A AUTOAVALIAÇÃO NOS PROCESSOS DE TRABALHO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA JOSÉ CELESTINO, EM CURRAIS NOVOS, RN.
ESPECIALIZANDO: DAIME SANTANA ACOSTA
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
A Unidade Básica de Saúde (UBS) José Celestino situada na zona rural do município de Currais Novos RN com total de população 2126 habitantes, integrada por uma médica do programa mais médicos, enfermeira, técnico de enfermagem, dentista, técnica de saúde bucal e agentes comunitários de saúde.
O posto está estruturado por uma sala de espera para aproximadamente 12 a 15 pacientes, sala do médico, sala de enfermagem, consultório bucal, sala para esterilização e banheiro, com um horário de funcionamento de 32 horas por semana com 8 horas na semana para estudo, equipado com aparelho de pressão, estetoscópio de adulto para adultos e para criança, balança antropométrica para até 150 kg, e em relação aos materiais e insumos só temos espéculos, fixador de lâmina, escovinha endocervical e lâmina de frasco plástico com tampa.
Nossa equipe teve sua reunião para fazer a auto avaliação das ações utilizando o AMAQ como instrumento de auto avaliação e escolhi junto com a equipe o problema da Hipertensão Arterial (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) e como objetivo geral buscar melhorias e um aumento na adesão ao tratamento da HAS e DM em função da melhora no acolhimento no UBS José Celestino diminuindo consequentemente os casos de complicações dessas doenças.
As razões para realizar este projeto foram: desconhecimento da população sobre os temas relacionados com estas doenças, em relação a significado, fatores de risco, prevenção de complicações, e tratamento; índice elevado de pacientes que em algum estádio de suas vidas foram diagnosticados com uma doença crônica não transmissíveis e porque num mês de tratamento já tinha controle da mesma não continuaram com a medicação, nem fizeram mais acompanhamento porque eles achavam que já foram curados; alta taxa na população de complicações próprias destas doenças, como Acidente Vascular Encefálico (AVE) e a Doença Isquêmica Coronariana (DIC) seguidas pelas Insuficiência Cardíaca (IC), Insuficiência Renal Crônica (IRC), e outras que pioram o bem-estar do paciente e sua família.
Essa intervenção tem como objetivo apresentar uma proposta de intervenção para qualificar o acolhimento e o acompanhamento dirigidos aos usuários com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) cadastrados na UBS José Celestino do município de Currais Novos RN, ampliando os conhecimentos da população sobre os temas relacionados com estas doenças e aumentando o apoio e autocuidado aos portadores de doenças crônicas. Assim, esperamos evitar fatores de riscos, manter uma comunicação aberta e retroalimentada com a comunidade.
Para realizar a micro intervenção eu convoquei uma reunião com minha equipe de saúde, para fazer a auto avaliação e identificar os principais problemas de saúde e as deficiências que vamos trabalhar com o planejamento das ações, algo que eu considero de muita importância. A reunião foi feita na UBS com a participação de toda a equipe. Utilizamos o AMAQ como instrumento de auto avaliação, realizamos uma análise real de cada uma das situações problemas com a descrição das mesmas.
Aplicamos a escala de pontuação a cada uma das deficiências identificadas onde se alcançou pontuação igual o inferior a 5 pontos as seguintes: Deficiência no apoio e autocuidado de portadores de doenças crónicas, deficiência no acompanhamento de pessoas com obesidade, deficiência nas ações de vigilância em saúde mental, ausência de grupos terapêuticos na comunidade, a não participação nas ações de enfrentamento dos problemas sociais com a comunidade.
A prevalência e o percentual na área de saúde de doenças crônicas não transmissíveis é grande principalmente de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus, nossa equipe realiza para a melhoria de pacientes com doenças um efetivo acolhimento, controle e acompanhamento desta população, elaboramos um projeto de intervenção para identificar as causas, considerando a participação de todos os envolvidos (equipe de saúde, portadores dessas morbilidades e a comunidade) para uma melhoria no trabalho do dia a dia da equipe de saúde e de sua população.
A micro intervenção foi realizada com usuários com HAS e DM. Se aplicou um questionário a todos os membros da UBS para conhecer a opinião sobre os problemas identificados e o grau de satisfação com o atendimento prestado. Depois dos resultados do levantamento de dados foram agendadas rodas de conversas com os membros da equipe e com os usuários do grupo.
Nos questionários apresentamos uma série de perguntas de acordo à doença da pessoa, idade, peso corporal, altura, hábitos diários, alimentares e cotidianos, signos vitais como pressão arterial e teste rápido de valores de glicose em sangue. Obtivemos os seguintes resultados:
– A maior parte das pessoas com estas doenças estão na faixa etária entre 45-80 anos.
– São pessoas com sobrepeso ou obesos, com altos niveles de colesterol em sangue.
– A maioria da população masculina pesquisada consume bebidas alcoólicas e são fumantes.
