28 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: Melhorar a Atenção dos pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica e Fatores de Risco Associados,na UBS Nova Esperança, Laranjal do Jarí, Amapá.

ESPECIALIZANDO: José Luis Pérez Arco

ORIENTADOR: Ceyton Cezar Souto Silva

 

O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos, avaliando um conjunto de estratégias de qualificação e acompanhamento do trabalho das equipes de saúde (BRASIL, 2018).

 Nossa reunião de equipe, foi feita na sala de reunião da Unidade, participaram todos os profissionais da equipe (médico, enfermeira, técnicos, odontólogo com sua assistente, nutricionista, Agentes Comunitários de Saúde), com o objetivo de fazer uma Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ). O trabalho foi feito para a identificação das principais potencialidades e fragilidades de nossa área de abrangência, e dar possíveis soluções; cada participante explicou o problema de maior relevância na sua área, com soluções possíveis na atenção básica identificando-se as principais potencialidades e fragilidades e as propostas para soluções, cada um deles falou do problema que achava mais relevante na área, com muita diversidade de critérios, utilizamos uma escala avaliativa (de 0 a 10 pontos), aqueles problemas que resultaram com menos de cinco pontos, foram reavaliadas, resultando as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT).

Delas, com maior prevalência a Hipertensão Arterial Sistêmica, coincidindo com a literatura revisada, cerca de 40 % da população adulta brasileira são hipertensas e constitui uma importante causa de mortalidade no país que afetam a capacidade e a qualidade de vida da população adulta (BRASIL, 2014)

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma das doenças crônicas responsáveis pela maior parte da morbidade e mortalidade decorrente de doenças não transmissíveis no mundo, a identificação e o controle dos fatores de riscos associados na incidência e prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica constitui as mais importantes ações para reduzir a morbimortalidade pela esta doença, mesmo assim .Entre entre os fatores de risco que mais frequentes acompanham e complicam o prognóstico dos pacientes hipertensos temos: a elevação nos níveis de colesterol, sobrepeso e obesidade, tabagismo e sedentarismo.

Revisando a literatura, coincide que as doenças circulatórias constituem a principal causa de morte nos países desenvolvidos É, também, a principal causa de mortalidade no Brasil. (MANSUR, et al.2001). A maioria dos autores acredita que o declínio da mortalidade por doenças circulatórias nos países desenvolvidos deveu-se, principalmente, aos controles dos fatores de risco. (WALKER, et al. 1983).

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) representa um dos agravos crônicos mais comuns e com repercussões clínicas graves, sendo considerado um fator de risco independente, linear e contínuo para as doenças cardiovasculares. Estima-se que, em todo o mundo, 7,1 milhões de pessoas morrem prematuramente por causa da HAS e que 4,5% de outros agravos podem ser atribuídos a essa patologia.

No Brasil não existem estudos de prevalência representativos de toda população, entretanto, grande inquérito telefônico realizado recentemente em todas as capitais e Distrito Federal revelou frequência de HAS referida de 24,4% entre as mulheres e 18,4% nos homens, com importantes variações entre as cidades (MOREIRA, et al.1995). A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ou pressão alta é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial (PA). Considerando-se valores de PA > ou igual a 140/90mmhg.

A prevalência de HAS nos últimos 20 anos, está acima de 30% na população brasileira com mais de 50 anos, entre 60 a 69 anos é de 50%, e acima de 70 anos é de 75%. Entre os gêneros a prevalência é maior nos homens (38%), do que nas mulheres (32%). As intervenções para reduzir a alta incidência da doença, a perda da capacidade produtiva dos trabalhadores, o absenteísmo, os tratamentos clínicos e cirúrgicos, a reabilitação, até aposentadoria precoce, baseiam-se no controle de os fatores de risco, tudo isso justifica a importância da mudança do estilo de vida como primeira medida do tratamento.

