9 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Aperfeiçoamento da equipe para implantar o acolhimento

Especializando: Diogo Fernando Bezerra Mota

Orientadora: Juliana Ferreira Lemos

De forma geral, acolher significa realizar uma ação de aproximação, em outras palavras, é reconhecer o paciente em suas particularidades. É imprescindível a realização da escuta qualificada do problema do usuário, e com isso, encaminhá-lo da melhor forma. O acolhimento também representa uma relação entre o profissional de saúde e o usuário, pois é a partir dessa relação que se pode produzir cuidados em saúde.

É necessário que haja trabalho em equipe e união para dar a melhor assistência ao paciente. Além disso, é importante organizar um bom funcionamento da recepção, a atenção à demanda programada, espontânea e às necessidades pontuais ou urgências de pessoas em cada área adstrita. Deve-se exercer o acolhimento a todo momento na unidade de saúde e também em visitas domiciliares, obedecendo os princípios fundamentais do SUS, principalmente a universalidade e a equidade. Outro ponto importante a se destacar, é a resolutividade, ou seja, o profissional que está fazendo o acolhimento precisa se esforçar para resolver o problema do usuário, seja dando uma simples orientação, um encaminhamento, direcionando para consulta com o médico ou enfermeiro, por exemplo. O acolhimento quando bem realizado, contribui para o bom funcionamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) e para a saúde da comunidade.

Ao iniciar minhas atividades na UBS, consegui obter dentro da equipe as informações do território quanto a número de indivíduos, diabéticos, hipertensos, gestantes, crianças e de usuários de medicamentos controlados. Então, um primeiro passo foi dado no sentido de modificar a agenda para experimentar e conhecer a demanda desses grupos específicos. Alguns turnos seriam destinados a hipertensos e diabéticos (chamado de HIPERDIA), a crianças, a gestantes e outras demandas que não se encaixassem em nenhum desses. Para os grupos específicos, não seria necessário pegar uma ficha de atendimento, bastando solicitar ao agente comunitário de saúde (ACS), responsável pela agenda, a marcação. As demandas aleatórias se mantiveram no modelo de fichas.

Para melhorias no acolhimento à demanda espontânea de nossa população, estudamos o “Manual de Acolhimento à Demanda Espontânea” e pudemos organizar todos os atendimentos de uma forma que não tivesse prejuízos à população. Também ampliamos o acesso a agenda médica e da enfermagem, aumentando o número de consultas, para acolher a demanda espontânea.

Tivemos algumas dificuldades sobre como seria feita a triagem da demanda espontânea e da definição dos critérios de atendimento no turno, no dia ou por agendamento. Surgiram muitos questionamentos sobre quais os critérios clínicos e sociais que seriam utilizados para realizar a triagem. Com isso realizamos um planejamento a fim de aperfeiçoar o acolhimento à demanda espontânea e como seria feita a organização do atendimento.

Definimos que a auxiliar de enfermagem ou o ACS responsável pelo povoado iria avaliar o quadro inicialmente e conversaria com o médico ou a enfermeira sobre a necessidade/possibilidade de atendimento, e qual tipo de atendimento esse paciente necessita. Posteriormente, iremos realizar capacitações sobre o Protocolo de Manchester e adaptar para Atenção Básica, de acordo com os manuais do Ministério da Saúde.

Após a sistematização dos conhecimentos acerca do problema identificado na Unidade de Saúde 15, Povoado Curtume, foi elaborado, juntamente com a equipe de saúde, uma proposta que, acreditamos, poder ajudar usuários a resolverem seus problemas imediatos de atendimento em saúde e a equipe de profissionais da saúde a melhorar seu desempenho, conceito e processo de trabalho frente às necessidades destes usuários. Estas propostas são:

  1. Capacitar a equipe de saúde informando sobre a realização do acolhimento a partir da visita domiciliar;
  2. Capacitar a equipe de estratégia saúde da família em relação à abordagem de usuários da demanda espontânea;
  3. Implantar o fluxo de atendimento ao usuário da demanda espontânea

Tabela 1: Implantação do fluxo de atendimento

Objetivos específicos

Ações/atividades

Responsáveis

Implantar o fluxo de atendimento à demanda espontânea

Elaboração do fluxo de atendimento à demanda espontânea baseado nos critérios clínicos e epidemiológicos

 

Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente de saúde

 

Tabela 2: Capacitação da equipe de saúde

Objetivos específicos

Ações/atividades

Responsáveis

Desenvolver atividades de aprimoramento das orientações fornecidas sobre acolhimento a partir da visita domiciliar

 

 

Promover atividades de aplicação da teoria sobre acolhimento

Capacitação de toda a equipe

 

 

 

 

Reuniões mensais com toda a equipe

Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente de saúde

 

Objetivos específicos

Ações/atividades

Responsáveis

Implantar o fluxo de atendimento à demanda espontânea

Elaboração do fluxo de atendimento à demanda espontânea baseado nos critérios clínicos e epidemiológicos

 

Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente de saúde

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasília (DF): MS; 2010

Ministério da saúde. Política nacional de Humanização. Documento base para gestores e trabalhadores do SUS. Brasília, 2006

DAMASCENO, R. F. et al. O acolhimento no contexto da Estratégia Saúde da Família. J Health Sci Inst, São Paulo, v. 30, n. 1, 2012

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