– Não há uma adequada alimentação quanto ao uso de frutas, verduras, baixo incremento de sal e açúcar.
– Há um alto número de sedentarismo.
– Há um baixo nível de conhecimento da população em relação às doenças citadas.
– Em relação ao quanto aos testes temos pessoas que não padecem a doença com valores altos de pressão arterial que ainda estão em estudos.
Apresentaremos agora a capacitação de todos os profissionais da UBS. Os recursos necessários para o desenvolvimento deste projeto da intervenção foram: recursos humanos como toda a equipe, médica, enfermeira, técnico de enfermagem, agentes comunitários de saúde e parte da equipe multidisciplinar, recursos físicos, que serão as dependências da própria USB, recursos materiais como, formulários de entrevistas, papel oficio, cartolinas, canetas do tipo esferográfica, cartuchos da impressora e fichas adesivas.
Objetivamos identificar as potencialidades e as fragilidades reais de nossa área de saúde e buscamos soluções para elas. As potencialidades identificadas foram:
Primeiramente um posto de saúde que oferece um serviço de atenção primaria para toda a população; buscamos elevar o nível de conhecimento das pessoas sobre sua doença crônica não transmissível, explicando as mudanças do estilo de vida de cada um, conhecerem a importância dos hábitos alimentares, a realização de exercícios físicos; se objetivou a compensação das doenças de muitos pacientes corrigindo vários tratamentos, enquanto os profissionais de saúde ganharam motivação e conhecimentos sobre como trabalhar com os pacientes com doenças crônicas não transmissíveis e com nossa população em geral. Com a micro intervenção observamos mudanças nos pacientes e familiares e na comunidade em sentido geral, elevaram seus conhecimentos sobre a importância do controle e o tratamento continuo das doenças crônicas, e também conseguimos o apoio dos familiares em relação aos doentes.
As fragilidades identificadas foram:
Foi a notável a falta de conhecimento da população sobre os temas relacionados com as doenças crónicas; alguns dos pacientes são idosos com baixo nível cultural e intelectual, os mesmos não assistiam regularmente as atividades educativas programadas, não acreditavam na importância da mesma; ao fazer as visitas domiciliares programadas, muitas vezes as pessoas não se encontravam no domicilio; ausência de farmácia que impossibilita levar medicamentos para tratar urgências no momento de atendimentos; a demora de atendimento quando encaminhado às especialidades; e demora para poder fazer os exames devido a alguma doença crônica.
Depois de realizar a autoavaliação dos problemas e tendo em conta a pontuação inferior a 5, a consideração de ser um problema relevante e com possibilidade de resolução do mesmo pela equipe de saúde, selecionamos o problema da deficiência no apoio e autocuidado aos portadores de doenças crônicas. Assim, construímos a seguinte matriz de intervenção:
Descrição do padrão: L- ATENÇAO INTEGRAL A SAUDE |
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Objetivos \Metas: Apresentar uma proposta de intervenção com a intenção de qualificar o acolhimento e o acompanhamento dirigidos aos usuários com HAS e DM cadastrados na unidade básica de saúde Jose Celestino.
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Estratégias para alcançar os objetivos \ metas |
Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) |
Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades |
Resultados esperados |
Responsáveis
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Prazos |
Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados |
CRIAÇÃO DE GRUPOS DE HIPERDIA |
Realizar rodas de conversas, palestras, exercícios físicos, dinâmica de grupo, qualidade de vida |
Materiais explicativos
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Participação de pacientes com HAS e DM no grupo, ampliar o conhecimento dos pacientes sobre fatores de risco e complicações |
Equipe de saúde, NASF. |
1 Ano
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Frequências dos participantes, Reunião
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MUDANÇA DE HÁBITOS DE VIDA
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Realizar atividades educativas
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Murais, Materiais educativos
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Conscientização da população, mudança do estilo de vida.
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Equipe de saúde, NASF |
1 Ano
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Frequência dos participantes |
PROMOÇÃO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL |
Palestras e rodas de conversas, participação dos nutricionistas acerca de hábitos alimentares e alimentação saudável |
Material explicativo, mural de promoção
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Mudanças dos hábitos alimentares, dieta adequada saudável
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Equipe de saúde, nutricionista
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1 Ano
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Frequência dos participantes, mudanças nos hábitos de vida
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Com a continuidade da micro intervenção espera-se disseminar na comunidade conhecimentos para diminuir as possíveis doenças, evitando fatores de riscos, tentando manter uma comunicação aberta e retroalimentada com a comunidade. Espera-se garantir uma melhor assistência aos usuários com doenças crônicas como HAS e DM da UBS Jose Celestino, que os mesmos passem a utilizar seus medicamentos corretamente, seguir a alimentação, praticar atividades físicas prescritas e que compareçam as consultas estabelecidas para prevenir futuras complicações. Em outras palavras, esperamos modificar estilos da vida dos pacientes e o melhor controle das doenças.
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