3 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

TÍTULO: ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA: A PUERICULTURA E SUAS DIFICULDADES NA ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE.

ESPECIALIZANDO: OSCAR MACIAS GUTIERREZ

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

 

Para todos os profissionais da saúde, salvar vidas humanas, melhorar seu estado de saúde, modo e estilo de vida das pessoas é uma meta muito grande em nossa vida como médico. Mas quando se trata de crianças a satisfação é maior, ganhar sua confiança e sobre todo, um sorriso é muito gratificante para nós.

Cada dia que passa enfrentamos situação diferentes e complexas em ocasiões, por isso é muito importante ficar bem capacitados para resolver com sucesso cada uns deles. A Atenção Básica (AB) como já todos conhecemos é a porta de entrada à saúde como direito constitucional para toda a população, é aí onde se desenvolvem múltiplos atividades para o bem-estar dos cidadãos. Uns deles é a atenção as crianças (Puericultura) que vai ser aquela consulta onde vamos acompanhar todas as crianças.

A puericultura, na AB tem como objetivo promover o acompanhamento sistemático da criança, avaliando seu crescimento e desenvolvimento de forma ininterrupta, a fim de promover e manter a saúde, reduzir incidências de doenças e aumentar as chances de esta crescer e se desenvolver de modo a alcançar todo o seu potencial. Se avalia o crescimento e desenvolvimento, peso, estatura, desenvolvimento neuropsicomotor, imunizações e intercorrências, bem como o estado nutricional. Existe ainda a necessidade de promover a orientação da mãe, família ou cuidador sobre os cuidados que a criança deve ser submetida em todo o atendimento, tais como: alimentação, higiene, vacinação e estímulo, fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartão da criança (FUJIMORI; OHARA, 2009; VIERA et al, 2015).

É muito importante para todas as equipes de saúde, ter ferramentas de trabalho que nos permita avaliar sistematicamente nosso trabalho, assim vamos ter maior certeza sobre nossas debilidades e potencialidades. Que deveríamos mudar e qual estratégia realizar para otimizar o atendimento e acompanhamento aos pacientes, principalmente as crianças.

Por isso não é só avaliar o funcionamento da equipe um dia, realizar uma reunião periodicamente para poder fazer maior força sobre as debilidades, conhecer os problemas da área de saúde, comprometer as gestões do município como as principais autoridades do território. A saúde não diz respeito apenas aos servidores do setor saúde, existem uma gama amplia de fatores governamentais que tem que estar comprometidos, para mudar todo o errado, e que o sistema de atendimento na Atenção Primaria de Saúde (APS) seja de qualidade como o povo merece.

Nossa equipe de saúde, em reunião efetuada no mês de agosto, analisamos umas questões que tem relacionamento com o acompanhamento das crianças na área de saúde. O ponto de partida dessa análise foi a reflexão sobre como é o nosso trabalho, que estamos fazendo errado, que nos falta mudar e realizar para melhorar as consultas de puericulturas. Isso permitiu a confecção de uma matriz de intervenção.

Analisado todas as questões em geral, poderíamos ver que apesar do trabalho de todos os dias por nós, ainda está faltando a sistematicidade do que a gente faz o dia a dia. O principal problema é que muitas crianças apresentam atrasadas consultas e não fazemos nada para recuperá-los. Um dos principais problemas é que muitas mães quando ganham o bebezinho acham que acabou seu acompanhamento e, às vezes só, procuram à consulta apenas quando as crianças estão doentes. Existe pouco conhecimento sobre o acompanhamento das crianças em idades pediátrica.

Como vamos mudar as coisas erradas? Que ações faríamos para melhorar a situação da equipe?  Realizamos uma matriz de intervenção que seria nossa principal ferramenta de trabalho, que se complementa com todas as ações que há a equipe de saúde.  Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, avaliação e classificação de riscos, e analise de vulnerabilidade. Nosso objetivo seria promover as consultas de puericultura, para que o 100 % das crianças tenham acompanhamento em nossa área de saúde.

 

Estratégia para alcançar os objetivos

Atividades a serem desenvolvidas

Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades

Resultados esperados

Responsáveis

Prazo

Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados

Fazer a pesquisa ativa na área de saúde para cadastrar o 100 % das crianças.

 

Realizar visitas domiciliares para identifica as crianças por micro áreas de saúde.

Recurso Humano

Lápis, Canetas, Ficha de cadastro individual. Cronograma de visita domiciliar das, ACS. Corretivo, Borracha,

Identificar o 100 % das crianças da área de saúde.

ACS.

Agosto/ 20.

Cadastro atualizado das crianças.

Fazer uma ficha de cadastro individual.

Utilização do programa Excel no notebook

Recurso Humano, Notebook

Que todas as crianças da área de saúde fiquem cadastradas e identificados todos os riscos.

Médico.

Enfermeira.

ACS.

Agosto/ 30.

Cadastro atualizado das crianças.

Cumprir com o cronograma de consultas de puericulturas, segundo o estabelecido pelo ministério da saúde.

Visita domiciliar frequente as crianças, e agendamento oportuno para as consultas de puericultura. Cronograma de consulta visualizado na recepção com identificação da equipe.

Recurso Humano.

Folhas.

Caneta.

Borracha.

Lápis.

Notebook.

 

Aumento do número das consultas de puericultura.

