RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: INCIDÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.
ESPECIALIZANDO: REINIER HERNÁNDEZ RODRÍGUEZ
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
Este relato esta centrado na hipertensão arterial, devido a sua importância e o índice que tem no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome uma média de 12 gramas de sódio todos os dias, quase o dobro do recomendado pela OMS. O Ministério da Saúde divulgou que um em cada quatro brasileiros é diagnosticado com hipertensão. Atualmente o país possui 17 milhões de pessoas que sofrem de pressão alta. Até 2025, o número de hipertensos nos países em desenvolvimento, como o Brasil, deverá crescer 80%. A hipertensão arterial sistêmica é uma importante e evitável causa de doença cardiovascular. Sem tratamento acelera o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, doença coronariana, angina, infarto do miocárdio, acidente cerebrais hemorrágicos e trombóticos e insuficiência renal. É responsável por 25 e 40 % da etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmica dos acidentes vasculares cerebrais, respectivamente. Essa multiplicidade de consequências coloca a hipertensão arterial na origem das doenças cardiovasculares e, portanto caracteriza- a como uma das causa de maior redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos(BRASIL,2006).
No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos como causas conhecidas. Além disso, essas doenças foram a primeira causa de hospitalização no setor público. Vários estudos epidemiológicos e ensaios clínicos já demostraram a drástica redução da mobilidade cardiovascular com o tratamento da hipertensão arterial. Existe boa evidência médica de que medidas de pressão arterial podem identificar adultos com maior risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estudos de prevalência da hipertensão no Brasil, revelam valores de prevalência entre 7.2 e 40.3% na Região Nordeste, 5.04 a 37.9% na Região Sudoeste, 1.28 a 27.1% na Região Sul e 6.3 a 16.75% na Região Centro Oeste. Esses estudos de prevalência são importantes fontes de conhecimento da frequência de agravos na população: servem também, para a verificação de mudanças ocorridas após às intervenções. Por ser na maior parte do seu curso assintomática, seu diagnóstico e tratamento é frequentemente negligenciado, somando-se a isso a baixa adesão, por parte do paciente, ao tratamento prescrito. Estes são os principais fatores que determinam um controle muito baixo da hipertensão arterial sistémica aos níveis considerados normais em todo o mundo (BRASIL,2006).
Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo terapêutico e na prevenção da hipertensão. Alimentação adequada, sobretudo quanto ao consumo de sal, controle do peso, prática de atividade física, tabagismoe uso excessivo de álcool são fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados, aliados as doses progressivas de medicamentos não resultarão alcançar os níveis recomendados de pressão arterial. Apesar dessas evidências, esses fatores relacionados a hábitos e estilos de vida continuam a crescer na sociedade levando a um aumento contínuo da incidência e prevalência da hipertensão arterial sistêmica, assim como do seu controle inadequado(V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2007).
Evidências suficientes demostram que estratégias que visem modificações de estilo de vida são mais eficazes quando aplicadas a um número maior de pessoas geneticamente predispostas e a uma comunidade. A exposição coletiva ao risco e como consequência da estratégia, a redução dessa exposição, tem um efeito multiplicador quando alcançada por medidas populacionais de maior amplitude. Obviamente, estratégias de saúde pública são necessárias para abordagem dessas fatores relativas a hábitos e estilos de vida que reduzirão o risco de exposição, trazendo benefícios individuais e coletivo para a prevenção da hipertensão arterial sistêmica e redução da carga de doenças devida às doenças cardiovasculares em geral(V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2007).
Pensando na atividade proposta pelo curso de Especialização, inicialmente foi feita uma reunião com toda a equipe para responder ao AMAQ que tem uma série de perguntas quantitativas que nos permite identificar os problemas. O AMAQ não é mais que uma auto avaliação, é um ponto de partida da melhoria da qualidade dos serviços. Os processos autoavaliativos na Atenção Básica devem ser contínuos e permanentes, constituindo-se como uma cultura internalizada de monitoramento e avaliação pelo gestores, coordenação e equipes de profissionais. A dinâmica pedagógica dos processos auto avaliativos torna-se efetiva no momento em que permite aos gestores, coordenadores e profissionais das equipes identificarem os pontos críticos que dificultam o desenvolvimento das ações de saúde no território, bem como avaliar as conquistas alcançadas pelas intervenções implementadas. Integra-se aos processos autoavaliativos o desenvolvimento de propostas de intervenção/planos de ação, ou seja, a pactuação de ações para a superação. O planejamento favorece o monitoramento e a avaliação das açõesimplementadas(BRASIL, 2017).
