A AUTOAVALIAÇÃO NOS PROCESSOS DE TRABALHO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA TEPEQUEM, EM AMAJARI, RR.
ESPECIALIZANDO: ZURAMY RODRIGUEZ CERVANTES
ORIENTADOR: ROMANNINY HEVILLYN SILVA COSTA
Esse relato de experiência será feito sobre a microintervenção realizada a respeito da Autoavaliação do processo de trabalho da Estratégia de Saúde da Família – ESF Tepequem, por meio do instrumento de Avaliação para Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (AMAQ), com o objetivo de avaliar os serviços e levantar o problema mais relevante e propor uma matriz de intervenção (BRASIL, 2017).
Segundo Cruz et al (2014), com a expansão da cobertura das equipes de Saúde da Família (ESF) e a exigência por resultados de melhor qualidade, começou o movimento de institucionalização do Monitoramento e Avaliação (M&A) na Atenção Básica em Saúde (ABS), com a definição de diferentes iniciativas na gestão governamental, através da Avaliação para Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (AMAQ-AB).
Ritter, Rosa e Flores (2013) complementam que para a gestão de sistemas de saúde em atenção primária em saúde é fundamental que os profissionais desenvolvam habilidades para utilizar instrumentos que possibilitem a reflexão crítica e a transformação da sua ação como é o caso dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS).
Dessa forma, a realização da microintervenção foi importante e justificável para melhorar o acesso às informações do território, tornando possível avaliar o sistema de trabalho e provocar mudança no modo de atendimento na Unidade e melhorar a qualidade na atenção.
A microintervenção ocorreu em dois momentos: a autoavaliação em conjunto com a equipe de saúde da Unidade Tepequem com a construção da matriz de intervenção; e o momento de uso do instrumento de avaliação do indicador de Continuidade do Cuidado.
Realizou-se uma convocação da equipe, para uma reunião com o objetivo de realizar a autoavaliação dos processos de trabalho, com a ferramenta da AMAQ, conforme instrução do curso de Especialização.
Toda a equipe compareceu à reunião, na qual eu fui lendo as perguntas de avaliação e a equipe foi atribuindo uma nota avaliativa para cada ação, fazendo uma análise real da situação de atendimento da Unidade.
Ao final, a equipe conseguiu autoavaliar as ações de saúde e elencar o problema mais relevante da Unidade: não é feito o registro das atividades no e-SUS AB, pois não existe um prontuário eletrônico, apenas em fichas de papel que ficam na unidade e depois vão para a Secretaria de Saúde, que obteve nota de avaliação 1, com possibilidade de resolução.
Logo após a autoavaliação, foi gerada no próprio instrumento, a matriz de intervenção (em anexo), que propõe o problema, as estratégias, as atividades a serem desenvolvidas, os recursos necessários, o prazo, os responsáveis, os resultados esperados e os mecanismos de avaliação das ações.
Assim, mediante a elaboração da matriz de intervenção, tem-se:
O Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica- SISAB/e-SUS permite gerar muita informação que será importante na formação de banco de dados do Ministério da Saúde, com a finalidade de estabelecer o diagnóstico da população atendida e as possíveis intervenções a serem realizadas pela equipe da UBS.
Assim, trabalhamos utilizando essas informações para planejar as ações de acordo com a situação de saúde da população atendida pela ESF. Com a utilização do e-SUS, melhoraria o fluxo das informações e a geração de indicadores do processo de trabalho na unidade.
Referente ao momento de uso do instrumento de avaliação do indicador de Continuidade do Cuidado, foi utilizada uma planilha de cálculo do indicador, que tem como objetivo facilitar a demonstração dos atendimentos ocorridos na Unidade de forma mensal, que aborda o atendimento médico, atendimento do enfermeiro, demanda espontânea, doenças crônicas (diabetes, hipertensão, obesidade, depressão), população atendida, população feminina com idade de 25 a 64 anos.
Essa planilha será preenchida e, posteriormente, transformada em gráficos que ficarão expostos na sala de espera da unidade, com o objetivo de informar a população como forma de comunicação com os usuários locais e para proporcionar o acompanhamento da equipe local.
Sobre as potencialidades elencadas com essa microintervenção, acredito que a equipe conseguiu compreender a importância da autoavaliação, pois responderam as questões com todo o conhecimento da realidade, logo interagiram com os demais profissionais em uma comunicação ativa para tirar dúvidas e obter um parecer mais adequado para cada questão.
O trabalho em equipe é um grande aliado quando a unidade busca melhorar seu atendimento e a qualidade das atividades realizadas na UBS, para que a comunidade seja atendida com primordialidade.
Sobre as dificuldades da microintervenção, na reunião e autoavaliação não houve dificuldades. Mas em conversa com a minha equipe a respeito da matriz de intervenção proposta, acreditamos que existem algumas dificuldades para a implantação, tais como a alimentação do SISAB/e-SUS de forma regular e consistente, pois pela falta de infraestrutura torna-se uma tarefa a longo prazo.
A respeito das mudanças que ocorreram com a microintervenção, pude observar que a equipe multidisciplinar da ESF onde trabalho é uma equipe que está disposta a alcançar e vencer essas dificuldades através de uma capacitação, pois sabem da importância que tem dos serviços de atenção básica serem avaliados, pois assim podem melhorar a qualidade no atendimento da unidade de saúde.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. AMAQ: Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica : AMAQ.Brasília : Ministério da Saúde, 2017.
CRUZ, M.M. et al. Usos do planejamento e autoavaliação nos processos de trabalho das equipes de Saúde da Família na Atenção Básica. Saúde em Debate [online]. v. 38, n. spe , p. 124-39,2014.
RITTER, F; ROSA, R; FLORES, R. Avaliação da situação de saúde por profissionais da atenção primária em saúde com base no georreferencimento dos sistemas de informação. Cad. Saúde Pública, v.29, n.12,p.2523-34, 2013.
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