23 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

TÍTULO: Acolhimento no posto de saúde como estratégia de inclusão de usuários.

ESPECIALIZANDO: Islaydy Lopez Hernandez

ORIENTADOR: Maria Betânia Morais de Paiva

COLABORADORES: Cayo Martins, Micarla, Silvana, Vecia, Carlos, Denise

 

A intervenção foi realizada na unidade de saúde PSF Valentim que faz parte do município de João Câmara, no Rio Grande do Norte. O trabalho é desenvolvido juntamente com a equipe de saúde que é composta por: enfermeira, técnica de enfermagem, odontólogo, técnica de Saúde Bucal (TSB), assistente de limpeza, Agente Comunitários  de Saúde (ACS) e considerando a tipificação das unidades em 1, 2, 3, 4 segundo o dimensionamento, infraestrutura e ambiência, esta se classifica em UBS tipo 1 (BOUSQUAT, et al 2017). A intervenção teve como objetivo implantar um melhor acolhimento aos pacientes assistidos pela unidade de saúde.

O acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização que concretiza os princípios básicos do Sistema Nacional de Saúde – SUS (BREHMER; VERDI, 2010). Está diretriz, deve estar presente de forma transversal em toda Unidade Básica de Saúde (UBS). No encontro com o outro, em qualquer local da UBS, é necessária, aos profissionais de saúde, uma postura de escuta, de cordialidade e de predisposição para resolver os problemas trazidos pelos pacientes (PIMENTEL; BARBOSA; CHAGAS, 2011).). Esta temática é de suma importância para analisar e melhorar o trabalho da equipe tornando o atendimento mais objetivo, rápido e humanizado.

A proposta da atividade além de discutir, no coletivo, a respeito do acolhimento, procura melhorar o acesso do usuário à UBS. Pacientes que moram em comunidades muito longe, só conseguem chegar no posto de saúde de transporte, sendo o mesmo, carro da Secretaria de Municipal de Saúde (SMS).

Esta intervenção permitiu esclarecer o trabalho e importância de cada profissional no contexto da UBS, visando, sobretudo oferecer uma boa atenção à comunidade geral. Foram realizadas primeiramente reuniões entre os profissionais objetivando a pontuação de melhorias na logística do atendimento, por exemplo: como deveria ser a triagem na recepção, quais pacientes deveriam ter preferência, a possibilidade de ser aferido sinais vitais dos pacientes pelo técnico de enfermagem e enfermeiro, auxiliando o trabalho do médico, e o calendário de cada comunidade a ser visitada.

Após as reuniões dos profissionais da UBS, foram realizadas encontros, na própria unidade, com líderes comunitários para que houvesse incentivo à presença dos usuários da comunidade em dois eventos previamente marcados, na recepção da unidade, para que os mesmos discorressem sobre o tema: “A unidade que eu quero”.

Nas reuniões em que o usuário pontuava seus anseios, foram destacados pontos como a necessidade da maior presença da equipe em comunidades mais distantes, o tempo de espera para os atendimentos e até mesmo uma maior cordialidade dos profissionais que compunham a recepção.

Para atender as necessidades que encontramos, foi acordado com apoio da SMS:

 – Que seria disponibilizado um transporte para a UBS que levaria maior parte da equipe para as comunidades mais distantes melhorando a qualidade do atendimento domiciliar.

– O tempo máximo de espera para atendimento na unidade ficou acordado em 10min.

– A equipe de enfermagem deve fazer a coleta imediata de dados dos usuários que que comparecem ao atendimento como: Pressão arterial, Frequência Cardíaca, Saturação de Oxigênio e queixa principal. Após a coleta desses e outros dados, de importância clínica, é realizado a triagem e logística do atendimento sempre em comunicação direta com o médico.

– Musicoterapia na sala de recepção;

– Pacientes que se deslocam ao posto para renovação de receita médica devem sempre procurar o agente comunitário de saúde, com antecedência, para que o mesmo entrasse em comunicação com o médico para agilizar esta demanda e diminuir o volume de espera na recepção. Porém, esta estratégia, é uma orientação na tentativa de reeducação do usuário não impedindo de o mesmo ir direto à UBS.

Na realização do microintervenção percebemos alguns problemas que ocorrem durante o processo do acolhimento como o esquecimento de realizar alguns registros importante: aferição de pressão arterial, verificação a temperatura e avaliação de dados antropométricos. Ao percebermos este problema, fizemos uma apostila de revisão em conjunto com os profissionais e foi esclarecido as dúvidas. A apostila fica sempre disponível na unidade ao acesso de qualquer profissional permitindo uma melhor orientação no desempenho das funções.

A microintervenção foi muito satisfatória, ofertando conhecimentos e esclarecimentos acerca de muitas dúvidas existentes relativas aos diferentes modos de acolher. Dessa forma, todos tiveram a oportunidade de aprender um pouco mais sobre essa área de conhecimento tão importante no atendimento ao paciente e assim, contribuir na melhora da organização e divisão do trabalho na equipe.

A partir da experiência percebemos que o acolhimento é a porta de entrada para um bom desempenho do serviço prestado, o qual a cada dia está ganhando maior importância no contexto da Atenção Básica. Além disso, nos incentivou a sermos mais organizados no planejamento e desenvolvimento de uma tarefa a ser realizada, dessa forma trabalhamos como uma equipe mais unida e fortalecemos nossa ligação direta com a comunidade que estamos atendendo, atuando dentro da ética profissional.

Dessa maneira possibilitando e mantendo o respeito entre todos, de forma igualitária para que a realização desse serviço seja satisfatória é necessário ter uma formação de qualidade, possuir ou adquirir princípios de solidariedade, espírito público, sentimento prático, sem preconceito, com respeito e tolerância aos outros. O acolhimento não funciona sozinho, é um trabalho que necessita do envolvimento de toda a equipe de trabalho.

O desenvolvimento do trabalho foi substancial para um contato mais estreito com a comunidade . Espera-se que a equipe da unidade do PSF12 Valentim, tenha toda a preparação e capacitação para fazer um bom acolhimento. As mudanças no serviço começaram desde que fizemos a microintervenção. Cada integrante da equipe de trabalho, entendeu como fazer um bom acolhimento, principalmente corrigindo em grupo dificuldades individuais, contribuindo assim para um melhor nível de atenção em saúde.

REFERENCIAS

BOUSQUAT, Aylene et al . Tipologia da estrutura das unidades básicas de saúde brasileiras: os 5 R. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 33, n. 8,  e00037316,    2017 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2017000805005&lng=en&nrm=iso>. access on  31  July  2018.  Epub Aug 21, 2017.  http://dx.doi.org/10.1590/0102-311×00037316.

BREHMER, Laura Cavalcanti de Farias; VERDI, Marta. Acolhimento na Atenção Básica: reflexões éticas sobre a Atenção à Saúde dos usuários. Ciênc. saúde coletiva,  Rio de Janeiro ,  v. 15, supl. 3, p. 3569-3578,  Nov.  2010 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000900032&lng=en&nrm=iso>. access on  31  July  2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000900032.

PIMENTEL, Adriana de Freitas; BARBOSA, Ruth Machado; CHAGAS, Marly. A musicoterapia na sala de espera de uma unidade básica de saúde: assistência, autonomia e protagonismo. Interface (Botucatu),  Botucatu ,  v. 15, n. 38, p. 741-754,  Sept.  2011 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832011000300010&lng=en&nrm=iso>. access on  31  July  2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832011000300010.

 

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