O tema HAS então foi escolhido devido a sua incidência, pois, apesar de todas as estratégias de promoção e prevenção levadas para ajudar no controle e dos programas de hipertensão arterial existentes, a doença cada dia mais aumenta e aparecem agravos e complicações. Tal fato aponta para a necessidade da adoção de esforços, buscando a reorganização, tendo como estratégias principais a prevenção dessa doença suas complicações e a promoção da saúde objetivando assim uma melhor qualidade de vida e reforçando a eficácia dos programas para hipertensão. A partir da discussão da equipe, foi elaborada uma matriz de intervenção, exposta a seguir:
MATRIZ DE INTERVENÇÃO |
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Descrição do padrão:4.29 Estratégias para implementar ações de prevenção primaria da hipertensão. |
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Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: Grande incidência de casos de hipertensão arterial. |
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Objetivo/meta:1Reduzir a incidência de hipertensão arterial. 2 Desenvolver atividades de orientação e prevençao.3 Orientar como os hábitos saudáveis ajudam a prevenir e controlar a hipertensão arterial. |
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Estratégias para alcançar os objetivos /metas |
Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) |
Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades |
Resultados esperados |
Responsáveis |
Prazos |
Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados |
Aperfeiçoar o Programa de Hiperdia. |
Controle da pressão arterial. Disponibilizar medicamentos e assegurar que estejamusando.
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Recursos Humanos: Enfermeiro Médico Técnica de Enfermagem Educador físico Nutricionista Recursos Materiais: Medicamentos Folder ilustrativo Panfletos Estetoscópio Esfigmomanômetro |
Orientar que os pacientes tenham hábitos de vida saudáveis Pratiquem atividade física, elimine hábitos tóxicos, usem as medicações todosos dias |
Médico, Enfermeiro Técnica De Enfermagem Acs |
3 meses |
Registro de controle da PA na ficha do paciente e cartão de hiperdia. Acompanhamento do registro de dispençao do medicamento, com ajuda dos ACS controlar que o paciente este fazendo uso dia e coreto do remédio . |
Ações educativas que ajudem a diminuir os índices de paciente hipertenso e suas complicações. |
Realizar atividades de promoção mediante palestras reforçando a importância da dieta e prática de exercício físico. |
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Médico Enfermeiro Técnico Enfermagem ACS. |
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Registro das atividades realizadas na ficha de atividades coletiva. |
Pesquisade novos caso. |
Rastreamento para hipertensão arterial, realização de exames e avaliação depessoas assintomáticas. |
Esfigmomanômetro |
Melhorar ocontrole da doença e evitando as complicações que possam apresentar. |
Enfermeiro Médico. |
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Diminuindo o índice de pacientes hipertensos descontrolados e da aparição dos agravos.
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Os resultados esperados com a implantação das ações são assegurar que os pacientes tenham hábitos de vida saudáveis permitindo assim um melhor controle da doença e evitar as complicações, esperando assim a diminuição da incidência de hipertensão arterial e que o paciente possa viver bem seguindo as orientações dadas. As mudanças devem ser seguidas para que se tenha um melhor controle de níveis pressóricos dos pacientes hipertensos. Muitos se encontram praticando algum tipo de atividade física, os pacientes se encontram tomando o medicamento todo dia, seguindo as orientações dietéticas, esperando assim que com a continuidade da Microintervenção se tenha melhoras nos programas de hipertensão arterial, conscientizar o paciente cada dia mais sobre sua prevenção mantendo hábitos saudáveis diminuindo seus agravos e danos a órgãos alvo.
As principais dificuldades que venho apresentando para levar a Microintervenção e que muitos pacientes ainda não fazem uso de medicamentos apesar de explicar os agravos que podem acontecer para sua saúde. Até tenho pacientes que sofreram acidentes vasculares por não fazerem uso dos medicamentos, vindo a aderirem apenas após o acontecido. Muitos também acreditam que se já estão ficando com níveis baixos de PA, não tem necessidade de tomar mais o remédio ou o tomam de maneira errada, além de não comparecer à unidade de saúde, o que dificulta muito no controle e acompanhamento desses. Porém ainda continuamos voltando todos nossos esforços e planejando todas as ações que sejam possível para garantir o bem estar do paciente e diminuir seu índice de incidência e mortalidade. Nossa equipe aprendeu muito com esta experiência e troca de ideias, conhecemos melhor os problemas de nossa unidade e discutimos estratégias e ações para poder colocar em prática, a fim de melhorar cada dia mais nosso atendimento e reduzir os índices de doenças crônicas.
Referencias
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica: AMAQ. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 89, n. 3, p. e24-e79, Sept. 2007.