Titulo: Acolhimento à demanda espontânea e à demanda programada.
Aluna: Anelys Mendoza Gonzalez.
Tutor: Romanniny Hevillyn Silva Costa Almino.
Entre os desafios atuais da Atenção Básica, destacam-se aqueles relativos ao acesso e acolhimento, a despeito da atenção básica não ser capaz de oferecer atenção integral, isoladamente, em todas as situações, ela pode dar conta de grande parte dos problemas e necessidades de saúde das pessoas e grupos populacionais, articulando diversos tipos de tecnologias, desde que tenha (ou construa) disposição e capacidade de identificar/compreender as variadas demandas/problemas/necessidades de saúde e de intervir nessas situações de forma resolutiva e abrangente. (BRASIL, 2013a)
Neste contexto, o acolhimento é um dos temas que se apresentam com alta relevância e centralidade porque é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas (BRASIL, 2013b)
Apesar de ser necessário programar o acompanhamento das pessoas nas agendas dos profissionais, também é fundamental que as unidades de atenção básica estejam abertas e preparadas para acolher o que não pode ser programado, as demandas espontâneas.
Precisamos de transformações intensas na maneira de funcionar da unidade básica, com ações articuladas, que envolvam aos usuários, trabalhadores e gestores para assumir efetivamente o acolhimento como diretriz (BRASIL, 2013c)
Nesse sentido, a equipe de atenção básica da minha Unidade Básica de Saúde – UBS, primeiramente, foi capacitada para obter conhecimentos que contribuíram ao aperfeiçoamento e implantação de melhores estratégias de acolhimento.
Logo, a equipe de saúde se reuniu para discutir como está sendo feito o atendimento no serviço: qual o “caminho” do usuário desde que chega ao serviço de saúde, por onde entra, quem o recebe, como o recebe, quem o orienta, quem o atende, para onde ele vai depois do atendimento, enfim, todas as etapas que percorre e como é atendido em cada uma dessas etapas.
Essa discussão com toda a equipe mostrou o que pode ser mudado para que o usuário seja melhor acolhido. Em nosso caso cada usuário é acolhido pelos profissionais da equipe de referência, de modo que um ou mais profissionais da equipe realizam a primeira escuta, dialogando com os usuários as ofertas mais adequadas para responder às suas necessidades, incluindo, as visitas domiciliares como parte da prática clínica.
Não apenas trabalhadores de saúde, mas os próprios usuários precisam compreender o que significa o acolhimento e se envolver com ele, seja para promover sua qualificação, ou mesmo para que se evitem eventuais desentendimentos no cotidiano do serviço.
O perfil da demanda espontânea e programada na minha área se baseia nas necessidades da população, dando prioridade à aquelas pessoas que moram longe com carências econômicas e difícil acesso aos serviços de saúde. No caso das grávidas não tem um dia específico para as consultas, elas são atendidas na hora que chegam à unidade o mesmo acontece com os lactantes.
Ainda existem dificuldades, o grande desafio é como organizar a agenda dos profissionais para garantir o acesso oportuno, em que a pessoa vinculada à equipe consiga um atendimento quando precisa, no horário mais adequado e com a forma de agendamento mais confortável.
Existem situações em que o usuário quer ser atendido de imediato, mas tem outras pessoas que precisam atendimento imediato e aí os conflitos aparecem e o profissional da saúde tem que ter poder de convencimento e esclarecimentos para que os pacientes possam entender o processo de acolhimento e saibam que vão ser atendidos no momento adequado, e que aqueles usuários que precisam mais ou seja, aqueles que têm sinais de maior gravidade, aqueles que têm maior risco de agravamento do seu quadro clínico, maior sofrimento, maior vulnerabilidade e que estão mais frágeis serão atendidos com prioridade, e não por ordem de chegada.
Porém nossa equipe avalia o grau de urgência das queixas dos pacientes, mediante o Sistema de Classificação de Risco, utilizando o processo de escuta qualificada feito pela enfermeira, colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento.
Em geral, a equipe consegue direcionar os usuários para as consultas no mesmo dia que a pessoa chega à unidade e as urgências são atendidas de forma oportuna.
As possibilidades de acolhimento são muitas e o importante é que as melhorias sejam feitas com a participação de toda a equipe que trabalha no serviço.
A implantação do acolhimento constitui uma forma de melhorar a qualidade e satisfação da população com nossos serviços, garantindo o acesso e continuidade do cuidado, porém a microintervenção foi uma forma importante de refletir, estudar, e criar melhores estratégias.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: Acolhimento à Demanda Espontânea. Brasília: Ministério da Saúde, 2013 a, b, c.
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