25 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Microintervenção IV

O desafio de atuar de forma mais proativa na saúde mental pela equipe da Atenção básica do município de Cristinapólis- SE.

 

            Para o aprimoramento da atuação da equipe da atenção básica na saúde mental do município de Cristinápolis foi realizada algumas ações para melhorar a qualidade dos nossos atendimentos, realizamos uma reunião com a equipe e as psicólogas e enfermeira do Centros de Atenção Psicossocial – CAPS e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF pois observei a necessidade de organização e monitoramento maior dos nossos usuários. Por ocasião da participação no ano de 2017 do PMAQ a equipe já possuía registro dos pacientes usuários de medicação psicotrópica e de usuários de álcool e drogas, porém desatualizada e representada através de listagem simples, decidimos reorganizar esse controle com o preenchimento de uma ficha de prontuário específica, anexada abaixo, que aborda vários aspectos da vida do paciente, como o uso de medicações ou drogas, dosagem, controle de renovação de receita, assim como descrição de internação psiquiátrica prévia, acompanhamento com o psiquiatra, já que dispomos desse especialista no nosso posto de saúde, dados sobre acompanhamento no CAPS e  ou no NASF e também com atenção ao acompanhamento familiar dos responsáveis ou acompanhantes desses pacientes, essa ficha será fixada em prontuário para controle em todas as consultas realizadas. As fichas foram distribuídas aos agentes de saúde para iniciar o registro dos pacientes já catalogados por eles em suas áreas de atenção e também para registro de usuários novos, a partir dessa coleta, todos os usuários serão cadastros em ATA para termos o registro de usuários em uso crônico de benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticon­vulsivantes, antidepressivos, estabilizadores de humor e ansiolíticos, assim como o registro do número dos casos mais graves de usuários em sofrimento psíquico e o registro dos usuários com necessidade decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas.

          Também criamos uma listagem de controle para quantificar o número de atendimento mensal desses pacientes e avaliarmos o controle de número de consultas, periodicidade e controle da obtenção de consulta para renovação de receita. As pessoas em sofrimento psíquico são agendadas em carácter de urgência ambulatorial com tempo de espera mínimo pois entram em consulta como demanda livre de acordo com a necessidade, caso seja o primeiro atendimento principalmente.

          Na nossa comunidade já tivemos casos de atendimento de usuários com a necessidade do contato direto com os profissionais do CAPS e do NASF, essa articulação já é ativa nos nossos atendimentos e assim como a referência e encaminhamento a esses profissionais. Na unidade do CAPS é realizado o acolhimento dos usuários com abrigo no período do dia, alimentação, realização de atividades educativas e sociais para promover bem estar e reintegração desses pacientes em sociedade. A unidade dispõe, além de outros profissionais, de psicóloga, assistente social e enfermeira que tem acesso e contato direto com a equipe da atenção básica, contato telefônico ou presencial quando necessário seja por motivos de atendimento de saúde mental ou física em geral. No município dispomos de atendimento psiquiátrico no próprio posto de saúde o que facilita a referência e contra referência quando necessário pois usamos o mesmo prontuário médico e o controle sobre as medicações é maior, conseguimos estabelecer a dispensação das medicações a cada 60 dias e também há um controle pela equipe da farmácia da secretaria de saúde local.

A temática da saúde mental com suas problemáticas já foi discutida em reuniões com todos os médicos do município, entre eles o psiquiatra, abordamos discussões inerentes as nossas dificuldades locais que não são diferentes da realidade brasileira, observamos que o número de usuários de medicação psicotrópica está cada vez maior, muitos deles sem diagnóstico previamente definido que já iniciaram o uso há muitos anos atrás e não realizam seguimento especializado, apenas fazem a manutenção do uso com a renovação da receita e iniciamos medidas importantes para avaliar melhor esses pacientes, nesses casos o paciente deve agendar uma consulta para avaliação do nível de dependência, do motivo do início do uso, orientação sobre os riscos das medicações e o encaminhamento dos casos que necessitam de maior atenção ao psiquiatra, outra medida já realizada foi estabelecer em comum acordo entre os médicos a liberação da receita para 60 dias para melhor controle da renovação desses medicamentos e um controle também pela farmacêutica do nosso serviço.

          Apesar de todos essas medidas ainda é uma situação preocupante, a resistência as mudanças por parte desses pacientes é grande, a adesão a psicoterapia e a continuidade é pequena o que dificulta as tentativas de retirada ou redução das medicações. Há uma dependência emocional grande e muitos deles não estão abertos a entender a fisiologia da doença ou entender a importância da psicoterapia no tratamento mesmo com o esforço da equipe na orientação, muitos iniciaram o uso por insônia e não aderem as orientações sobre higiene do sono ou iniciaram o uso por eventos traumáticos há muitos anos atrás e que podem ser enfrentados com maiores resultados com adesão as técnicas cognitivos comportamentais fundamentais nesse processo.

