16 de Maio de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: Micro intervenção educativa para aprimorar os conhecimentos sobre organização e atenção as pessoas com Asma e DPOC com base na estratificação de risco.

ESPECIALIZANDO: Alina Suárez Concepción

ORIENTADOR: Cleyton Cezar Souto Silva.

Doenças respiratórias crônicas são doenças crônicas tanto das vias aéreas superiores como das inferiores. A Asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) são as doenças respiratórias crônicas mais comuns. Representam um dos maiores problemas de saúde mundialmente. Centenas de milhões de pessoas de todas as idades sofrem dessas doenças e de alergias respiratórias em todos os países do mundo e mais de 500 milhões delas vivem em países em desenvolvimento. As doenças respiratórias crônicas estão aumentando em prevalência particularmente entre as crianças e os idosos e afetam a qualidade de vida podendo provocar incapacidade nos indivíduos afetados, causando grande impacto econômico e social. As limitações físicas, emocionais e intelectuais que surgem com a doença, com consequências na vida do paciente e de sua família, geram sofrimento humano (NETO, et al 2010).

O Brasil ocupa a oitava posição mundial em prevalência de Asma, com estimativas para crianças e adolescentes escolares variando de menos que 10 a mais do que 20% em diversas cidades estudadas, dependendo da região e da faixa etária consideradas. Em 2007, foi responsável por cerca de 273 mil internações. Houve 2.500 óbitos, de acordo com o DataSUS, dos quais aproximadamente um terço ocorreu em unidades de saúde, domicílios ou vias públicas. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica foi responsável por 170 mil admissões no SUS em 2008, com permanência média de seis dias. O número de óbitos variou em torno de 33.000 mortes anuais de 2000 a 2005. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica encontra-se entre a quinta e sexta das principais causas de morte no Brasil. (NETO, et al 2010).

Muitos dos fatores de risco para Doenças Respiratórias Crônicas preveníveis já foram identificados e medidas eficazes de prevenção foram estabelecidas. Tabagismo, poluição ambiental, alérgenos, agentes ocupacionais e algumas doenças como esquistossomose e doença falciforme podem ser citados como fatores de risco preveníveis para DRC. Além disso, pneumonia, bronquiolite e tuberculose, por causarem cicatrizes nas vias aéreas, também podem ser consideradas fatores de risco com impacto significativo sobre essas doenças. O aumento na expectativa de vida representa fator de risco independente para esse grupo de doenças (VERA, 2013).

O estabelecimento de uma linha de cuidado para as Doenças Respiratórias Crônicas pode ser efetivo para a redução da morbimortalidade dessas doenças. Entretanto, no Brasil, habitualmente, o sistema de saúde desenvolve ações de forma fragmentada.

Faz-se necessária a organização de uma rede de atenção que atenda as pessoas com doença respiratórias crônicas com maior ênfase na atenção primária, incluindo ações de promoção da saúde e prevenção primária e secundária.

No que se refere o manejo dos casos de Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica deve ser realizado pelas equipes da Atenção Primária, que, por atuarem de forma próxima das famílias, conseguem melhor adesão ao tratamento, permitindo maior controle dos sintomas, com consequente diminuição do número de internações hospitalares e aumento na qualidade de vida. (NETO, et al 2009).

O médico de comunidade e as equipes das unidades de saúde devem acompanhar todos os pacientes com Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, incluindo aqueles persistentes graves e de difícil controle. É necessário, portanto, que os profissionais das equipes da Saúde da Família estejam preparados para lidar com esses agravos, para que possam ofertar o melhor tratamento e acompanhamento às pessoas que têm doença respiratória crônica (REJANE et al 2011).

Foi feito uma reunião na equipe 011 da Policlínica Alberto Lima, município Santana, Estado Amapá, sendo utilizado como instrumento de auto avaliação o AMAQ.A equipe centrou a análises em a Unidade Equipe de Atenção Básica, na dimensão Educação Permanente, Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde, especificamente nas seguintes subdimensiones: Organização do processo de trabalho e Atenção integral à saúde. Durante o análise forem identificados vários problemas como: A equipe não acompanha as crianças com idade até nove anos, com definição de prioridades a partir da avaliação e classificação de risco e analise de vulnerabilidade; A equipe não utiliza as Práticas Integrativas e Complementares como forma de ampliação da abordagem clínica; A equipe não organiza a atenção as pessoas com Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica(DPOC) com base na estratificação de risco. Outorgando uma pontuação desde zero até dez pontos, o último problema alcançou uma pontuação de 3 pontos e como foi a menor pontuação, e segundo a repercussão do problema e a possibilidade de resolutividade do mesmo, a Equipe decidiu que o maior problema nosso foi esse e decidimos construir uma matriz de intervenção (apêndice 1).

Por todo o exposto, formulamos a seguinte questão: Será que podemos aprimorar os conhecimentos sobre organização e atenção as pessoas com Asma e DPOC com base na estratificação de risco

          Esta Microintervenção tinha como objetivo aprimorar os conhecimentos sobre organização e atenção as pessoas com Asma e DPOC com base na estratificação de risco na população da Equipe 011; realizar os registros de pacientes com Asma e DPOC na população; estabelecer uma intervenção educativa sobre os fatores de risco, características da doença e metas do tratamento para minimizar as crises.

          A Microintervenção evolve toda a população com Asma e DPOC da equipe 011 da Policlínica Alberto Lima, município Santana, Amapá. A equipe envolvida foi composta por médico, enfermeira, técnica de enfermagem e 5 agentes comunitários de saúde.

