23 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPÍTULO IV: ACOMPANHAMENTO DOS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL DA UNIDADE HILDA FERREIRA II

 

 

 

ESPECIALIZANDA: ÁQUILA TALITA LIMA SANTANA ALVES

ORIENTADORA: JULIANA FERREIRA LEMOS

COLABORADORES: ACS- BETÂNIA RODRIGUES SANTOS

                                                 CARLOS MACHADO SOUZA

                                                 DANIELA DA SILVA

                                                 ISAMARY COSTA ARAUJO

                                                 JOSEMARIA ALVES DOS SANTOS

                                                 LENALDA DOS SANTOS

                                        ENFA-TATIANA SANTOS CAMPOS

 

            A Atenção Básica é a porta de entrada ao Sistema Único de Saúde, inclusive dos que precisam de cuidados em Saúde Mental. A atual politica de Saúde Mental no Brasil é o resultado de décadas de discussões e experiências, e aos profissionais da Atenção Básica cabem ações como: proporcionar ao usuário um momento para pensar/refletir, exercer boa comunicação, exercitar a habilidade da empatia, lembrar-se de escutar o que o usuário precisa dizer, acolher o usuário e suas queixas emocionais como legítimas, oferecer suporte na medida certa, reconhecer os modelos de entendimento do usuário (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2013). Já as equipes de saúde mental de apoio à Atenção Básica incorporam ações de supervisão, atendimento em conjunto e específico e participação em iniciativas de capacitação (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2004).

            Na Unidade de Saúde Hilda Ferreira II, os prontuários dos usuários de Saúde Mental ficam em separados no arquivo da Unidade por ordem alfabética e algumas informações solicitadas pelo PMAQ, tais como medicações em uso e registro de casos mais graves, eram registradas nos livros de controles dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sem nenhuma sistematização. Esse relato tem como objetivo descrever o processo de elaboração de uma planilha para registros das informações solicitadas pelo PMAQ e a identificação de um usuário que necessite de cuidado integral para construção de uma linha de cuidado junto a rede de Saúde Mental do município.

            Ao analisar junto à equipe o modelo de organização dos prontuários e a forma que os ACS registravam as informações, ficou evidente a necessidade de melhorias no processo, pois apenas os usuários do CAPS da Unidade possuíam uma planilha com as informações organizadas de acordo com o solicitado pela avaliação do PMAQ. O instrumento foi construído em formato de planilha e utilizou como base, informações que já constavam na planilha dos usuários do CAPS e as informações solicitadas na avaliação externa do PMAQ, resultando nas seguintes informações: nome, data de nascimento, ACS, endereço, medicação em uso, CID10, data da última consulta, usuário de drogas, caso grave, frequenta CAPS(  anexo 1). Inicialmente, será feito o preenchimento confrontando os dados dos prontuários, da planilha do CAPS e dos livros dos ACS, à medida que novos usuários forem inseridos ou dados de algum usuário for atualizado, a enfermeira ou médica da equipe será informada para modificações na planilha.

            Em um segundo momento, após uma visita domiciliar, identificamos um usuário domiciliado que necessitava de uma atenção integral em Saúde Mental, junto a rede de apoio do município.

A rede de Saúde Mental do município que a Unidade Hilda Ferreira II está inserida tem como componente de apoio, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que é um serviço de referência para o tratamento de usuários em sofrimento psíquico que necessitam de cuidado intensivo e comunitário (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2004).Dos usuários de Saúde Mental da Unidade, trinta e dois são frequentadores do CAPS e participam regularmente das atividades terapêuticas, consultas psiquiátricas e acompanhamento psicológico. Existe uma articulação positiva entre as equipes do CAPS e da Atenção Básica, através de reuniões de matriciamento e contato direto para discussão de algum caso, porém a contra referência ainda é deficiente.

Na primeira visita domiciliar a este usuário, foi encontrado também problemas sociais, pois o mesmo estava em um quarto aos fundos da casa, em condições precárias de higiene e em uso irregular das medicações, apresentando alucinações visuais. Fizemos um relatório para a Coordenação de Atenção Básica do município e a rede de Saúde Mental e Assistência Social foram acionadas para acompanhamento compartilhado e construção de uma linha de cuidado. Nesse processo de construção, houve articulação entre a enfermeira e a assistente social do CAPS, e enfermeira, ACS e médico da Unidade de Saúde. Após intervenção das equipes, já foram realizadas duas visitas, e tem sido notório o progresso com a troca do cômodo que a usuária dorme e melhoria na higiene, porém ainda encontramos falhas na administração das medicações.

As dificuldades na execução dessa intervenção foi traçar as ações para os registros adequados na planilha, de modo que os dados se mantenham atualizados e a construção de uma linha de cuidado junto à equipe do CAPS, pois estávamos habituados apenas com discussões de casos isolados, sem traçar projetos terapêuticos.  

Espera-se que após essa intervenção seja mantida a rotina de registros sistematizados dos usuários em Saúde Mental da Unidade, bem como seja otimizada a relação entre as equipes do CAPES  e da Atenção Básica, visando um cuidado integral dos usuário e melhoria no acesso aos serviços.

 

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