16 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: HIPERTENSÃO NA COMUNIDADE

ESPECIALIZANDO: Indira González Boan

ORIENTADOR: Maria Betânia Morais de Paiva 

Eu trabalho na Unidade Básica de Saúde (UBS) 11 que se encontra localizada no Amarelão, município João Câmara, estado Rio Grande do Norte, numa zona rural e considerando a tipificação das unidades em 1, 2, 3, 4 segundo o dimensionamento, infraestrutura e ambiência, esta se classifica em UBS tipo 1 (GIOVANELLA, 2015). Nossa equipe de trabalho completa que inclui médica, enfermeira, técnica de enfermagem, dentista, Auxiliar de saúde bucal(ASB) e 5 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que no dia a dia trabalhamos com responsabilidade e compromisso para levar saúde a todas as pessoas que precisem.    

Atualmente o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica de Saúde (PMAQ-AB) tem como propósito a ampliação da oferta qualificada dos serviços de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS (PINTO et.al, 2014). Institui a avaliação como estratégia permanente para a tomada de decisão e ação central para a melhoria da qualidade das ações de saúde, sendo esta considerada como atributo fundamental a ser alcançado no Sistema Único de Saúde (SUS) (CARDOSOet al, 2015). A autoavaliação é o ponto de partida para a melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica e para que fosse possível em nossa realidade utilizamos o instrumento de Autoavaliação de Melhoria do Acesso e Qualidade -AMAQ (SICHELERO; MEDEIROS, 2011).

Nossa equipe de saúde  fazreunião para realizar uma  autoavaliação todos os meses, onde identificamos situações que não dependem de equipe e sim da gestão, como problemas com equipamentos, insumos,  medicamentos e os problemas que se dependem exclusivamente do nosso fazer cotidiano que diz respeito à organização de processo de trabalho, atenção integral a saúde e Programa de Saúde na Escola (PSE). Nesse sentido, foram debatidas as questões que dependem de nossa intervenção de forma clara e objetiva e considerou-se como prioritário e factível para resolver com os recursos que temos na própria UBS, sem intervenção de outras instâncias, a ineficiência das açõespara os usuários que se encontravam com hipertensão no território, pois é uma doença crônica que está  afetando a saúde de muitas pessoas.

Com a identificação do problema decidimos traçar um objetivo e meta para fazer todas as ações necessárias para orientar a população dos fatores de risco e as complicações desta doença. Nesse sentido é necessário a realização de um diagnóstico na perspectiva deprocurar identificar os fatores  condicionantes e determinantes  que está  afetando nossa comunidade, sejam doenças, fatores de risco, maus hábitos alimentares, questões relativas a esgotamento sanitário, condições de higiene, etc.

Em nossa UBS a coleta da informação dos atendimentos dos profissionais realizados pela médica, enfermeira, dentista é feita manualmente, pois não temos Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC). Contamos com as fichas de atendimento individual que recolhe os dados gerais dos pacientes, como número de cartão SUS, data de nascimento, sexo,tipo de consulta: programada/agendada, local de atendimento, peso, altura, diagnóstico. Enfim, muitos dados importantes que logo são preenchidos no prontuário individual. Outra forma de monitorar os indicadores do PMAQ são os livros para melhor registro e controle (PINTO; SOUZA, 2012). Por exemplo, os livros de programação das consultas de gestantes, de puericultura, de pacientes hipertensos, diabéticos, tabagistas, alcoolistas, pacientes com transtornos mentais, puérperas, registro das visitas domiciliares e o livro de exames preventivos. Esses registros permitem um maior controle e avaliação do cumprimento dos indicadores estabelecidos pelo PMAQ.

Portanto, ao identificar o problema da quantidade de usuários com hipertensão, decidiu-se fazer a microintervenção. Com ações como, por exemplo, criações de estratégias para diminuir as complicações, consultas individuais, grupos de caminhadas, palestras, rodas de conversa, atendimento compartilhado com profissionais do Núcleo de Ampliado em Saúde da Família (NASF), visando melhorar a qualidade de vida de esses pacientes e seus familiares.

