CAPÍTULO III: PLANEJAMENTO REPRODUTIVO, PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO.
FACILITADOR: TÚLIO FELIPE VIERA DE MELO
ESPECIALIZANDO: HENRY RODRÍGUEZ PEDROSO
A Unidade Básica de Saúde Saudade a qual estou vinculado localize-se na zona rural do município de Serra Negra do Norte/RN. Sendo minha experiência na atenção em saúde sexual e reprodutiva na zona rural, uma das áreas de atuação prioritárias da Atenção Básica, é ofertada observando-se como princípio o respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos.
Nossa equipe faz várias atividades muito importantes como: aconselhamento, atividades educativas, atividades clínicas, entre elas o atendimento às pessoas que querem planejar sua gravidez decidindo qual é o melhor momento para ter filhos e compreender o que eles tem que fazer para que seus filhos comecem sua vida com saúde e tenha uma boa qualidade de vida durante a primeira infância. Para executar o que foi planejado pela equipe, composto pela enfermeira, médico, técnico de enfermagem e os agentes de saúde das diferentes micro-áreas, promovemos ações educativas para toda a população.
Decidiu-se em reunião que as palestras seriam realizadas pelo médico e pela enfermeira, também planejamos com os agentes de saúde para intensificar as visitas domiciliares para realizar a busca ativa das mulheres gestantes. Também realizamos rodas de conversa com as adolescentes que tenham iniciado vida sexual ativa, os agentes falam sobre os métodos contraceptivos básicos que tem na unidade e a necessidade de ir a consulta com o médico ou a enfermeira. Nas reuniões mensais discutimos sobre a diversidade sexual, relações de gênero e prevenção da infecção do Vírus de Imunodeficiência adquirido (HIV/AIDS), sobre as notificação e encaminhamentos adequados dos casos diagnosticados com HIV, assim como a avaliação e tratamento adequado das pessoas diagnosticadas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e discutimos sobre a saúde sexual em grupos de de gestantes, adolescentes e idosos.
Oferecemos conhecimentos fundamentais para os integrantes da equipe sobre a adolescência e a juventude, etapas fundamentais do desenvolvimento humano. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) delimita a adolescência como o período de vida que vai dos 12 aos 18 anos de idade. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por sua vez, delimita a adolescência como a segunda década de vida, período compreendido entre os 10 e os 19 anos, 11 meses e 29 dias e a juventude como o período que vai dos 15 aos 24 anos primeiros anos da juventude. Os agentes de saúde realizam visitas dos adolescentes com maior risco e as estimulam para os encontros em salas de acolhimento para falar sobre os direitos reprodutivos, garantir a atenção à saúde sexual e à saúde reprodutiva, incluindo o acesso ao planejamento reprodutivo e aos insumos para a prevenção das DST/HIV/Aids, além de desenvolver ações educativas com grupos, respeitando os direitos sexuais e os direitos reprodutivos (BRASIL, 2007).
A equipe de saúde faz um esforço para garantir o atendimento aos adolescentes e jovens, antes mesmo do início de sua atividade sexual e reprodutiva, para ajudá-los a lidarem com a sua sexualidade de forma positiva e responsável, incentivando comportamentos de prevenção e autocuidado. Além disso, os adolescentes e jovens têm direito a ter atendimento sem discriminação de qualquer tipo, com garantia de privacidade, segredo e confidencialidade, ou seja, de serem atendidos sozinhos, em espaço privado, onde possa ser reconhecida sua autonomia e individualidade.
Todos os membros da equipe sempre estimulam o uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais, por ser o único método que protege contra as DST/HIV/Aids. O preservativo pode ser usado associado a outro método anticoncepcional – dupla proteção ou isoladamente. Enfatizar a importância da dupla proteção. Periodicamente se faz o levantamento periódico das gestantes da equipe de saúde, incluindo as que fazem pré-natal em serviços privados.
Nas gestantes recomenda-se no mínimo seis consultas durante os nove meses de gravidez, evitando assim problemas para a mãe e seu bebê. As consultas devem ser mensais até a 28º semana, quinzenais entre a 28º e 36º semanas e semanais a partir da 36º semana até o nascimento. Preenchemos adequadamente a caderneta da gestante com os dados dos exames, medicações, data provável do parto, doenças prévias, atividades educativas.
Se faz uma avaliação nutricional com peso e altura das gestantes, orientamos sobre os cuidados que tem que ter durante a gestação, quais são os alimentos mais recomendados durante e a periodicidade com que devem ser consumidos, para que assim tenham uma boa nutrição durante o período de gestação.
Orientamos sobre as questões referentes ao parto e sobre a importância de retornar a consulta de puerpério para o seguimento dela e do recém nascido. Estimulamos o aleitamento materno, demanda livre, exclusivo até os 6 meses e complementar até 2 anos. Orientamos sobre a pega correta e desmistificamos alguns mitos.
Como potencialidades, temos o comprometimento de todos o profissionais da equipe nas reuniões e nas ações junto com a população e a disponibilidade de recursos gratuitos para todas as pessoas como os anticoncepcionais e outros medicamentos para o tratamento das doenças que acontecem durante a gestação.
Já as fragilidades, apontamos a demora nos encaminhamentos das gestantes aos especialistas e para alguns exames, alta demanda para atendimento, baixo nível cultural de algumas gestantes, adolescentes e idosos e os baixos nível social e econômico que tem a maior parte da população da zona rural o qual dificulta a compra de alimentos e a ida delas para as consultas.
De forma geral foi uma experiência muito boa já que a equipe aumentou seus conhecimentos e ganhou em experiência sobre seu trabalho com a população de risco e agora se faz um melhor trabalho e a população fica muito mais satisfeita com os membros da zona rural.
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2007. 60 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
Ponto(s)