TITULO. ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA E PROGRAMADA
Dr. JOSE OSCAR HERNANDEZ NUNEZ
FACILITADOR PEDAGOGICO. JANIO RODRIGUES REGO
O acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas. Em outras palavras, ele não é, a priori, algo bom ou ruim, mas sim uma prática constitutiva das relações de cuidado. Sendo assim, em vez (ou além) de perguntar se, em determinado serviço, há ou não acolhimento, talvez seja mais apropriado analisar como ele se dá. O acolhimento se revela menos no discurso sobre ele do que nas práticas concretas.
A minha Unidade Básica de Saúde (UBS), vem tentando oferecer as melhores condições de atendimento para o paciente e de trabalho para a equipe de saúde, o esforço é diário e estamos atendo as demandas que começam na sala de recepção. Mesmo sendo na atenção básica a organização da atenção à saúde, de maneira regionalizada, contínua e sistematizada, visando atender a maioria das necessidades de saúde de uma determinada população (indivíduo e comunidades), com ações preventivas e curativas, a UBS ainda enfrenta a problemática da demanda espontânea com agenda programada.
Mesmo com toda atenção e a tentativa da equipe na organização e manejo do paciente dentro da UBS, temos enfrentado o problema em relação ao agendamento programado e da grande demanda espontânea. Diante dessa situação, foi verificada alta demanda espontânea e a necessidade de criação de uma agenda programada, com isso, priorizando os casos de atenção imediata sem trazer prejuízos no atendimento dos casos de atenção crônica. Visto dessa forma, compreende-se que o presente seja extremamente importante. A equipe de profissionais que atuam na minha UBS tem deixado bem claro que a escuta e o acolhimento do usuário, são ações que requerem atenção, tempo e disponibilidade, temos o papel garantidor em colocar em prática as mudanças no processo de trabalho para efetivamente garantir para o paciente um acolhimento humanizado e que responda suas expectativas.
O objetivo geral desta microintervenção foi de elaborar um plano de intervenção com vistas a organizar uma agenda programada que vise diminuir a demanda espontânea e os objetivos específicos: conhecer as problemáticas do atendimento na UBS a partir de reuniões com a equipe de profissionais e lideranças comunitárias, discutir com a equipe de profissionais da atenção básica à saúde a proposta de uma agenda programada com a adesão da comunidade local como estratégia de redução da demanda espontânea na UBS e Implementar a agenda programada com expectativa de melhor qualidade na base de atendimento aos usuários da UBS.
A equipe realizou um levantamento dos atendimentos de janeiro a abril de 2018, e os resultados sobre a procura por atendimento por parte da demanda espontânea ficou em torno de 62% do total de consultas. A partir destes dados, elaboramos uma agenda programada com todos os pacientes com doenças crônicas, gestantes, crianças e adultos em risco. Essa informação foi enviada para os pacientes através dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que também aproveitaram o momento para atualizar o cadastro dos pacientes em cada grupo de risco, registro dos dados sociais e acompanhamento dos pacientes que estão em tratamentos com doenças crônicas.
Isso permitiu que nos primeiros vinte e um dias do mês de maio de 2018 a procura por agendamento programado atingisse um total de 93% das consultas na UBS. O perfil do atendimento programado com mais prevalência foi desde as doenças crônicas descompensadas, pré-natal, puericultura a pacientes já em tratamento sem acompanhamento anterior. O perfil identificado para demanda espontânea foram de pacientes com doenças gastrointestinais e respiratórias.
A dificultade mais forte foi a mobilização do paciente em relação a consulta agendada, pois moram em comunidades a mais de 20-30 km da UBS: O equipe constatou uma redução do atendimento por demanda espontânea e isso permitiu realizar um melhor atendimento para a população.
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