4 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

TITULO: Alcoolismo na Saúde Mental

ESPECIALIZANDO: Yaudeli Dovales Graverán

ORIENTADOR: Tulio Felipe

COLABORADORES: Samara, Erika Maiara 

 

A Atenção Básica tem como um de seus princípios possibilitar o primeiro acesso das pessoas ao sistema de saúde, inclusive daquelas que demandam um cuidado em Saúde Mental. Podemos dizer que o cuidado em Saúde Mental na Atenção Básica é bastante estratégico pela facilidade de acesso das equipes aos usuários e vice-versa (BRASIL, 2013).

A equipe de Saúde da Família deve estar preparada para identificar situações de sofrimento mental e lidar adequadamente com pacientes com sofrimento mental na comunidade. Nesse papel, a equipe deve quebrar paradigmas e preconceitos enraizados no tratamento, praticando os ideais propostos na Reforma Psiquiátrica Brasileira e garantindo um cuidado integral e humanizado a esses pacientes. Aprofundar seus conhecimentos nas estratégias a serem abordadas permitirá contribuir para a melhora da qualidade de vida e ressocialização desses pacientes, bem como prestar suporte adequado às famílias que tanto sofrem nesse contexto (UNA-SUS/UFMA, 2014).

É muito comum o profissional que atua na Atenção Básica se deparar com situações de abuso de álcool, que devem ser abordadas precocemente. Nesse caso, a nossa equipe falará sobre uma experiência a respeito de uma doença muito comum em uma comunidade devido o consumo de álcool, dessa forma, mostrando que esta doença não afeta somente o indivíduo, mas sim, toda a família em geral. Causando conflitos em toda família, inclusive levando o paciente ou algum membro da família, seja mãe, pai ou outro membro a prática do suicídio.

Minha equipe de saúde junto com e NASF e CAPS de meu município, realizaram um bom trabalho com uma família da comunidade a qual presto assistência médica, nesse local encontramos um paciente alcoólico, que já estava no vício há muitos anos. 

Paciente V. S. M, 50 anos de idade, morador da zona rural do município João Câmara, assistido pelo ESF 09, agricultor, casado, pai de 4 quatro filhos, sendo 3 mulheres e um jovem, sustenta a casa sozinho, pois é o único que trabalha. Ao chegar na consulta sua esposa relata que fica muito triste, pelo fato de seu esposo está sempre bêbado, em algumas ocasiões o mesmo fica violento com ela e com seus filhos.

 Diante desta situação, a equipe se reuniu com urgência, com o objetivo de visitar e conhecer essa família, para saber tudo que está acontecendo com essa família, para que assim possam tomar medidas e ajudá-la, tanto no âmbito psicológico, como moral. No primeiro momento da visita o paciente ficou irritado porque não gostou que sua esposa falasse sobre sua vida privada com as pessoas ali presentes, a equipe começou a falar com ele e sua família sobre a importância do abandono do álcool, e as complicações que essa família pode ter. 

Posteriormente, após o paciente ouvir toda conversa decidiu assistir a consulta por vontade própria, e a mesma foi agendada pela equipe de saúde para um melhor atendimento e um bom tratamento tanto psicológico como medicamentoso. Juntamente com o NASF, depois de um tempo de consulta e reabilitação continuamos acompanhando deste paciente, e constatamos que houve mudanças satisfatórias, o mesmo encontra-se muito feliz e a comunicação com sua família está muito melhor, todos seus familiares ficaram muito agradecidos por todo o trabalho desenvolvido pela equipe de saúde.

No primeiro momento do tratamento foi um pouco difícil, já que a consulta com o NASF não foi como esperávamos. O encaminhamento também foi difícil, a consulta com a Psiquiatra também, já que a consulta ocorre a cada 3 meses e ela tem muita demanda de usuários, com as mesmas características dos pacientes de meu PSF. Como são de zona rural, é muito mais difícil realizar o acompanhamento deste paciente.

Com a microintervenção, nossa equipe fica ainda mais preparada para realizar a atenção e acompanhamento adequado dos pacientes com problemas de saúde mental, problema que é tão comum em nossa comunidade. Além disso, a família melhora sua interação, o paciente melhora sua autoestima e esperamos que com a continuidade de nosso trabalho estabelecer estratégias próprias do PSF, convertendo-se em um cenário ideal para a promoção de saúde, educação, controle de doenças e envolvimento da comunidade.

 

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 176 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34).

Universidade Federal do Maranhão. UNA-SUS/UFMA. Saúde mental e a Saúde da Família: abordagem em Saúde Mental/ Mae Soares (Org.). – São Luís, 2014. 31f.: il.

 

 

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