Medico. Enfermagem. ACS

 

Agosto/ cada terça à tarde.

 

Prontuários das crianças. Ficha de cadastro individual. Cronograma das consultas de puericultura.

Realizar um exame físico de todos os aparelhos que nos permita fazer uma avaliação geral, fazer medições antropométricas e avaliação dos exames solicitados.

Consultas de puericulturas.

Recurso Humano, Balança.

Fita métrica. Estigmou manômetro.

Estetoscópio.  Registro geral das crianças.

Caneta, Prontuário.

Caderneta da criança.

Detectar todos os riscos nas crianças. Traçar estratégia para melhorar o acompanhamento.

Evitar complicações futuras. Melhorar e avaliar o estado nutricional.

Médico.

Enfermeira.

TE.

Agosto/ cada terça à tarde.

 

Prontuários das crianças. Ficha de cadastro individual.

Caderneta individual das crianças.

Avaliar a história psicossocial das crianças.

Consultas de puericultura. Visitas domicilias.

 

Recurso Humano.

 

Fazer uma história psicossocial de todas as crianças. Diminuir todos os riscos ambientais que possam existir na casa. Diminuir os riscos de acidentes na casa.

Médico.

Enfermeira.

ACS.

TE.

Agosto/ 30.

Prontuários das crianças. Ficha de cadastro individual.

Educação de situações de risco e avaliação continua dos riscos.

Palestras de educação e atividades de apoio as mães com crianças. Consultas de puericultura.

Recurso Humano, Datashow.

Panfletos sobre riscos nas crianças.

Materiais de estudo sobre riscos nas crianças.

Aumento da demanda de atenção às crianças. Redução de urgências.

Redução de morte e complicações.

Preparar as mães para a manipulação das crianças e condutas ante qualquer situação.

Médico.

Enfermeira.

ACS.

AE.

Agosto/ 14,28

Ficha de cadastro individual.

Prontuário das crianças. Cronograma de consultas e atividade da equipe para o mês.

 

 

A estratégia de trabalho apresenta ações que vai nos permitir avaliar sistematicamente e de forma geral nosso trabalho na equipe. Se complementa com ações de busca ativa, atividades educativas e, além disso, as consultas de puericulturas que seriam feitas pelo médico e enfermeira da equipe.

A busca ativa pelos ACS em suas microáreas de saúde vai permitir a localização daquelas crianças que não tem acompanhamento pela equipe e as que se encontram atrasadas em consultas de puericultura. Os ACS seriam os principais responsáveis de informar diariamente à coordenadora da equipe de saúde, sobre o que acontece para que seja possível intervir junto aos pais e às famílias das crianças.

Para começar o proposto e alcançar nosso objetivo, é muito importante que o cronograma das atividades da equipe seja dirigido para atividades de promoção das consultas de puericulturas, a partir das atividades diárias realizadas na Unidade Básica de Saúde (UBS), via organização das demandas espontâneas e de cuidado continuo.

Agora bem, uma vez aplicada nossa estratégia de intervenção que esperamos com ela: aumento das demandas das consultas de puericulturas; avaliação e classificação de sinais de risco e tratamento oportuno; Avaliar e acompanhar o crescimento, desenvolvimento e imunização das crianças nas consultas de puericultura; identificação de riscos sociais, ambientais, e violência familiar nas visitas domiciliares; promoção do aleitamento exclusivo até os seis primeiros meses de vida; avaliação do envolvimento dos pais com as crianças, como sua manipulação; a periodicidade da assistência as consultas de puericultura das crianças; a promoção das consultas de puericulturas e sua importância; acompanhamento especializado por pediatra e odontologistas; que os pais ganhem em experiência sobre os cuidados das crianças, como higiene, alimentação, imunização, estimulação e ambiente psicoafetivo.

Todas as atividades de promoção e educativas são insuficientes quando se trata do acompanhamento e a saúde das crianças, por isso es tão importante a sistematicidades com que sejamos capazes de realizar cada uma delas. O controle diário e o cumprimento de todas as tarefas planejadas para cada mês.

Nossa UBS conta com o núcleo de apoio à saúde da família (NASF), pediatra e odontologista, que se complementam com nós como outra força mais para melhorar e avaliar o crescimento e desenvolvimento das crianças. Temos todas as condições e recursos humanos necessários e capacitados para o acompanhamento das crianças de nossa área de saúde e do município em geral.

 

GLOSSÁRIO:

 

 

1-      Atenção Básica. (AB)

2-      Unidade Básica de Saúde. (UBS)

3-      Agentes Comunitárias de Saúde. (ACS)

4-      Núcleo de Apoio à Saúde da Família. (NASF)

5-      Técnica de Enfermagem. (TE)

 

 

REFERÊNCIAS

 

FUJIMORI, E.; OHARA, C. V. S. Enfermagem e a saúde da criança na atenção básica. Barueri: Manole. 2009.

VIERA, M. M. et al. A atenção da enfermagem na saúde da criança: revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira Multidisciplinar, [S.l.], v. 18, n. 1, p. 97-115, jan. 2015.

 

OCHA, N.S.P.D.; MAGALHÃES, M. L.; SILVA. J. A. Programa de Educação Permanente em Saúde da familia (PEPSUS). Módulo: Atenção à saúde da criança:

Crecemento e desenvolvimento. Natal: PEPSUS, 2017.

 

 

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