          A equipe em conjunto fez primeiro o levantamento e registro de todos pacientes com Asma e DPOC de nossa área, tendo os ACS o papel primordial, pois eles ficaram responsáveis de pesquisar os pacientes nas visitas casa a casa, assim como os pacientes que foram registrados nas consultas do medico e enfermeira.

          Já confeccionados os registros de nossa área por cada ACS, realizamos palestra educativa em nestes pacientes sobre as características das doenças, fatores de risco que são preveníeis, tratamento individuais e conhecimentos das exacerbações para minimizar as complicações.

          Durante as palestras os pacientes compartilharam suas experiências com o grupo e foram dispensadas muitas dúvidas sobre as medidas educativas que podem ser realizadas por eles para prevenir a exposição a determinados fatores de risco.  Em as reuniões semanais da equipe haverá um monitoramento mensal do Registro dos pacientes mediante as visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde.

É esperado como resultado controlar os casos de Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica a traves de registros da equipe baseando-se na estratificação de risco e nas necessidades individuais dos pacientes e aumentar o nível de conhecimento sobre a doença e fatores de risco preveníeis nos pacientes registrados partindo das dúvidas apontadas pelos pacientes.

A Microintervenção permitiu realizar o Registro atualizado dos pacientes com Asma e DPOC de nossa área e conseguimos estabelecer programas de cuidados e acompanhamento baseando se na estratificação de risco, nas necessidades individuais e nos determinantes sócias da saúde que afetam estes usuários.

Depois da Microintervenção a equipe fez a construção de um instrumento capaz de monitorar um dos indicadores do PMAQ segundo SIS. O PMAQ-AB situa a avaliação como estratégia permanente para a tomada de decisão e ação central para a melhoria da qualidade das ações de saúde. A equipe desenvolveu o indicador referente ao Porcentual de Encaminhamentos para o serviço especializado, onde podemos avaliar nosso poder de resolutividade, sempre tendo em conta que tem pacientes que necessariamente precisam ser avaliados pelos diferentes serviços especializados, assim eles tenham realizado um ótimo atendimento por parte da equipe (apêndice 2).

Concluímos que é muito importante o processo auto avaliativo para lograr a perfeição do nosso trabalho, assim como monitorizar cada um dos indicadores do PMAQ, com a finalidade de buscar novas alternativas e estratégias que possam mudar nossa perspectiva de trabalho e permita obter melhores resultados.

          Nossa equipe conta com 5 agentes comunitários de saúde em uma população de 2406 pessoas aproximadamente, sendo assim quase 481 pacientes por ACS permitindo isso que elos chegarem no 100 % da população de nossa área, além de que é uma área de fácil aceso e se encontra toda coberta. Realizando assim os Registros de pacientes com Asma e DPOC sim dificuldades em quanto a recurso humano. A nossa equipe espera um ótimo resultado logrando acolher a totalidade de estes pacientes para um bom acompanhamento em consultas e vistas domiciliares.

Em a realização da Microintervenção em quanto a confecção dos registros a dificuldade foi que tem migração de pessoas de dois bairros de nossa área para o interior do estado, e o acompanhamento dos pacientes com Asma e DPOC não é como o estabelecido em nosso processo de trabalho em estes pacientes que ficam em essa situação.

          Em quanto à construção do instrumento para monitorizar os indicadores do PMAQ não houve dificuldade alguma, pois ele funciona como um medidor do nosso trabalho, para assim garantir que o indicador mantenha o padrão esperado.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 

1-NETO, Alcindo Cerci, Caderno de Atenção Básica No 25, Brasília 2010.

2-VERA Carmen, Fatores de Risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis em uma Comunidade Universitária do Sul do Brasil(UFRGS), 2013.

3-NETO, Alcindo Cerci, Caderno de Atenção Básica No 24, Brasília 2009.

4-REJANE, Sandra, Tuberculose na Atenção Primária de Saúde, 2011.

 

Apêndice 1.

MATRIZ DE INTERVENÇÃO-AMAQ. EQUIPE 011.

Descrição do padrão: Unidade de análise: Equipe de Atenção Básica.

Dimensão: Educação Permanente, Processo de Trabalho e Atenção Integral a Saúde.

Subdimensão: L-Atenção integral a saúde.

  4.30 – A equipe de Atenção Básica organiza a atenção às pessoas com Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica(DPOC) com base na estratificação de risco.

 Nota: 3      

Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: A equipe não organiza a atenção as pessoas com Asma e DPOC com base na estratificação de risco.
Objetivo/meta: Organizar e controlar o Registro de pessoas com Asma e DPOC.

Estratégias para alcançar os objetivos/metas

Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução)

Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades

Resultados esperados

Responsáveis

Prazos

Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados

-Realizar o Registros e acompanhamento de pacientes com Asma e DPOC. -Montar planilhas para realizar levantamento de pacientes com Asma e DPOC.

-Realizar Registros de pacientes com Asma e DPOC nas consultas médicas.

-Planilhas e Registros de controle.

-Recursos humanos.

-Controlar os casos de Asma e DPOC a traves de registros da equipe baseando-se na estratificação de risco e nas necessidades individuais. -Médico

-Enfermeiro.

-Téc. Enfermagem.

– Agentes Comunitários de Saúde(ACS).

-Maio 2018. -Realizar monitoramento mensal através dos Registros dos ACS, enfermeira e médico para verificar tais resultados.

 

 

 

 

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