A SAÚDE MENTAL EM ATENDIMENTO NA UNIDADE CHICO COSTA: UM OLHAR VOLTADO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
ESPECIALIZANDO: YOEL PARRAS ROBAS
ORIENTADOR: TULIO FELIPE VIEIRA DE MELO
Essa microintervenção irá mostrar como ocorre o atendimento na rede de atenção em saúde mental em conjunto com a Unidade de Saúde da Família Chico Costa, com a adaptação a um novo instrumento de anotações e registro de medicamentos controlados.
Em relação a saúde mental, a Organização Mundial da Saúde vem procurando despertar a consciência do público e dos profissionais para o real ônus dos transtornos mentais e seus custos em termos humanos, sociais e econômicos. Ao mesmo tempo, empenha-se em ajudar a derrubar muitas das barreiras, especialmente o preconceito, a discriminação e a insuficiência dos serviços, que impedem milhões de pessoas em todo o mundo de receber o tratamento de que necessitam e que merecem.
Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem contudo perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro (FERNANDES; MOURA, 2009).
A população que sofre de algum transtorno mental é reconhecida como uma das mais excluídas socialmente. Essas pessoas apresentam redes sociais menores do que a média das outras pessoas. Para Fernandes e Moura (2009) a segregação não é apenas fisicamente, permeia o corpo social numa espécie de barreira invisível que impede a quebra de velhos paradigmas.
A nova maneira de compreender os transtornos mentais é chamada de matriciamento, que oferece uma nova esperança aos doentes mentais e a suas famílias, bem como dos seus principais fatores contributivos, analisa o âmbito da prevenção, a disponibilidade de tratamento e os obstáculos a ele. Examina detalhadamente a provisão e o planejamento de serviços e termina com um conjunto de recomendações de longo alcance que cada estado pode adaptar de acordo com suas necessidades e seus recursos.
Atualmente, em meu município, o atendimento em saúde mental funciona da seguinte forma: o paciente chega pela UBS e dá entrada no sistema do SUS, é atendido e referenciado para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) para ser avaliado por um médico psiquiátra. As vezes, dependendo do estado de saúde mental do paciente, é referenciado para o NASF para avaliação psicológica. Após esse atendimento é contra referenciado para a UBS onde será acompanhado pela equipe de saúde.
A partir de 2005, o processo de desinstitucionalização de pessoas longamente internadas é impulsionado, com a criação do Programa “De Volta para Casa”. Uma política de recursos humanos para a Reforma Psiquiátrica é construída, e é traçada a política para a questão do álcool e de outras drogas, incorporando a estratégia de redução de danos. Realiza-se, em 2004, o primeiro Congresso Brasileiro de Centros de Atenção Psicossocial, em São Paulo, reunindo dois mil trabalhadores e usuários de CAPS (BRASIL, 2005).
Os agravos mais prevalentes atendidos pela Unidade são: ansiedade e depressão; dependência de benzodiazepínicos, dependência química de álcool e outras drogas, transtornos de personalidade, bipolaridade e esquizofrenia. Os fatores de riscos para os transtornos mentais existentes são uso abusivo de drogas ilícitas, como entorpecente e álcool, estresse mental e disposição genética.
As dificuldades encontradas no manejo do atendimento dessas pessoas envolvem a adesão dos pacientes aos tratamentos, para ter acesso à algumas medicações (principalmente as de auto custo), e demora no atendimento dos pacientes referenciados para atenção secundária, como consultas no CAPS.
Não há dificuldades em relação ao papel esperado pelo médico, pois os pacientes já conhecem o médico e agem de boa fé, comparecem as consultas. A quantidade de pacientes em sofrimento psíquico atendidos por mês na minha unidade são cerca de 19 pacientes.
Mediante isso, houve a necessidade de trocar o instrumento de registro dos pacientes, o qual só constava o nome e idade dos pacientes que estavam sendo atendidos pelo CAPS ou NASF.
Foi solicitada uma reunião de urgência com a equipe de saúde para debater sobre esse assunto e chegamos ao seguinte planejamento:
Quadro 01 – Planejamento e elaboração do livro de anotações sobre uso de substâncias controladas.
O que |
Porque |
Onde |
Quando |
Como |
Livro de registro de controlados |
Porque irá facilitar o acompanhamento dos pacientes em saúde mental |
Na UBS Chico Costa |
Até o final do mês de setembro de 2018 |
Através de reunições com a equipe e coleta de informações nos prontuários |
Após a reunião, a equipe decidiu participar de mais reuniões para dar seguimento a elaboração do livro de registro de controlados. Não houve fragilidades, pois a equipe se mostrou interessada e motivada, sendo uma potencialidade para a microintervenção ter acontecido e seguir em frente.
Espero com a realização dessa microintervenção que o livro de registro seja utilizado a favor do atendimento em saúde mental, beneficiando o acompanhamento de muitos pacientes que na maioria das vezes, não são acompanhados devidademente por seus familiares.
REFERENCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005.
FERNANDES, A; MOURA, C. Conselho Federal de Psicologia. Prática profissionais dos(as) psicólogos(as) nos centros de atenção psicossocial/ Conselho Federal de Psicologia. – Brasília: CFP, 2009.
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