TÍTULO: Acolhimento: Uma postura ética.
ESPECIALIZANDO: ARISBEL GONZALEZ MCKENN
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
COLABORADORES:
É frequente observar nas unidades de saúde, uma sobrecarga de trabalho consequente do desequilíbrio que existe entre a demanda por atendimentos a qual geralmente é maior que a capacidade da instituição.
Em nossa unidade Básica de Saúde existem grandes lacunas no processo de acolhimento pois ainda persistem problemas tais como: escuta pouco qualificada a qual é feita só por um profissional (Técnica de Enfermagem) e acesso a nosso serviço por meio de filas de espera, com pouca avaliação do potencial de risco, de agravo ou grau de sofrimento.
Com este trabalho pretendemos criar uma capacitação continua, pois é frequente ver que alguns profissionais da saúde não estão preparados para acolher o que não pode ser programado (atendimento à demanda espontânea), e reorganizar o processo de trabalho deslocando seu eixo central do médico para uma equipe multiprofissional.
Os temas escolhidos para o processo de capacitação foram:
Melhorando a qualificação técnica dos profissionais, no processo de acolhimento, vamos garantir um acesso com equidade aos pacientes e uma melhor avaliação/estratificação de risco.
O problema foi escolhido pelas reclamações que ocasionalmente eram divulgadas nas redes sociais (grupos) e nas reuniões do conselho de saúde municipal. Sendo as principais queixas:
O acolhimento foi implementado em nossa Unidade Básica de Saúde (UBS) Josefa Alves dos Santos, em virtude da grande necessidade de organizar o processo de trabalho.
Para aperfeiçoar o processo de acolhimento em nossa UBS, aproveitamos o espaço das reuniões mensais, com uma duração aproximada de uma hora. Além dos profissionais da nossa equipe, participaram também um representante da Secretaria Municipal de Saúde. Aqui começamos a discutir, mediante intervenções individuais e chuva de ideias, como está sendo feito o atendimento no serviço.
Nestes encontros, o principal tema debatido foi fazer do acolhimento uma responsabilidade de todos os profissionais: tem-se que tornar uma atitude da equipe de saúde diante do paciente e suas demandas e não somente um procedimento burocrático do serviço.
A participação e responsabilização por todos da equipe é a única forma de estruturar um acolhimento eficaz, o qual além de ajudar a criar um vínculo profissional\paciente, vai promover a equidade na atenção e permite eleger as necessidades clinicas prioritárias.
Com isso, queremos criar um modelo de acolhimento coletivo que permita envolver a equipe toda na realização da primeira escuta, identificação de pacientes com risco e sofrimento o qual vai gerar menos sobrecarga para nós, sem sacrificar a atenção programada. Este é um processo continuo que tem como principal fonte de retroalimentação as queixas da população coletadas por nossos agentes de saúde.
Os resultados serão monitorados, reavaliados e modificados, se for necessário, continuamente no nosso dia-a-dia: continuaremos retroalimentando-nos com a população, até perceber uma melhoria na organização do trabalho que esteja adaptada a demanda real de cada situação.
É imprescindível destacar que todas as nossas reuniões, estão marcadas por um ambiente de cordialidade, empatia e cooperação entre os profissionais participantes onde são oferecidos lanches e cafés, além de ter debates com alto grau de seriedade e dinamicidade, tendo como objetivo oferecer uma atenção integral de qualidade ao paciente.
As principais dificuldades que temos são:
As principais potencialidades para implantar o acolhimento são:
A organização da demanda que necessita de intervenção é sempre um dilema para os profissionais de saúde. O desafio de organizar o “não organizável” é assumido por esta Unidade Básica de Saúde que, espera desenvolver uma escuta qualificada das necessidades dos pacientes, readequando a agenda de acordo com a realidade encontrada, ampliando o vínculo com a comunidade, desenvolvendo um espaço de ações de prevenção e educação em saúde e aumentando o acesso ao nosso serviço de saúde.
Entre os pacientes ainda persiste certa resistência à forma de organização do trabalho, principalmente ao agendamento para os grupos prioritários e certa dificuldade em compreender os critérios de seleção para a consulta médica, pois muitos não aceitam a ideia que a decisão do acesso a consulta, seja de outro profissional que não é médico.
A situação pouco mudou, pois, a desvalorização dos pacientes para com os profissionais que conduzem o acolhimento, fortalece a enraizada cultura de acolher a doença. Nós pretendemos conjuntamente com nossos gestores municipais de saúde, população e profissionais de saúde, deslocar esta situação e implantar uma diretriz operacional que permita a tomada de algumas decisões por outros técnicos e auxiliares de enfermagem.
Ponto(s)