vínculo entre a equipe e a comunidade. Também é possível reduzir a demanda de atendimentos hospitalares de forma desnecessária.
Referências
DANTAS et al. Organização da demanda em unidade de saúde do exército: estudo de caso. Odonto, Piracicaba, v.39, n.20, p.131-140, 2012.
SOUZA, E. C. F. et al. Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da percepção dos usuários e profissionais de saúde. Cad Saúde Publica, v.24 Supl 1, p.100-110, 2008.
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