Aperfeiçoamento da equipe para implantar o acolhimento.
A reorganização do processo de trabalho das equipes da Estratégia de Saúde da Família constitui um importante instrumento de humanização da atenção à saúde na medida em que possibilita ampliação do acesso dos usuários aos serviços de saúde.
O acolhimento é um processo tecnoassistencial que infere a modificação da conexão que existe entre o profissional e o usuário e sua rede social através de princípios de solidariedade, técnicos, éticos, e humanitários, considerando ao usuário como o participante ativo no processo de geração de saúde.
No cenário atual de desvio do fluxo para atendimentos de urgência e emergência, nota-se uma piora nos índices de saúde e maior gasto público devido à complicação de comorbidades crônicas ou doenças agudas, que ocupam leitos de atendimento terciário. Além disso, geram menor vínculo do paciente com a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), fazendo-o buscar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) sempre que necessário.
O acesso avançado é um método de agendamento que permite maior absorção da demanda espontânea e tem como objetivo “fazer o trabalho de hoje, hoje” (São Paulo 2017). Já implantado em minha Unidade Básica de Saúde (UBS), está mostrando um alto índice de sucesso, com aumento do número de atendimentos.
A implementação do sistema de acesso avançado através de nossa microintervenção permitiu o atendimento em demanda espontânea absorvendo a parcela da população não adequada ao atendimento programado além de reduzir os atendimentos desnecessários na emergência e o número de internações.
A implementação do sistema de acesso avançado foi realizada por meio de reuniões com a equipe para orientação; incluindo uma fase de transição para adequação da população. Como resultado da implementação diminuiu o tempo de espera por uma consulta médica, o número de faltas às consultas médicas e aumentou o número de atendimentos médicos da população.
Dentro das principais dificuldades em nossa Unidade Básica da Saúde foram encontradas a formação de filas, antes da abertura da unidade tanto no período da manhã como o período da tarde, de usuários que não conseguiam consulta através do agendamento. Além da inexperiência de alguns profissionais para avaliar e classificar cada paciente de acordo com o risco e assim estabelecer uma adequada ordem de prioridade para receber o serviço médico.
Outras dificuldades encontradas foi a falta de materiais e instrumentos de trabalho para a realização de um adequado acolhimento.
A população também não tem muita percepção do risco em quanto as doenças crônicas não transmissíveis e não tem uma adequada adesão ao tratamento médico imposto pelo que chegam muitos à consulta descompensados de suas patologias, principalmente os hipertensos.
Existe problema também com a identificação da população mais vulnerável pelos agentes comunitários de saúde (ACS), o que dificulta o diagnóstico oportuno e acompanhamento em consulta médica.
A equipe de saúde se reuniu para discutir as possíveis soluções e a seguir apontamos algumas das sugestões para melhoria na nossa UBS:
O adequado acolhimento por meio das ações de atenção e gestão nas unidades de saúde beneficia o relacionamento e aumenta a confiança dos pacientes com a equipe e os serviços,permite a promoção da cultura de solidaridade e legitimação do serviço público de saúde. Fortalecendo também os laços e aliança entre os trabalhadores, os pacientes e gestores em defesa do Sistema Unico de Saúde como elemento fundamental para a comunidade brasileira.
REFERÊNCIAS:
FERNANDES, S. V. O Acolhimento no Processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Minas Gerais. UFMG–MG, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à Demanda Espontânea. Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume I.1ª edição 1ª reimpressão. Brasília – DF, 2013.
NEVES, B.A. Implementação do Acesso Avançado na Unidade de Estratégia Saúde da Família VI- Morumbi. Jardinópolis-SP. São Paulo, 2017.
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