          A equipe da atenção básica e as profissionais do CAPS e NASF acharam a atividade muito importante pois promoveu mais mudanças, atenção maior a esses usuários. O controle maior e o monitoramento mais controlado iremos perceber se nossas ações estão refletindo na melhoria da saúde mental da nossa comunidade, apesar das dificuldades apresentadas percebemos também que já estamos realizando mudanças no nosso cenário, somos atuantes e dispomos no nosso munício de uma boa organização de rede de serviços de saúde mental e um grande apoio da equipe matricial. Agendamos no nosso cronograma uma atividade educacional que será ministrada por mim e pela psicóloga sobre saúde mental, os riscos de medicação psicotrópica, os sintomas comuns da crise de ansiedade, a importância da adesão a pscicoterapia, entre outros tópicos, voltado para esses pacientes mais resistentes e os seus familiares para ser realizada em agosto de 2018 após divulgação e busca ativa pelos agentes de saúde. A equipe acredita na potencialidade das nossas ações na mudança da realidade da saúde mental do nosso município.

 

 

SAÚDE MENTAL– FICHA PRONTUÁRIO ESPELHO

DRA. DAIANA ANDRADE

CRISTINÁPOLIS-SE

IDENTIFICAÇÃO

Nome:

N.º Cartão do SUS:

Documento de identidade:

Data de nascimento: ____/____/______

Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

ENDEREÇO:

N.º:

Bairro:

TEL:

Complemento:

Escolaridade: ( ) analfabeto ( ) até 4 anos( ) 4 a 8 anos ( ) 8 anos ou mais Aposentado: ( ) sim ( ) não Ocupação antes de aposentar:                                                      Ocupação atual:

Estado civil: ( ) casado ( ) solteiro ( ) viúvo ( ) separado ( ) outros

ALCOOL E DROGAS

Fumo ou drogas: ( ) não ( ) sim( ) freqüentemente ( ) raramente (  )parei de fumar

Tipo: ( )cigarro ( ) crack ( ) maconha ( ) outros:                                           

Quantidade:                                                   Tempo:

Bebida alcoólica: ( ) não ( ) sim( ) frequentemente ( ) raramente ( ) parei de beber

Tipo:                                              Quantidade:                                                   Tempo:

MEDICAMENTOS

Toma medicamentos diariamente? ( ) sim ( ) não                 Para que?

Qual/dosagem?

INTERNAÇÔES

Foi internado em hospital psiquiátrico? ( ) sim ( ) não                                  

Quantas vezes?

Quantos dias?

Onde?

Porque?

TRATAMENTO ESPECIALIZADO

Realiza seguimento com o a psiquiatria? ( ) sim ( ) não

Com que frequência ?

SUPORTE DE CUIDADOS E DEPENDÊNCIA

Mora sozinho? ( ) sim ( ) não

Fica sozinho a maior parte do dia? ( ) sim ( ) não

Necessita de cuidados para o dia-a-dia? ( ) sim (  )não

Moram comigo___________

 

 

ATIVIDADES SOCIAIS

Frequenta o CAPS? ( ) sim ( ) não

Quantas vezes na semana ?

Realiza atividades em grupo?

Quais?

Tem acompanhamento com a psicologia ? ( ) sim ( )não

Com que frequência?

DOENÇAS CRÔNICAS

HAS ( ) sim ( ) não

Diabete ( ) sim ( ) não

Outros:

AUTO PERCEPÇÃO

Em geral minha saúde é? Muita Boa( ) Boa ( ) Regular( ) Ruim( ) MuitoRuim( )

 

           

 

 

 

UBS MARIA DANTAS DE CARVALHO

DRA. DAIANA ANDRADE Equipe 07

REGISTRO DOS USUÁRIOS DE PSICOTRÓPICOS

CRISTINÁPOLIS- SE

 

 

No

Nome

Idade

Nascimento

CID 10

Data da Consulta

MEDICAMENTOS

1

 

 

 

 

 

 

2

 

 

 

 

 

 

3

 

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

 

5

 

 

 

 

 

 

6

 

 

 

 

 

 

7

 

 

 

 

 

 

8

 

 

 

 

 

 

9

 

 

 

 

 

 

10

 

 

 

 

 

 

11

 

 

 

 

 

 

12

 

 

 

 

 

 

13

 

 

 

 

 

 

14

 

 

 

 

 

 

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17

 

 

 

 

 

 

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19

 

 

 

 

 

 

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23

 

 

 

 

 

 

24

 

 

 

 

 

 

 

 

REGISTRO DOS USUÁRIOS DE DROGAS  (ÁLCOOL, CRACK E OUTRAS)

No

Nome

Idade

Nascimento

Uso de Drogas

Frequenta CAPS

Álcool

Crack

Outras

1

 

 

 

 

 

 

 

2

 

 

 

 

 

 

 

3

 

 

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

 

 

5

 

 

 

 

 

 

 

6

 

 

 

 

 

 

 

7

 

 

 

 

 

 

 

8

 

 

 

 

 

 

 

9

 

 

 

 

 

 

 

10

 

 

 

 

 

 

 

11

 

 

 

 

 

 

 

12

 

 

 

 

 

 

 

13

 

 

 

 

 

 

 

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15

 

 

 

 

 

 

 

16

 

 

 

 

 

 

 

17

 

 

 

 

 

 

 

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