 Nossa área de abrangência, correspondente a unidade básica de saúde Nova Esperança, onde trabalho pertence ao estado do Amapá, município Laranjal do Jarí, possui uma população adstrita de 3321 habitantes, o maior problema de saúde é alta incidência de Hipertensão Arterial, além de constituir uma das causas mais frequentes de internação hospitalar no município,(4091 pacientes), 2017.

Durante nossas análises foi possível observar as seguintes dificuldades: só 2,7 % da população maior de 18 anos com Hipertensão estão cadastrados no Programa de atenção a pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica o resto dos hipertensos não está cadastrado, há dificuldade no acompanhamento estabelecido pelo protocolo de atendimento de pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica, dificuldades no registro de dados nos prontuários, na assistência de controles planejados, na realização de exames periódicos, no cumprimento das orientações médicas, além disso, desconhecem a origem, cuidados e complicações da doença por tanto o controle de fatores de risco. A principal potencialidade foi o trabalho em equipe onde cada uno deles aporto experiências  pra realizar em um tempo curto as metas propostas.

Uma vez identificado o problema de saúde mais frequente e as dificuldades durante nosso acompanhamento dos hipertensos, elaboramos o plano de intervenção. (anexo matriz).

Esta microintervenção teve como objetivo, melhorar a atenção dos pacientes hipertensos com fatores de riscos associados, onde avaliamos a relação dos fatores de riscos modificáveis na incidência e prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica. Trabalhamos educativamente com os riscos, promovendo modos de vida saudáveis, assim como o grau de responsabilidade com sua saúde ao mesmo tempo estimulamos o trabalho multidisciplinar na equipe.

Com nossas  ações integradas de prevenção e cuidado à pacientes com Hipertensão Arterial Sistémica durante as consultas e as visitas domiciliares feitas pretendemos  aumentar a educação sanitária destas famílias,  melhorando a qualidade de vida além do cumprimento das orientações da equipe.

Com a continuidade de nossa microintervenção espera-se: Conhecer e cadastrar todos os pacientes hipertensos de nossa área de abrangência, buscar adesão dos pacientes hipertensos ao programa, identificar os fatores de risco que apresentam os pacientes hipertensos envolvidos no estudo.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

-BIOSOM. 10 principais doenças crônicas no Brasil. 2018. Disponível em: <https://biosom.com.br/blog/saude/10-principais-doencas-cronicas-no-brasil/>. Acesso em: 11 maio 2018.

-BARRETO-Filho JAS, Consolim – Colombo. et al. Hipertensão arterial e obesidade:

causa secundária ou sinais independentes da síndrome plurimetabólica? Rev. Bras. Hipertens vol. 9(2): abril/junho de 2002.

BRASlL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. [on line]. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n.37). Disponível em:http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf [17 ago 2016].

-COUTO, RCS; Marin RA, organizadoras. Saúde da Família: Atenção Primária na Amazônia. Belém: NAEA-UFPA; 2009.

-CRISTIANA Pereira de Carvalho; Ana Mineiro Promoção da Saúde e dos Estilos de Vida Saudáveis no Contexto Escolar Português: Uma Proposta de Intervenção Lúdica. Democratizar, v. VI, n.2, ago./dez. 2012.

-FILIADA à Associação Médica Brasileira Support Arquivos Brasileiros de Cardiologia Volume 107. Nº 3, September 2016.

-KUULASMAA K, Tunstall-Pedoe H, Dobson A, et al. Estimation of contribución of changes in classic risk factors to trends in coronary-event rates across the WHO MONICA Project populations. Lancet 2000; 355: 675-87.

-LIMA FET, Araújo TL, Moreira TMM, et al.Características sociodemográficas de pacientes submetidos à revascularização miocárdica em um hospital de fortaleza-ce.Rev. René. 2009; 10(3):37-43.

-MANSUR AP, Favarato D, Sousa MFM et al. Tendência do risco de morte por doenças circulatórias no Brasil de 1979 a 1996. Arq Bras Cardiol, 2001; 76(6): 497–503.2.