Nesse contexto, percebemos que os pacientes ficavam impressionados quando equipe de saúdefalava das dietas incentivando o uso de alimentos de preços acessível e muitas vezes, produzido pela própria comunidade. Através dos diálogos equipe-comunidade, ficou clara a necessidade de adesão de um profissional nutricionista no quadro da UBS, pois, a presença do profissional apenas no quadro do NASF, não consegue ser tão objetivo quanto o trabalho realizado diariamente com a comunidade.

Nessa direção decidimos traçar um objetivo, metas e estratégias para fazer todas as ações necessárias para diminuir fatores de risco e complicações por isso, decidimos realizar a microintervenção para ajudar aos pacientes e seus familiares e ensinar sobre a doença e suas complicações. 

Descrição do padrão: Analisando esse problema nos encontramos que a doença crônica com maior dificuldade foi ahipertensão. Motivo pelo qual nos propusemos criar uma matriz de intervenção para buscar uma melhor preparação e conduta para atuar com o problema sinalado, tendo dentro de nossos objetivos promover ações em saúde básica para melhorar o controle dospacientes hipertensos. Para alcançar esse objetivo nos proporemos primeiramente, identificar os fatores de risco para a descompensação nos pacientes hipertensos e em segundo lugar, reconhecer as principais falhas no tratamento destes pacientes e propor estratégias para o acompanhamento dos pacientes na atenção básica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Descrição do padrão

A Equipe de Atenção Básica organiza a atenção às pessoas com hipertensão e estratificação de risco.

Descrição de situação problema para o alcance do padrão

Dificuldade na realização de ações para diagnóstico e atenção integral dos pacientes com hipertensos 

Objetivo/meta

Promover ações em saúde básica e melhorar o controle dos pacientes hipertensos

Estratégias para alcançar os objetivos

/metas

Atividades a serem desenvolvidas

(detalhamento de execução)

Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades

Resultados esperados

Responsáveis

Prazos

Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados

Capacitação teórica sobre fatores de risco da hipertensão

Aulas

Ambiente adequado

Aumentar o conhecimento

ESF

03meses

Encosta

Promoção dos fatores de risco e da doença à população

Palestra

Salão

Aumentar o conhecimento

ESF

03 meses

Encosta entrevistas

Estratégias para alcançar os objetivos \metas

Atividades a serem desenvolvidas

(detalhamento das atividades)

Recursos necessários para o desenvolvi-

Mento das atividades

Resultados esperados

Responsáveis

Prazos

Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados

1-Reunião com ACS para identificar os usuários fumantes de sua área

2- Palestras e reuniões de grupo com a população fumante

1-Atividades em grupo

 

 

2- Orientações individuais

1-Local

   

2-Material e insumos necessários

1-Diminuir

Quantidade de fumantes

 

 

2-Diminuir a idade do inicio do fumo

 

ESF

NASF

SMS

3meses

1-Prestação de contas na audiência publica;

 

2-Reunião mensal para avaliar os níveis alcançados

 

            A Microintervenção  tem uma grande importância  já que nos facilitou recuperar as informações suficientes para elaborar este trabalho e dar seguimento e prioridade as dificuldades encontradas e assim, poder reduzir o quadro desses agravos e melhorar o bem-estar das pessoas. Para isso criamos  opções de grupos terapêuticos e de atividades educativas sobre alimentação saudável e  incentivos a prática de atividade física na UBS o em outros espaços do território, como Academia de Saúde.

 REFERÊNCIAS:

GIOVANELLA, L et al. Novos caminhos: tipologia das unidades básicas de saúde brasileiras. Brasília: Região e Redes,2015

PINTO, H.A., SOUSA, A. N. A., FERLA, A. A. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica: várias faces de uma política inovadora. Saúde em Debate [online], v.38, n.spe, pp.358-372,2014.

PINTO, Hêider Aurélio; SOUSA, Allan. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica: Reflexões sobre o seu desenho e processo de implantação. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, [S.l.], v. 6, n. 2, aug. 2012

SICHELERO, Fernanda; MEDEIROS, Cássia Regina Gotler. AVALIAÇÃO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (AMQ). Revista Destaques Acadêmicos, v. 3, n. 3, set, 2011.

 

 

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