17 de julho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: AÇÕES E CAPACITAÇÃO PARA O APERFEIÇOAMENTO DO PROCESSO DE ACOLHIMENTO NA UNIDADE DE SAÚDE VILA SÃO BERNARDO – LUÍS GOMES/RN.

ESPECIALIZANDO: DUNIA MADRIGAL GONZALEZ.

FACILITADOR: ISAAC ALENCAR PINTO.

 

    A Estratégia de Saúde da Família (ESF), se apoia na promoção da saúde e na prevenção das doenças e agravos, além de tratar as mais comuns, é o alicerce do que nós aprendemos na saúde pública. Um de seus princípios primordiais é a atuação incorporada e humanizada. O acolhimento é uma das principais ações para a humanização da atenção. O indivíduo espera ser acolhido, entendido em suas necessidades, examinado, orientado e principalmente sentir-se confiante que está tendo a devida atenção e responsabilidade dos profissionais em preservar, revigorar ou resgatar seu bem-estar. “Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito, agasalhar, receber, atender” (FERREIRA, 1975, p. 27). 
      Inúmeros aspectos são indicados como dificuldades para o avanço de um acolhimento adequado, dentre esses aspectos podemos citar: a pressão da demanda, que acarreta um tempo menor para o atendimento, espaço físico inapropriado e a questão da instantaneidade pertencente à nossa sociedade na atualidade. Esses fatores, criam sentimentos de aflição, aborrecimento e uma apreensão frequente no dia a dia destes trabalhadores.

     O acolhimento é a maneira de realizar os procedimentos de trabalho em saúde, de forma a considerar aqueles que buscam os serviços, admitindo uma postura capaz de receber, ouvir e definir respostas mais convenientes aos usuários. Resulta proporcionar um atendimento com responsabilização, informando e orientando o paciente e a família em relação a outros serviços de saúde para continuidade da assistência, é uma prática que deve estar presente nas relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores de saúde e pacientes, podendo ocorrer de várias formas. Conforme o Ministério de Saúde (2004), o acolhimento não é um espaço ou um lugar, mas uma postura ética voltada ao direito e à solidariedade humana.

      Para acolher os usuários nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), é necessário admitir uma postura capaz de ouvir com interesse e dar respostas mais convincentes às necessidades referidas. Exercer acolhimento não é ato restrito à recepção da unidade na resolução de problemas de demanda diária. Deve acontecer em todo e qualquer contato com o usuário e estar incluso por todos os profissionais de saúde.     

Um acolhimento planejado e bem executado pode ser compreendido como uma atitude tecnológica do cuidado, que reorganiza o processo de trabalho das atividades das equipes de saúde com direcionamentos utilizando novos modos de receber e escutar os usuários da Atenção Básica (BRASIL, 2011).

     O Acolhimento não será bem-sucedido se não for amplo, ou seja, se todos aqueles que fazem parte de maneira direta ou indireta não participarem de modo intensivo. Esta estratégia é uma iniciativa incorporada, em que acolhedores e acolhidos incorporam suas colocações e conhecimentos o tempo inteiro. É da maior relevância investir na promoção do servidor, protegendo e resgatando por meio do trabalho a sua imagem pessoal, o que certamente daria o que falar na efetivação de uma boa imagem institucional. (MENDES, 2002).

Anteriormente, em nossa unidade básica, não existia o processo de acolhimento. Era realizado através de fichas por ordem de chegada dos pacientes, já que o local de atendimento não se adaptava a estrutura de uma unidade de saúde. Após a reforma conseguimos ter espaço adequado e algumas condições para o desenvolvimento das atividades.

     Como o intuito essencial desta intervenção é aperfeiçoar o processo de acolhimento na UBS Vila São Bernardo com a participação de todos os profissionais da equipe, para melhoria do atendimento humanizado, o que por sua vez conduz a criação e condições acolhedoras no ambiente de trabalho, através da capacitação do pessoal. Vale ressaltar, que tal responsabilidade não deve recair sobre os ombros de um único profissional, pois cada um possui um papel em relação ao próprio desenvolvimento da equipe como um todo.

    Foi necessário reunir toda a equipe para criar uma estratégia de capacitação voltada aos funcionários da Unidade, para então facilitar o trabalho. O espaço deste encontro foi na sala de reuniões no dia 22 de maio, as 14h00, com participação de todos os funcionários. Foram apresentados o conceito e a importância do acolhimento ideal e a responsabilidade de uma escuta adequada.

Durante a reunião, foi proposto pela enfermeira, a habilitação de um local próximo a porta de entrada dos usuários, para facilitar o fluxo dos pacientes para as demais consultas de atendimento. Os agentes comunitários de saúde sugeriram a realização de entrevistas aos pacientes de suas microáreas de saúde com o objetivo de identificar os principais problemas no processo de acolhimento pelos funcionários da UBS, e desta forma trabalhar em função das dificuldades, proposta que foi aprovada pelo restante dos membros da equipe.

   Em relação a capacitação do pessoal, precisou ter um alcance muito amplo, incluindo ter estratégias de desenvolvimento pessoal, que compreendam a frequência em palestras, cursos e seminários, além de rodas de conversas objetivando o analise e produção de estratégias conjuntas para enfrentar os problemas que surgem no dia a dia. Outra estratégia foi sistematizar reuniões mensais de avaliação e elaboração do cronograma com atividades e definição de quem assumira o acolhimento de demandas diariamente, criação do mapeamento do fluxo de usuários na unidade com o modo de organização dos serviços. (ANEXO I).

      Considerando que o acolhimento é uma ferramenta de trabalho utilizada pelos profissionais de Saúde nas Unidades, que visa dar resposta adequada a procura dos usuários nos serviços de saúde, através de escuta qualificada, e com isso, além da melhoria no atendimento, auxilia no fortalecimento do vínculo do usuário com a equipe. Na UBS Vila São Bernardo, Luís Gomes, RN, ainda hoje apresentamos deficiência no acolhimento aos pacientes da área de abrangência, uma vez que os profissionais não estão preparados e organizados para recebe-los de forma adequada. Esperamos que com a capacitação do pessoal da equipe continue aperfeiçoando o processo de atendimento dos usuários com a realização do acolhimento eficiente, humanizado e responsável, e também proporcionando a equipe momentos de reflexões críticas e consciente sobre as atividades realizadas, e a organização das mudanças necessárias.

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