23 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

         

TITULO: AS CRIANÇAS SÂO A ESPERANÇA DO MUNDO

ESPECIALIZANDO: LADYS ELENA JIMENEZ ACANDA
ORIENTADOR: CLEYTON CEZAR SOUTO SILVA

 

          A gravidez constitui um período de muitas expectativas não só para a gestante, mas para toda sua família, que se prepara para a chegada de um novo membro. E cada criança que nasce não é parte de um contexto vazio, mas sim de um ambiente familiar repleto de esperança, crenças, valores e metas, que influenciarão a formação deste sujeito em desenvolvimento (BRASIL, 2012).

          Por tal motivo, ao atender uma criança, o profissional de saúde não pode vê-la como um ser isolado, mas como parte de seu contexto familiar, com características e funcionamento próprios. É importante prestar atenção na relação que os membros da família estabelecem com a criança, na maneira como se dispõem a cuidar dela, em seu percurso escolar desde os primeiros anos, enfim, na forma como ela é recebida e “endereçada” ao mundo. O profissional precisa estar atento às possíveis e frequentes dificuldades que se apresentam e precisa estimular a construção de uma rede, inclusive na equipe de saúde, que sirva de apoio à família (BRASIL, 2012)

          Na Atenção Primária à Saúde (APS) continua uma forte preocupação com a primeira semana de vida da criança, e espera-se garantir uma visita domiciliar do agente de saúde ao binômia mãe e RN no contexto da família, para orientação de todos sobre o cuidado de ambos, bem como para ofertar as ações programadas para a primeira semana de saúde na APS, se possível oportunizando tudo para uma mesma data: consultas para ambos (mãe e RN), estimulando a presença do pai sempre que possível, apoio ao aleitamento materno, imunizações, coleta de sangue para o teste do pezinho, etc. Depois, até a criança completar 2 anos, o objetivo é um acompanhamento cuidadoso do crescimento e do desenvolvimento da criança pela equipe de saúde (inclusive com busca de faltosos), com um olhar biopsicossocial não só para a criança, mas também para as condições do contexto de saúde e de vida de sua mãe e família, inclusive com as articulações Intersetoriais, no território, necessárias para o projeto terapêutico de cada criança/família (BRASIL,2012)

          O objetivo desta micro intervenção é em primeiro lugar fazer um analise sobre como é feita a atenção á saúde da criança na nossa unidade, com a finalidade de identificar possíveis  debilidades que possam estar afetando o desenvolvimento ótimo do trabalho seguindo as recomendações do PMAQ na atenção básica. No segundo lugar expor uma experiência positiva que a equipe tenha logrado nestas questões.

          Aproveitando o espaço que ocupa a reunião da equipe desta quinta feira foi feita a discussão e analise dos requisitos que o PMAQ solicita em quanto á atenção da saúde da criança, ao termino da reunião foram dadas as seguintes conclusões:

          A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos, utilizando os protocolos voltados para crianças dessa idade, não possui o cadastramento atualizado devido á constante mudança de domicilio, fundamentalmente na área do centro onde maiormente predominam os kitnet alugados. Para o acompanhamento, a equipe utiliza a caderneta de saúde da criança, existe uma ficha espelho ou prontuário com informações equivalentes á caderneta. Como ponto negativo não existem registros sobre vacinação em dia, crescimento e desenvolvimento, estado nutricional, violência familiar e acidentes, existindo só o registro do teste do pezinho, ate o momento não temos apresentado casos de violência familiar.

          A equipe realiza busca ativa das crianças prematuras, com baixo peso, com calendário vacinal atrasado, são desenvolvidas ações de promoção sobre aleitamento materno exclusivo ate os seis meses de vida, e complementada ate os dois anos, estimulando a introdução de alimentos saudáveis a partir dos seis meses. Nesse sentido podemos dizer que o acompanhamento á saúde da criança ate os dois anos na equipe e na unidade é feito com a qualidade requerida embora existam alguns detalhes por melhorar.

          Mais não só as crianças pequenas merecem um atendimento especial, existe uma faixa etária que pela complexidade própria da idade e os processos que acontecem nela, não pode passar desapercebido aos olhos   dos professionais da equipe de saúde, estou me referindo á etapa da adolescência. Resgatar a puericultura da adolescência foi uma das estratégias que a equipe começou desenvolver desde o começo deste módulo como segundo objetivo da micro intervenção.

          As ações da puericultura na adolescência devem ser voltadas à redução da vulnerabilidade, dos riscos à saúde física e emocional, à promoção de relações de confiança e autocuidados, prevenção de lesões não intencionais, de doenças manifestas no adulto, mas com início precoce, de doenças relacionadas à prática sexual, gravidez precoce, além de abordar questões acerca de trabalho, escola, cidadania, etc.(DEL CIAMPO, 2017) 

          E, sendo o adolescente o protagonista principal da relação medico paciente, deve desempenhar papel ativo nas ações de promoção de saúde, prevenção de agravos e desenvolvimento integral, aprendendo a cuidar-se adequadamente. A família deve ser envolvida no atendimento, mas não ocupar o papel central, que sempre cabe ao adolescente. Promoção de estilo de vida saudável, com atividade física, hábitos alimentares adequados, eliminação do tabagismo, redução ou eliminação de consumo de álcool, screening para comportamentos e hábitos de risco, entre outros, são pontos fundamentais que devem fazer parte da rotina dos atendimentos (DEL CIAMPO, 2017)

          Para o desenvolvimento desta estratégia contamos com a ajuda dos ACS que cadastram a população adolescente, e encaminham para a consulta médica. Sendo uma estratégia implantada recentemente, temos apresentado muita dificuldade em quanto a aceitação por parte da população, ate porque em muitos casos já esses adolescentes casaram e tem filhos, outros trabalham para se sustentar , alguns moram sozinhos; temos observado maior aceitação naquelas famílias que possuem um nível cultural mais alto, nas quais seus filhos adolescentes ainda encontram-se estudando . Aos poucos vamos logrando alguma afluência, ainda insuficiente, mais com a certeza de que a estratégia vai dar certo com o decorrer do tempo e na medida em que a população tenha conhecimento das vantagens que oferece a consulta de Puericultura nessa etapa tão importante da vida.

 

Referencias:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

 

DEL CIAMPO, L. A.; DEL CIAMPO, I. O adolescente e a puericultura. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 50, n. 1, p. 76-81, 16 fev. 2017.

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