-MINISTERIO da Saúde (BR). Departamento de Atenção Básica, Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arterial. Hipertensão arterial e diabetes mellitus: protocolo. Brasília (DF); 2001. (Cadernos de Atenção Básica. n. 7). p. 96-21.

-MOREIRA. LB, Moraes RS et al. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica e fatores associados na região urbana de Porto Alegre: estudo de base populacional. Arq Bras Cardiol, 1995; 63: 473–9.4.

-TEIXEIRA, C. F. O SUS e a Vigilância da Saúde. PROFORMAR. FIOCRUZ, Rio de Janeiro,2003.

-WALKER WJ. Changing U.S. lifestyle and declining vascular mortality – A retros- pective. N Engl J Med 1983; 308: 649-51.

 

ANEXOS:

MATRIZ DE INTERVENÇÃO 

 

Dimensão: Unidade Básica de Saúde.

 

Subdimensão: Atenção integral a Saúde.

Descrição do padrão:  a equipe de Atenção Básica realiza ações de apoio ao autocuidado e ampliação da autonomia das pessoas com doenças crônicas. Descrição da situação problema para o alcance do padrão: 4.31 Deficiência para apoiar o autocuidado e ampliação da autonomia das pessoas com doenças crônicas e seus familiares.

 

 Objetivo/Meta: aumentar o apoio para o autocuidado e ampliação da autonomia das pessoas com doenças crônicas e seus familiares.

 

 

 

Estratégias para lograr objetivo/metas

Atividades a serem desenvolvidas

Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades

Resultados esperados

Responsável

Prazos

Indicadores para avaliar o alcance dos resoltados.

Ampliar a cobertura dos pacientes hipertensos

Capacitação dos ACS.

Entrega dos convites a pacientes.

Visita domiciliar

Sala de reunião.

Transporte

Folhas

Canetas.

Conhecer o objetivo geral da microintervenção.

Adestramento das técnicas de medidas antropométricas

Médico/enfermeira/ACS.

04/2018

# cadastrados.

Melhorar a adesão de pacientes hipertensos ao programa

Revisão dos prontuários

 

Prontuários

Caneta

Folhas.

Identificar,cadastro,fatores de risco,adesão ao programa,entre outros.

Médico/Enfermeira/

ACS

04/2018

Cumprimento das orientações médicas.

Melhorar o registro das informações para HAS e fatores de risco

Preencher as fichas

Fichas

Canetas

 

Cadastrar o paciente

Enfermeira/Médico/ACS

04/2018

Qualidade de preenchimento dos dados

Melhorar a qualidade da atenção a hipertensos com fatores de risco

Consulta avaliação dos pacientes.

 

Promoções de estilo de vida saudável

, verificar cumprimento das orientações médicas

Prontuário

Ficha

Caneta

Receituário.

Folhas.

Modelo  de solicitude exames.

Conhecer tipo de HAS,

Fatores de risco associados.

Medico/enfermeira/nutricionista.

04/2018

Controle das visitas ,das consultas

Avaliação final do trabalho

Palestra informativa dos resultados.

Sala de reunião

Melhorar atenção no acompanhamento dos pacientes hipertensos

Enfermeira/Médico/ACS

04/2018

 

 

 

INDICADORES DE DESEMPENHO

 

Indicadores

 

J

F

M

A

M

J

J

A

S

 

O

 

N

 

D

Atendimento médico/enfermeira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Percentual de atendimento de consulta por demanda espontânea.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Percentual de atendimento de consulta agendada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Índice de atendimento por condição de saúde avaliada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Razão de coleta de material cita patológico do colo do útero.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cobertura de primeira consulta odontológica programática.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Percentual de recém-nascidos atendido na primeira sem de vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Percentual de encaminhamentos para serviços especializados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Razão entre tratamentos concluídos e primeiras consultas odontológicas programáticas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Percentual de serviços ofertados (EAB/ESB).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Índice de atendimento realizado pelo NASF

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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