TITULO: A atenção em saúde mental na unidade básica de saúde Maria Virginia de Leite Franco.
ESPECIALIZANDA: Yaydeling Camero Crespo.
ORIENTADORA: Maria Helena Pires Araújo Barbosa .
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria Virginia de Leite Franco, tem em nossa área de abrangência um alto número de pessoas com diagnóstico de transtorno mental, por isso a importância oferecer atendimento integral ao usuário com diagnóstico de transtorno mental.
O acompanhamento em nossa unidade básica de saúde tem como objetivo sensibilizar os profissionais de atenção primária quanto à abordagem, cuidado, acolhimento e encaminhamento do usuário com transtorno mental. Deste modo, a equipe de atenção básica, destacando-se os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) por estarem próximas das famílias e comunidades, são estratégicos para o enfrentamento de importantes problemas de saúde pública, como os casos de sofrimento psíquico e/ou transtornos mentais, decorrentes ou não do uso abusivo de álcool e outras drogas.
Os profissionais da atenção primária deparam-se frequentemente com muitas dificuldades no acompanhamento das pessoas com sofrimento psíquico e no manejo dos transtornos mentais. A identificação e a discussão dessas dificuldades são feitas juntamente com profissionais em encontros matriciais ou em outras atividades de educação permanente da equipe.
O município de Poço Redondo conta com o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) que disponibiliza uma vez por semana os membros da equipe. O NASF-AB nesse município é composto por: nutricionista, psiquiatra, psicólogo, educadora física, assistente social, fisioterapeuta e farmacêutico. Não há Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) mas tem no município perto. Esse CAPS funciona os cinco dias úteis da semana e posso fazer encaminhamento dos usuários que demandem atenção em saúde mental. Há também o hospital São José, que está localizado em Aracaju, mas ele só aceita os usuários que sejam encaminhados pelo Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e com prévia regulação com o hospital.
Com relação às consultas na atenção básica, essas são agendadas ao longo da semana e são disponibilizadas 25 vagas. Do total de vagas, 05 são destinadas aos usuários mais críticos. De acordo com as necessidades individuais de cada um é realizado o seguimento na atenção básica ou em outros serviços de saúde. A reavaliação é feita de 3 em 3 meses.
Para realização desta microintervenção foi realizada uma reunião com a equipe para identificar os problemas de saúde mental, já que são de alta prevalência em nossa unidade básica de saúde. Para isso fizemos planilhas para os usuários com necessidades decorrentes do uso abusivo de crack, álcool e outras drogas; Para os usuários em uso de medicamentos controlados; E para os usuários com sofrimento psíquico e/ou transtorno mental. As planilhas possuem as informações que precisamos como: nome e sobrenome, data de nascimento, sexo, cartão de SUS, doença que apresenta, medicamentos que toma, microárea que mora e se tem seguimento por CAPS.
Após a reunião da equipe, decidimos fazer ações de saúde mental nos diversos espaços: em salas de espera, reuniões de grupos, visitas domiciliares, nas escolas, entre outros. Nesses encontros houve a sensibilização dos profissionais de saúde da atenção básica sobre transtornos mentais e a dependência química.
Para construção da linha de cuidado em saúde mental, a equipe propos que fosse discutido um caso com sofrimento psíquico que necessitava de atendimento integral em saúde mental. Trata-se de uma adolescente de 15 anos de idade que sofre após ter perdido seu pai, produto de um acidente de carro há 6 meses. A mãe levou a adoslescente a consulta por apresentar insônia e desmotivação para todas as coisas. Na escola ela apresenta dificuldade de concentração e sua professora falou que ela estava com desempenho acadêmico baixo. A adolescente refere com muita frequência que quer morrer para estar junto seu pai deixando sua mãe muito preocupada. Depois de avaliada, ela foi encaminhada para o NASF-AB onde foi agendada para a mesma semana.
No NASF-AB ela foi avaliada por todos os especialistas e os mesmos enviaram para a UBS a contrarreferência com o tratamento e a solicitação para reavaliação em 3 meses. A equipe está acompanhando bem a adolescente e foram planejadas visitas domiciliares semanais. Durante uma visita, a mão informou que a adolescente está obtendo resultados positivos, pois consegue dormir bem, tem motivação para fazer as coisas e a professora da escola referiu melhora no desempenho acadêmico.
Para realização desta microintervenção as principais dificuldades encontradas foram que não tem todos os usuários eram bem diagnosticados, muitos usuários faziam uso abusivo de medicamentos controlados e tinham dependência de álcool e outros drogas. A equipe verificou que apesar do crescimento da demanda de casos de sofrimento psíquico e/ou transtorno mental, havia pouco apoio por parte dos familiares dos usuários.
Espera-se que a sensibilização dos profissionais sobre as questões de saúde mental e os problemas decorrentes do uso abusivo de drogas possa contribuir em muito para melhorar a qualidade de vida dos usuários. Além disso, que com as ações oferecidas nos diversos espaços possam contribuir para a diminuição da demanda de usuários com sofrimento psíquico e/ou transtorno mental, assim como tenha havido a sensibilização dos indivíduos para que eles possam apoiar mais os seus familiares. Por fim, espera-se que com as planilhas possa haver um melhor controle dos usuários, facilitando o trabalho da equipe.
Ponto(s)