TÍTULO: A IMPORTANCIA DO ACOLHIMENTO: ’’O PRIMEIRO CONTATO’’
ESPECIALIZANDO: DRA. ISNAYEISI BERNAL RODRIGUEZ
ORIENTADORA: MARIA BETANIA MORAIS DE PAIVA.
COLABORADORES: EQUIPE DA UNIDADE BASICA DE SAÚDE.
A atenção básica pode ser definida como um conjunto de ações em prol da saúde, tanto no âmbito individual quanto coletivo, abrangendo promoção e proteção da saúde, bem como prevenção de agravos (1).
Dentre seus fundamentos está o acesso universal e contínuo ao sistema de saúde. Nesse contexto, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem garantir mecanismos que assegurem a acessibilidade e o acolhimento dos usuários com uma lógica organizacional que otimize este princípio, empenhando-se em construir estratégias que promovam mudanças na rotina dos serviços (2).
Baseado nisso, o acolhimento com avaliação e classificação de risco insere-se como uma intervenção potencialmente decisiva na reorganização e realização da promoção de saúde em rede, executando-se a partir da análise, problematização e proposição da própria equipe em relação ao usuário (3).
O acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas (4).
O acolhimento não deve se restringir a uma triagem para atendimento médico. Organizar-se a partir do acolhimento dos usuários exige que a equipe reflita sobre o conjunto de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades de saúde da população, pois são todas as ofertas que devem estar à disposição para serem agenciadas, quando necessário, na realização da escuta qualificada da demanda. É importante, por exemplo, que as equipes discutam e definam, mesmo provisoriamente, o modo como os diferentes profissionais participarão do acolhimento. Quem vai receber o usuário que chega; como avaliar o risco e a vulnerabilidade desse usuário; o que fazer de imediato; quando encaminhar/agendar uma consulta médica; como organizar a agenda dos profissionais; que outras ofertas de cuidado, além das consultas que podem ser necessárias etc. Como se pode ver, é fundamental ampliar a capacidade clínica da equipe de saúde, para escutar de forma ampliada, reconhecer riscos e vulnerabilidades e realizar/acionar intervenções (4).
Por tanto, nossa equipe assumiu a tarefa de estabelecer uma estratégia para um adequado acolhimento na unidade de trabalho, tendo em conta os princípios da atenção básica, em especial, a prevenção. Na reunião que realizamos, o principal objetivo e diretriz de trabalho da unidade é saber solucionar aquelas situações do dia a dia que se apresentam e cada pessoa que chegue procurando um atendimento seja bem recebido e o mais importante que tenha uma resposta imediata com uma solução. Dessa maneira, a população sabra como funciona o acolhimento e que não vai ficar sem assistência e terá conhecimento dos serviços que se oferecem na unidade básica de saúde.
Em um primeiro momento, todos os membros da equipe serão participes ativos do acolhimento porque todos são importantes e desempenham um trabalho indispensável, mais ainda para aqueles pacientes que são novos na área ou que vão por primeira vez na unidade, ou simplesmente, não tem conhecimento algum de que é uma unidade básica de saúde e seu funcionamento interno.
Em nossa unidade quando o usuário chega em busca de informações sobre os serviços ou atendimentos, tem seu primeiro contato com o pessoal da recepção que é o encargado de esclarecer todas as informações gerais da unidade, assim como, explicar os passos a seguir para finalmente ser atendido em correspondência com a doença ou necessidade pessoal. Além disso, é realizada uma palestra no início do dia de trabalho onde de forma muito prática quais os serviços ofertados a cada dia. Também contamos com murais informativos sobre o cronograma de cada profissional da unidade e como funcionam os agendamentos de cada um.
Nessa lógica contamos com o pessoal de enfermaria onde a técnica de enfermagem realiza o acolhimento de cada paciente que consiste na busca do prontuário familiar já identificado pela recepção e em seguida, é realizada a escuta dos pacientes que passarão ser atendidos. No entanto, para os pacientes que chegam no meio do expediente procura-se acolher sua demanda de modo que a depender de sua necessidade possa ser atendido no mesmo dia, ou no dia seguinte. Sempre se procura solucionar a necessidade do usuário esclarecendo os critérios de acesso para cada tipo de consulta, seja atendimento espontâneo, programado ou urgência. Dessa forma a população conhece as prioridades com que trabalha a unidade de saúde, pois cada paciente é singular.
Além da enfermeira, participam de forma ativa nesse processo os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) apoiando cada passo em particular e dando continuidade nas diferentes demandas de suas microáreas.
Como dificuldade destaca-se a elevada demanda na unidade por procedimentos, tendo em conta o total da população que são mais de 2000 pessoas cadastradas. São vários os pacientes que chegam precisando de nossos serviços e que o tempo operacional não é suficiente para todos, mais sendo assim, sempre a equipe procura e encontra uma solução para garantir o serviço em questão, uma vez que a saúde que é o mais importante.
Outra estratégia utilizada em nosso município diz respeito a orientação e informação de todas as unidades básicas de saúde e seu funcionamento para a população do território. Finalmente, temos um grande desafio na atenção básica a saúde, porém, isso não vai a impedir que todos os profissionais entreguem o máximo esforço para que a população seja bem recebida, como deve ser.
Equipe de Saúde.
Referências
1-Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
2- Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência: um paradigma ético-estético no fazer em saúde. Brasília (Brasil): Ministério da Saúde, 2006.
3- Ministério da Saúde. Secretária-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza.SUS: acolhimento com avaliação e classificação de risco: um paradigma ético-estético no fazer em saúde. Brasília (Brasil): Ministério da Saúde, 2004.
4- Ministério da Saúde. Secretária da Atenção Básica a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Série A. Normas e Manuais Técnicas. Cadernos de Atenção Basica,n.28,VolumeI.Brasilia,2011.
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