Na área de abrangência da nossa UBS observamos que existe um número significativo de usuários de medicação controlada, em relação ao numero total de pacientes atendidos. São pessoas que vão regularmente procurar atendimento e na realidade o que procuram é renovar uma receita controlada. Muitos desses pacientes fazem uso crônico dessas medicações e possuem dependência das mesmas. A maioria apresenta sintomas de abstinência fisica e psiquica quando não tem acesso aos medicamentos. Esses pacientes têm bastante resistência a acompanhamento e a redução ou desmame dessas medicações, pois relatam sintomas gravissimos quando essas drogas ficam indisponíveis. O meu projeto de microintervenção visa identificar a demanda de paciente portadores de transtornos mentais que fazem uso de drogas diversas, identificar como é feito o acolhimento desses pacientes, o tempo de espera dos mesmos para consultas médicas e como reduzir os riscos associados ao uso crônico dessas medicações.
Primeiramente, reunimos a equipe e desenvolvemos uma ficha (vide tabela abaixo) que facilitará a coleta desses importantes dados, estão sendo coletados dados referentes a quantidade de pacientes portadores de agravos mentais atendidos no mês, a quantidade de usuários de ansioliticos, a forma de marcação das consultas, o tempo de espera dos mesmos para serem atendidos e ações que podem ser realizadas para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Os pacientes que chegam para o primeiro atendimento são avaliados, orientados sobre como a mudança no estilo de vida, alimentação saudável e a prática de atividades fisicas podem melhorar os sintomas referentes a depressão. Esses pacientes estão sendo encaminhados para consulta com psicologa onde é feita uma avaliação dos mesmos e os mais necessitados são encaminhados para atividades de grupo, psiquiatra e acompanhamento no CAPS Laranjeiras que fica a aproximadamente 20 km da UBS. Devido a distância, a prefeitura oferta o transporte que leva os pacientes diariamente.
Começamos a fazer um trabalho de esclarecimento e convencimento com esses pacientes com objetivo de diminuir a dose, parar de tomar os remédios ou trocar por drogas com menor risco de causar dependência. Nenhuma alternativa tem sido fácil, as vezes parece que o sucesso esta garantido mas ocorre um evento familiar na maioria das vezes estressante e temos que começar tudo novamente. Ainda não temos dados suficientes para afirmar que teremos sucesso mas a receptividade dos pacientes quando são abordados nos anima a continuar.
Tabela para coleta de dados referente a pacientes portadores de transtornos mentais.
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